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ANÁLISE

Conheça aquilo que 'Adão Negro' ignora: a verdadeira magia da DC no cinema

Dwayne "The Rock" Johnson é o grande protagonista de "Adão Negro", novo filme baseado nas HQs da DC - Divulgação/Warner Bros. Pictures
Dwayne 'The Rock' Johnson é o grande protagonista de 'Adão Negro', novo filme baseado nas HQs da DC Imagem: Divulgação/Warner Bros. Pictures

Renan Martins Frade

Colaboração para o UOL

20/10/2022 12h29

Esta é a versão online da edição desta quinta-feira (20) da newsletter Na Sua Tela. Nesta semana, destaques para "Adão Negro", "Argentina, 1985" e outros filmes que chegam aos cinemas e aos streamings, além de uma curadoria do que vale assistir. Quer receber a edição da semana que vem no seu email? Inscreva-se. Os assinantes UOL ainda têm mais de 10 newsletters exclusivas.

"Adão Negro", superprodução da Warner Bros. e da DC Films baseada no personagem da HQs, estreia hoje (20) nos cinemas. Estrelado por Dwayne "The Rock" Johnson, o longa-metragem traz esse herói de moral duvidosa, que mata seus inimigos sem pensar duas vezes. O seu poder vem da magia, mas ela - em sentido metafórico - passa longe da tela, infelizmente.

Os super-heróis das histórias em quadrinhos são como a nossa mitologia moderna. Criados em um momento sombrio da humanidade (pouco antes da Segunda Guerra Mundial, época de grande instabilidade econômica, política e social), eles agregaram diversos arquétipos e elementos culturais para criar histórias de empoderamento e de inspiração. A DC Comics, pioneira nessa mídia, representa a essência dessa fábula, com personagens que são quase como deuses modernos.

Só que, diferentemente de Zeus ou Atena, Superman, Batman e Mulher-Maravilha são propriedades intelectuais, posteriormente moldadas para serem produtos comerciais e gerar lucro. Não há nada errado com isso, é a lógica do mundo atual. Porém, enquanto a Marvel Studios (com críticas e ressalvas aqui e ali) conseguiu um projeto que captura essa essência e a transforma em produções de sucesso, a confusão da Warner Bros. Discovery - a dona da DC - se reflete em uma falta de rumo e em muitos filmes que possuem um brilho opaco, sem graça.

Não é que "Adão Negro" seja ruim, mas é um sintoma disso tudo. The Rock claramente pegou a produção "pela unha", ditando os rumos e fazendo o marketing diretamente. O resultado? Bom, leia mais a seguir.

Agora, não quer dizer que a Warner e a DC nunca tenham acertado com as suas adaptações cinematográficas. Muito pelo contrário: o estúdio já nos trouxe grandes longas, com histórias inesquecíveis e cenas marcantes. Afinal, foi "Superman: O Filme" que nos mostrou, pela primeira vez, que o homem poderia voar.

A seguir, o Na Sua Tela desta semana apresenta algumas dessas produções para você assistir nas plataformas de streaming, com filmes que vão de 1978 a até este ano.

Agora, se você procura algo completamente diferente para assistir, o Prime Video traz "Argentina, 1985", produção estrelada pelo ótimo Ricardo Darín. Saiba mais a seguir

O que tem de novo?

ADÃO NEGRO

Imagem - Sociedade da Justiça - Warner Bros. Pictures/Divulgação - Warner Bros. Pictures/Divulgação
'Adão Negro' leva à tela grande uma parte importante da mitologia da DC Comics, incluindo a Sociedade da Justiça
Imagem: Warner Bros. Pictures/Divulgação

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  • Onde: Nos cinemas - clique para comprar ingressos
  • O que tem de bom: Por diversos motivos, "Adão Negro" é reflexo direto da falta de rumo da Warner Bros. com os heróis da DC Comics - e isso é perceptível ao se assistir ao filme. Agora, não podemos falar que o longa-metragem é ruim: ainda que cansativo, é interessante acompanhar a trajetória do homem que se revoltou contra a opressão de seu povo e desafiou um ditador, para depois ele mesmo se tornar parte do problema. Assim começa um caminho de redenção, que, em tempos presentes, traz uma crítica ao imperialismo americano - com uma abordagem rasa e, não sejamos ingênuos, com Hollywood sendo a máxima representação cultural desse mesmo imperialismo. O astro Dwayne "The Rock" Johnson dá tudo o que tem em cena (mesmo que isso represente a mesma atuação de sempre, mas tudo bem) e o diretor Jaume Collet-Serra (de "A Órfã") entrega uma direção competente, mesmo que sem grandes diferenciais. Os efeitos especiais estão bem à frente do que a concorrente Marvel Studios vem mostrando nos últimos tempos, o que é positivo. O resultado final pode não se fixar em nossas mentes, mas é um entretenimento honesto. Pena que a DC merecia mais, como já demonstrou no passado - mas isso é papo mais à frente, ainda nesta edição da newsletter.
  • O que te faz sentir: coragem, indignação
  • Extra direto do Splash: Como 'Adão Negro' renova conceitos ao colocar herói contra herói
  • A opinião de Roberto Sadovski: Sem ter como nos conectar com qualquer personagem, navegando em uma trama de tensão ausente, o peso de segurar qualquer interesse [por 'Adão Negro'] sobra para o carisma superlativo de Dwayne Johnson, hoje o maior astro de cinema do mundo. Spoiler: não é o bastante. (leia a crítica completa)


ARGENTINA, 1985

Argentina, 1985 - imagem - Divulgação/Amazon Studios - Divulgação/Amazon Studios
Ricardo Darín e Juan Pedro Lanzani em cena de 'Argentina, 1985'
Imagem: Divulgação/Amazon Studios

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  • Onde: Nesta sexta (21) no Prime Video
  • O que tem de bom: Assim como o Brasil, a Argentina tem a sua história marcada por uma Ditadura Militar. "Argentina, 1985" traz a trajetória de dois advogados, Ricardo Darín ("Relatos Selvagens", "O Segredo de Seus Olhos") e Juan Pedro Lanzani ("O Clã"), investigando os eventos daquele regime extremamente sangrento. Tudo baseado em um acontecimento real, conhecido como Julgamento das Juntas, em referências às juntas militares que comandaram o país entre 1976 e 1983. Dessa forma, temos aquele formato de drama de tribunal/jurídico que envolve o espectador, enquanto são apresentadas as atrocidades cometidas pela ditadura. Um caminho não só de preservar a memória, mas de apresentar esses fatos para quem não conheceu/passou por eles. "Aqueles que não conhecem a história estão fadados a repeti-la", disse o escritor e político Edward Burke - e, em tempos em que o fantasma do totalitarismo volta a assombrar o mundo, o cinema tem um papel crucial em apresentar essa história.
  • O que te faz sentir: amargura, ressentimento

Filmes que honram a magia da DC

Como dito, não é que "Adão Negro" seja exatamente ruim, mas falta um brilho mais vivo para um personagem que vem de um universo que já nos brindou com outras histórias empolgantes.

Quando olhamos em retrospecto, tivemos sim filmes que conseguiram capturar melhor a mitologia desses super-heróis, mesmo que seguindo as fórmulas do cinema comercial. A seguir, o Na Sua Tela traz alguns longas-metragens que atingiram esse feito, merecendo ser vistos e revistos.

SUPERMAN: O FILME

Superman - imagem - divulgação/Warner Bros. - divulgação/Warner Bros.
Christopher Reeve ficou eternizado como o Superman
Imagem: divulgação/Warner Bros.

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  • Onde: HBO Max e Looke
  • O que tem de bom: Até 1978, os super-heróis eram uma espécie de subproduto da cultura pop - personagens de revistinhas e adaptações baratas, criadas como um entretenimento simples com foco no público infantil. Foram os produtores Alexander e Ilya Salkind que anteviram o futuro, garantindo os direitos de adaptação do Superman e reunindo um verdadeiro time dos sonhos para realizar o longa, com o diretor Richard Donner ("A Profecia"), história de Mario Puzzo ("O Poderoso Chefão") e as estrelas Gene Hackman ("Operação França") como o vilão Lex Luthor e o maior ator da época, Marlon Brando ("O Poderoso Chefão"), como o pai do protagonista, Jor-El. Para o herói-título, descobriram o jovem talento de Christopher Reeve, que ficaria para sempre indissociado do rosto do Homem de Aço. O resultado disso é um clássico do cinema, que tem um roteiro redondo e que, apesar do peso da idade, ainda cativa.
  • O que te faz sentir: inspiração, otimismo

SUPERMAN II: A AVENTURA CONTINUA - VERSÃO DO DIRETOR

Superman II - imagem - Divulgação/Warner Bros. - Divulgação/Warner Bros.
Gene Hackman se negou a gravar novas cenas para a versão de cinema de 'Superman II'
Imagem: Divulgação/Warner Bros.

