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Tem até localização! Hacker guarda dados do Parler do dia da crise nos EUA

Dados do Parler foram armazenados no dia 6 de janeiro, quando aconteceu a invasão ao Capitólio - Saul Loeb/AFP
Dados do Parler foram armazenados no dia 6 de janeiro, quando aconteceu a invasão ao Capitólio Imagem: Saul Loeb/AFP

Vinícius de Oliveira

Colaboração para Tilt

12/01/2021 16h11

Sem tempo, irmão

  • Hacker compilou e armazenou todo conteúdo da rede social Parler do dia 6 de janeiro
  • São mais de 56 terabytes de arquivos, com fotos e vídeos, da invasão do Capitólio nos EUA
  • Rede social era utilizada por apoiadores de Donald Trump e teóricos da conspiração
  • Arquivos poderão ser usados pelo FBI para identificar os responsáveis pela invasão

Usada por apoiadores do presidente norte-americano Donald Trump e teóricos da conspiração, a rede social Parler saiu do ar nesta segunda-feira (11), após sua hospedagem na Amazon Web Services ter sido suspensa.

Mas, antes de milhares de postagens terem sido perdidas para sempre, uma hacker independente decidiu compilar e armazenar o conteúdo da rede social postado no dia 6 de janeiro de 2021, data marcada pela invasão do Capitólio nos Estados Unidos.

De acordo com @donk_enby, o objetivo desta iniciativa foi criar um registro público e duradouro sobre as postagens dos apoiadores de Trump que invadiram o congresso americano. A ideia surgiu quando a Apple e o Google anunciaram que o Parler seria removido de suas lojas de aplicativos, porque a rede social não estava moderando adequadamente conteúdo considerado violento ou criminoso.

Em apenas quatro dias de trabalho, a hacker diz ter armazenado 99,9% dos posts realizados no dia 6 de janeiro. Dentre o conteúdo coletado, estão mais de 1,1 milhão de URLs, com fotos e vídeos postados na plataforma.

"Estes arquivos são originais, não processados, brutos que foram postados no Parler. Todos eles contêm os metadados associados", disse @donk_enby em seu Twitter. São mais de 56 terabytes de arquivos que têm informações como dados de localização —isto é, mostra os locais onde os vídeos foram gravados.

A hacker garantiu que coletou apenas informações que estavam disponíveis publicamente pelo Parler e que mensagens privadas, por exemplo, não foram compiladas. Outros dados sensíveis como endereço de email e número de telefone também não foram coletados.

Vale lembrar que a rede social encorajava os usuários a fornecerem dados pessoais sensíveis. Por exemplo, era possível enviar fotos de documentos pessoais, como a carteira de habilitação, para receber um símbolo de verificado (similar ao ícone azul do Twitter).

Em conjunto, estas informações podem ser utilizadas como provas contra as pessoas que participaram da invasão do Capitólio e podem ajudar os investigadores do FBI na tarefa de identificar os responsáveis por incitar o tumulto, direta ou indiretamente.