Cíntia Chagas diz que foi chamada de fútil e vilã por término com deputado
Cíntia Chagas disse que foi tachada de "vilã e fútil" após o término do casamento com o deputado estadual Lucas Bove (PL-SP). A influenciadora encerrou o matrimônio três meses depois de subir ao altar. Ela denunciou o parlamentar com base na Lei Maria da Penha e conseguiu medida protetiva contra o ex-marido.
O que aconteceu
Chagas disse que após anunciar o término, mas não explicar que a motivação foi o suposto comportamento abusivo do deputado, passou a ser criticada. Durante participação no podcast Os Nagle, da jornalista Leda Nagle, ela contou que, inicialmente, não expôs a violência sofrida para preservar sua privacidade e, na ocasião, preferiu ser "discreta" e dar a "desculpa que todo mundo dá, que 'não tínhamos mais objetivo em comum, que as coisas mudaram'".
Influenciadora destacou que passou a ser atacada e chegaram a editar vídeos antigos de uma entrevista dela na tentativa de colocá-la como a "vilã da história". "Vídeo meu, de uma entrevista antiga, foi maldosamente editado, e viralizou. Esse vídeo me coloca como uma pessoa materialista, horrorosa. Editaram de tal forma que fiquei como a vilã da história e eu fui massacrada, foram dias e dias de massacre. Diziam: 'Você não merece ser católica, como assim, sua fútil, do nada você se separa'... E eu olho para aquilo e as pessoas não sabem do que estão falando".
Sem detalhar a agressão sofrida, Chagas afirmou que o real motivo para o fim do casamento foi algo "vergonhoso". "O término foi por um motivo grave, triste e vergonhoso. Foi vergonhoso o que ocorreu, lamentável. Eu não queria me separar, eu precisei pedir o divórcio. Qual mulher se casa, assume tão publicamente o amor que tem por um homem e três meses depois se separa? Algo de muito grave ocorreu. Só que não quero me tornar uma mártir porque cheguei até aqui única e exclusivamente pelo meu trabalho e não quero fazer do meu divórcio um escândalo pessoal".
Cíntia também negou que o fato de não querer ter filhos tenha motivado a separação porque, afirmou, Bove também não desejava ser pai. "Ele nunca quis, nenhum dos dois queria [ter filho]. Ou ele descobriu da noite para o dia que eu não queria ter filhos? O motivo não tem absolutamente nada a ver com isso. Essa é a primeira coisa que um casal conversa e sempre deixei claro que meu instinto não é maternal. Ter filhos é abrir mão da autonomia e não tenho a menor disposição para abrir mão da minha autonomia. Então eu e ele nunca quisemos ter filhos".
Agressão
A influenciadora foi à delegacia em 4 de setembro, onde registrou violência psicológica e ameaça. Cíntia relatou um relacionamento abusivo, com ciúmes, possessividade e necessidade de controle do político. Splash teve acesso ao documento.
A palestrante disse à polícia que era constantemente requerida a fornecer sua localização e provas do paradeiro ao ex-marido. Segundo ela, Lucas pedia fotos, ligações de vídeo, notas de hotel, entre outras provas.
Cíntia também relatou que o deputado era extremamente ciumento, e por diversas vezes a xingava com nomes de baixo calão. Conforme informado no boletim de ocorrência, ele a teria proibido de frequentar a academia, por exemplo.
Entre as agressões físicas, Lucas teria jogado uma garrafa de água e uma faca na direção de Cíntia. A violência também teria sido patrimonial, com o deputado expulsando a ex-mulher de casa e a impedindo de resgatar alguns itens pessoais. Ele ainda teria tentando obrigá-la a assinar um contrato após o fim da união.
A Justiça de São Paulo deferiu o pedido de medida protetiva feito pela influenciadora. Lucas deve ficar, no mínimo, a 300 m de distância de Cíntia, não pode contatá-la por qualquer meio de comunicação e nem a mencionar nas redes sociais.
Na noite de quarta-feira (9), o deputado publicou apenas "João 8:32". O versículo bíblico diz: "E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará".Denuncie
Ao presenciar um episódio de agressão contra mulheres, ligue para 180 e denuncie
Casos de violência doméstica são, na maior parte das vezes, cometidos por parceiros ou ex-companheiros das mulheres, mas a Lei Maria da Penha também pode ser aplicada em agressões cometidas por familiares.
Também é possível realizar denúncias pelo número 180 — a Central de Atendimento à Mulher, que funciona em todo o país e no exterior, 24 horas por dia. A ligação é gratuita. O serviço recebe denúncias, dá orientação de especialistas e faz encaminhamento para serviços de proteção e auxílio psicológico. O contato também pode ser feito pelo WhatsApp no número (61) 99656-5008.
A denúncia também pode ser feita pelo Disque 100, que apura violações aos direitos humanos.
Há ainda o aplicativo Direitos Humanos Brasil e a página da Ouvidoria Nacional de Diretos Humanos (ONDH) do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH). Vítimas de violência doméstica podem fazer a denúncia em até seis meses.
Caso esteja se sentindo em risco, a vítima pode solicitar uma medida protetiva de urgência.
13 comentários
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Valmir Andre de Sena
Mais um cidadão de "bem" citando "João 8:32". Só podia ser do partido de todo mundo sabe quem.
Cristiano dos Santos Silva
A mulher é contra o feminismo até ser vítima de machismo e correr pra Delegacia da Mulher.
Ricardo Gabiatti
Olha o nível dos envolvidos: podcast de leda nagle kkkkkkkkkkkk