Glow, Ninguém Tá Olhando: Por que a Netflix cancela algumas séries tão cedo
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Alguns dias atrás, a festejada série "Glow" foi guilhotinada pela Netflix, não sendo renovada para mais uma temporada. O choro dos fãs não tem efeito. A criação de Liz Flahive e Carly Mensch foi interrompida sem piedade e não deve retornar. É o mesmo destino de tantos outros programas, limados muitas vezes sem o tempo de maturação necessário para encontrar seu público. Neste século supersônico, "tempo" é o bem mais precioso. E dinheiro também.
É uma equação que a Netflix abraça de forma pragmática. "Sense 8" saiu do ar assim, bem como "Altered Carbon", "The Dark Crystal" e "Turn Up Charlie". A série brasileira "Ninguém Tá Olhando", única produção nacional da plataforma de streaming a conseguir uma indicação ao Emmy Internacional, não foi renovada além de sua temporada de estreia. É um mundo cruel.
No fim, tudo se resume a dados. A Netflix trabalha com parâmetros diferentes da norma que a televisão operou desde sua concepção. É uma equação pragmática que resume-se na relação entre audiência e custos. Como a empresa assume por inteiro o orçamento de todas as suas produções, e não existe um mercado posterior para recuperar estes gastos (publicidade em intervalos comerciais, venda para outras mídias em feiras mundiais), o sucesso imediato, que precisa sair da esfera dos fãs e conquistar novos assinantes, é prioridade.
Não significa que seja justo. Conversei com Daniel Rezende, criador de "Ninguém Tá Olhando", que encara a não renovação da série com um olhar agridoce. "O Brasil e o resto do mundo funcionam em sintonias diferentes", explicou. "A série foi superbem, só que a renovação de séries em streaming depende de mil fatores." Ele continua: "Depende da época. Se fosse um ano antes, ou mesmo agora, talvez tivesse sido renovada. É como o mercado funciona".
"Ninguém Tá Olhando" acompanha Uli (Victor Lamoglia), um angelus novo no sistema celestial que protege e guia a humanidade. Sua natureza rebelde, porém, quebra os padrões desse mesmo sistema, colocando em risco o funcionamento da própria humanidade. É uma série divertida e bem produzida, qualidade confirmada pela indicação ao Emmy. "Acho difícil uma renovação a essa altura", confessa Rezende. "Ah não ser que a gente ganhe, aí pinta um fôlego para a gente conversar." Dedos cruzados"
Em minha coluna em vídeo da semana eu falo justamente sobre o pragmatismo por trás da não renovação de uma série como "Ninguém Tá Olhando". Explico também como a Netflix trabalha essa relação entre audiência e custos e como funciona a engrenagem que determina a degola de um programa. Por mais que seus fãs sejam fiéis.
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