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Marcelle Carvalho

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Mila Moreira se vai e leva um pouco da elegância e do charme das novelas

Colunista do UOL

06/12/2021 12h32

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Confesso que fiquei um tempinho tentando assimilar a notícia de que Mila Moreira havia partido na manhã dessa segunda-feira (6). Noveleira que sou, quando um artista se vai, principalmente aquele que esteve com o rosto em tantos folhetins, é como perder alguém muito próximo. Sim, porque as tramas fazem isso, nos deixam tão perto daqueles atores/personagens que eles já são de casa. E Mila fazia parte da minha.

Quando minha mãe a via, sempre soltava um "nossa, mas como é elegante!". E era mesmo. Mila personificava a elegância. Deveria, inclusive, estar no sobrenome da atriz. Já estava no DNA dela, que começou a carreira como modelo e debutou na novela em "Marrom Glacê" (1979). Vieram inúmeros outros personagens e ela sempre trazendo a altivez, emoldurada nos olhos grandes e sorriso largo.

A atriz nos deixa justamente no ano em que se comemoram 70 anos de telenovela no Brasil. Justamente, o gênero que ela soube fazer com competência, após deixar as passarelas. Eu já assisti Mila em uma época em que estava consolidada na profissão de atriz. Mas imagino que não deva ter sido tão fácil, na época, a troca das profissões. Não por falta de talento, porque isso ela tinha de sobra. Mas pelo desconforto em ter uma modelo iniciando na arte da atuação. Ela foi uma das primeiras a se tornar atriz e isso incomodava. A própria artista já havia falado sobre isso em entrevistas.

Fato é que Mila abriu portas para modelos que queriam atuar. Se tornou um exemplo. Não desistiu no primeiro olhar torto. Como na passarela, seguiu adiante e conseguiu respeito e o seu espaço lugar, principalmente, na lembrança e coração do público.