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  • Onde: HBO Max
  • O que tem de bom: Os problemas de gestão não são novidade quando falamos dos filmes baseados nas HQs da DC. O primeiro grande caso envolveu "Superman II" (1980), com os Salkind se desentendendo com o diretor Richard Donner - que acabou demitido com boa parte do longa já pronto. Um outro cineasta, Richard Lester, terminou a produção, mas o resultado nunca foi muito satisfatório. Décadas depois, a Warner reencontrou antigos rolos de filmes e, com a respectiva restauração, pode lançar algo próximo da concepção original de "Superman II" nesta versão do diretor. Dessa forma, temos uma produção mais coesa (ainda que não perfeita), com um roteiro que faz mais sentido, incluindo novas cenas do Lex Luthor de Gene Hackman. Como praticamente tudo que vem depois envolvendo o Homem de Aço de Reeve é um anticlímax, esta versão do diretor se consolida como uma ótima despedida para a mais perfeita interpretação do herói na tela grande.
  • O que te faz sentir: esperança, carinho


BATMAN (1989)

Batman - imagem - Divulgação/Warner Bros. Pictures - Divulgação/Warner Bros. Pictures
Michael Keaton interpretou o Batman no icônico filme de 1989
Imagem: Divulgação/Warner Bros. Pictures

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  • Onde: HBO Max
  • O que tem de bom: O Batman é um dos personagens mais icônicos dos quadrinhos, enquanto Tim Burton é um dos diretores mais reconhecidos do cinema, muito por conta justamente do seu estilo gótico. O que acontece quando se junta ambos? O resultado é "Batman" (1989), o primeiro filme de grande orçamento do personagem - e que tem como grande mérito a criação de um universo estilizado e fascinante, que venceria o Oscar de Melhor Direção de Arte. O roteiro é simples, porém efetivo. De um lado tem esse homem (Michael Keaton) atormentado pela morte dos pais, que se veste de morcego e sai por aí combatendo o crime. Do outro, um mafioso que pira após cair em um tonel de ácido ao confrontar esse mesmo vigilante (em uma atuação memorável de Jack Nicholson como Coringa). Juntos, travam um combate embalado pela ótima trilha sonora composta por Danny Elfman. Inesquecível.
  • O que te faz sentir: solidão, amargura


BATMAN: O CAVALEIRO DAS TREVAS

Batman: O Cavaleiro das Trevas - imagem - Divulgação/Warner Bros. - Divulgação/Warner Bros.
Christian Bale interpretou o Batman que marcou toda uma geração
Imagem: Divulgação/Warner Bros.

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  • Onde: HBO Max, UOL Play
  • O que tem de bom: Toda a trilogia do Homem-Morcego dirigida por Christopher Nolan honra o legado da DC, mas a segunda parte ("Batman: O Cavaleiro das Trevas", de 2008), é o seu ápice. Com o herói (interpretado por Christian Bale) já estabelecido, vemos o contra-ataque das forças sombrias de Gotham City e também o surgimento de sua antítese: o Coringa, em uma atuação magistral (e vencedora do Oscar) de Heath Ledger. Como o seu principal mérito, Nolan faz uma interessante amálgama do Cinema (com "c maiúsculo") grandioso, e até pretensioso, com uma aventura de super-herói. Se outros cineastas se perderam nessa mistura, o diretor britânico fez isso de forma memorável, com cenas épicas que ficaram marcadas na memória dos seus espectadores. Ou seja, tudo o que "Adão Negro" não consegue alcançar.
  • O que te faz sentir: ansiedade, assombro


MULHER-MARAVILHA

Mulher-Maravilha - imagem - Divulgação/Warner Bros. - Divulgação/Warner Bros.
Gal Gadot em uma das cenas mais icônicas de 'Mulher-Maravilha'
Imagem: Divulgação/Warner Bros.

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  • Onde: HBO Max, UOL Play
  • O que tem de bom: Mais um reflexo da falta de rumo da Warner Bros. para as propriedades da DC nos cinemas é o chamado Universo Estendido DC, aquele criado pelo cineasta Zack Snyder a partir de "O Homem de Aço" (2013) e que desaguou no criticado "Liga da Justiça" (2017). Agora, nem tudo foi perdido: a Mulher-Maravilha de Gal Gadot, introduzida em "Batman vs. Superman" (2016), rendeu este interessante filme solo, lançado nos cinemas em 2017. Na aventura, vemos como a amazona Diana saiu da Ilha de Themyscira para ajudar a humanidade a enfrentar um dos seus momentos mais sombrios: a Primeira Guerra Mundial. A direção de arte e a reconstrução de época são impecáveis, a fotografia é irretocável e Patty Jenkins tem uma direção firme, entregando momentos memoráveis e algumas reflexões enquanto nos empolga com uma heroína de verdade.
  • O que te faz sentir: coragem, empoderamento

AVES DE RAPINA: ARLEQUINA E A SUA EMANCIPAÇÃO FANTABULOSA

Aves de Rapina - imagem - Divulgação/Warner Bros. - Divulgação/Warner Bros.
O sucesso da Arlequina de Margot Robbie rendeu 'Aves de Rapina', um dos mais divertidos filmes da DC
Imagem: Divulgação/Warner Bros.

