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Exposição da Paulista comemora 10 anos falando de trabalho e luta

Em 10 anos, uma exposição pode receber muita gente. Ao se estabelecer em um dos corredores urbanos mais movimentados da América Latina, esses números chegam a milhões. A Exposição da Paulista chega à sua décima edição aproveitando a visibilidade desse espaço público nobre para falar de Trabalho e Luta.

10ª Exposição da Paulista recebe obras de Derlon e Marcelo Cipis
10ª Exposição da Paulista recebe obras de Derlon e Marcelo Cipis Imagem: Divulgação

O tema é uma alusão às conquistas no ambiente de trabalho. A exposição abre, justamente, na semana que se celebra o Dia do Trabalhador. