Opinião: Fórmula e jurados do "The Voice Kids" estão desgastados
Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail
A quarta temporada do programa de calouros mirins "The Voice Kids" estreou hoje com 14,7 pontos de ibope na Grande SP, principal mercado da publicidade nacional.
O índice representa mais que a soma da segunda e terceira colocadas (Record e SBT), cada com 6 pontos de média. Cada ponto de ibope em 2019 em São Paulo equivale a cerca de 73 mil domicílios.
Parece tudo ótimo, só que não. O ibope desse quarto retorno do programa rendeu à Globo quase 35% menos audiência que a estreia no ano passado.
Leia também
Menino chora com elogios de jurados no "The Voice Kids"
Maurício Stycer: The Voice deveria ser Kids e Teen
Motivos para a aparente redução de interesse do público não faltam. Na minha opinião, tudo começa por uma fórmula já desgastada e precisando de uma boa revisão --ou quiçá um descanso mesmo.
Primeiro problema é que o programa tem como objetivo exibir cenas de fofura e "emoção" --como vários colegas aqui no UOL já frisaram, e não descobrir novos talentos para a música nacional.
Só isso explica a quantidade de crianças musicalmente fracas --mas, sim, sim, fofinhas-- se apresentando no palco da maior emissora em rede nacional.
Só que são desenvoltas, desinibidas, engraçadas e, principalmente, dramáticas: pulam, choram, gritam, se emocionam na hora certa. Tudo muito bem ensaiado e alinhadinho.
O segundo problema que eu vejo é a "salada" de idades na lista de candidatos de "melhor voz infantil" (e não criança mais fofinha, aliás).
Alguma lógica deveria haver: criancinha concorrendo com moleque na puberdade que por sua vez concorre com a teenager esganiçada.
Não é possível, musicalmente falando, fazer uma justa avaliação com tal variação etária.
Outro problema crônico da atração tem nome também: os jurados. Já chega, deviam todos se despedir nesta temporada e voltar para suas carreiras musicais vitoriosas e lucrativas.
Ao contrário das crianças cantoras, naquelas poltronas não há nenhum bom ator ou atriz.
São quase todos forçados e exagerados, soam artificiais. A suposta "emoção" que tanto falam muitas vezes simplesmente não existe.
Registro: até por eu mesmo ser músico, tenho enorme respeito por Carlinhos Brown. Ele é definitivamente um percussionista e músico genial, mas, no programa, seus discursos longos e adjetivados, idolatrando cada uma das crianças que pisa naquele palco, soam mais ocos e maleáveis que um bambu.
Aliás, a verborragia de Brown é tanta que as demais juradas (Claudia Leitte, Simone e Simaria) se tornaram uma espécie de "sub coadjuvantes".
Simone e Simaria, vá lá, são umas queridas, uns amorecos, mas nessa estreia foram só risadinhas, caras e bocas.
Claudia Leitte também parece já ter atingido um ponto de saturação como jurada. Não dá para fingir emoção onde ela não existe, afinal.
Talvez seja hora de a Globo repensar essa versão infantil do programa ou lhe dar um bom descanso.
Ou pelo menos que seja boazinha e dê um descanso aos nossos ouvidos.
Leia também:
Na Telinha: Estreia do 4º The Voice Kids movimenta as redes
Colunista Ricardo Feltrin no Twitter, Facebook e site Ooops
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.