Ricardo Pereira sobre xenofobia e racismo em Portugal: 'Casos condenáveis'

Ricardo Pereira, ator português que vive no Brasil desde 2003, esteve presente no Grande Prêmio de Cinema Brasileiro, nesta semana, e conversou com esta coluna de Splash sobre um tema bastante discutido recentemente: o crescimento de casos de xenofobia e racismo contra brasileiros em Portugal.

Entre os casos mais recentes que ganharam destaque está a violência sofrida pela família de Bruno Gagliasso e Giovanna Ewbank, em que os filhos do casal foram vítimas de racismo em um restaurante.

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Para o ator português, que está no ar na novela "Cara e Coragem" (Globo), é necessário não generalizar e denunciar.

"Os casos que acontecem são condenáveis, seja em Portugal, no Brasil, ou no mundo. Devemos respeitar a diversidade. Não podemos dizer que acontece com todas as pessoas que vão para Portugal, mas essas situações precisam ser apontadas e denunciadas, para serem corrigidas", explica o ator.

Sobre o ocorrido com os filhos de Ewbank e Gagliasso, Ricardo destaca:

Este caso recente de uma família tão próxima a nós faz com que o assunto venha à tona, às primeiras páginas, e temos mesmo que falar sobre para erradicar isso. Tem que acabar. É errado e não pode acontecer.

Ricardo Pereira pede que os casos não sejam divulgados apenas nas redes sociais, mas também sejam denunciados: "Sempre que denunciamos os processos evoluem. Muita gente não chega a apresentar queixa, e isso não é bom. Temos que registrar os atos e trazer os números de casos, e as leis que temos. É necessário condenar essas pessoas que têm atos condenáveis."

O ator ainda comentou sobre o fato de alguns portugueses não classificarem o nosso idioma como "língua portuguesa", preferindo que seja chamada como "língua brasileira".

Falamos a mesma língua de Cabo Verde e Angola. Meu avô era angolano, tenho família em Moçambique. Falamos a língua portuguesa de um jeito diferente, um processo em constante evolução. Os países que falam língua portuguesa são irmãos, e precisamos nos unir mais. Todos nós ganhamos quando conseguimos nos ajudar. Temos que respeitar a diversidade.