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  • Onde: Telecine
  • O que tem de bom: Dentro da cota de passos em falso e erros da Warner Bros., o primeiro "Esquadrão Suicida" foi amplamente criticado pela imprensa e pelo público na época de seu lançamento, em 2016. Mas ao menos uma coisa se salvou: a interpretação de Margot Robbie como a vilã/anti-heroína Arlequina, que rapidamente marcou a cultura pop. Por isso, em 2020, a personagem meio que ganhou o seu próprio filme. "Meio" porque essa grande estrela divide a cena com time de heroínas, as Aves de Rapina, formado por Caçadora (Mary Elizabeth Winstead), Canário Negro (Jurnee Smollet) Renee Montoya (Rosie Perez) e Cassandra Cain (Ella Jay Basco). Divertido e cheio de "girl power", este é um filme que consegue usar o seu elenco em benefício próprio, em uma história de empoderamento.
  • O que te faz sentir: empoderamento, união


O ESQUADRÃO SUICIDA

O Esquadrão Suicida - imagem - Divulgação/Warner Bros. - Divulgação/Warner Bros.
'O Esquadrão Suicida' consegue ser divertido justamente por ser consciente de sua falta de noção
Imagem: Divulgação/Warner Bros.

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  • Onde: HBO Max
  • O que tem de bom: O já citado "Esquadrão Suicida" (2016) é quase todo esquecível, mas surpreendentemente rendeu uma ótima continuação. Tudo porque a Warner acertou ao dar liberdade total ao diretor James Gunn (de "Guardiões da Galáxia") para trabalhar com os personagens da forma que achasse melhor. O resultado disso é um filme que não tem medo de arriscar ao fazer humor com piadas sem noção, mortes sangrentas, elementos de roteiro rocambolescos e com a bizarrice. O exagero, aqui, é o objetivo, fazendo a gente pensar: "como posso estar rindo disso?". O elenco é destaque, incluindo nomes como Idris Elba, Joel Kinnaman, John Cena, Viola Davis, Margot Robbie, Sylvester Stallone, Alice Braga, Peter Capaldi e muito mais.
  • O que te faz sentir: galhofa, deboche

SHAZAM!

Shazam - imagem - Divulgação/Warner Bros - Divulgação/Warner Bros
"Shazam!" é inocente e divertido como um gibi de antigamente
Imagem: Divulgação/Warner Bros

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  • Onde: UOL Play, HBO Max
  • O que tem de bom: Confesso que "Shazam!" (2019) não está entre os meus destaques pessoais do Universo Estendido DC, nem o personagem é originalmente advindo dos gibis da editora (no começo, foi publicado pela antiga Fawcett Comics). Ainda assim, o seu longa-metragem representa aquilo que mais deu certo com os heróis da DC: uma aventura divertida e despretensiosa, com Zachary Levi conseguindo imprimir esse olhar inocente característico do personagem-título. Vale dizer que Shazam (anteriormente conhecido como Capitão Marvel) é o grande adversário do Adão Negro nas HQs, então podemos aguardar algum futuro confronto entre Levi e o anti-herói vivido por The Rock.
  • O que te faz sentir: galhofa, animação

BATMAN (2022)

Batman - imagem - Divulgação/Warner Bros. - Divulgação/Warner Bros.
Em 'Batman', de 2022, Robert Pattinson assume o manto de Cavaleiro das Trevas
Imagem: Divulgação/Warner Bros.

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  • Onde: HBO Max; para aluguel ou compra no UOL Play
  • O que tem de bom: O famoso "fazer dos limões uma limonada". "Batman" (2022) era para ser, originalmente, uma produção estrelada por Ben Affleck, fazendo parte do Universo Estendido DC em uma sequência de "Liga da Justiça". O projeto naufragou com a falta de rumo da Warner, mas o diretor Matt Reeves e a DC Films ressignificam a produção para se tornar um longa-metragem totalmente novo, único e à parte de qualquer filme que tenha vindo antes. Dessa maneira, investiram no lado mais detetivesco do Homem-Morcego, em uma história que lembra a de "Seven: Os Sete Crimes Capitais", "Zodíaco" e "Chinatown". Robert Pattinson, que ficou famoso por "Crepúsculo", contribuiu positivamente para a ampliação da mitologia do Batman, enquanto Paul Dano dá vida a um Charada intrigante. Há um subtexto político também, com um último ato que funciona como metáfora para um caminho no qual podemos construir o nosso futuro real, do lado de cá da tela.
  • O que te faz sentir: tristeza, incerteza

Vale lembrar que a edição de 28 de julho do Na Sua Tela tem outras sugestões de filmes baseados nos heróis DC, com foco principalmente nas animações e naquelas produções para assistir em família. Clique aqui para conferir.

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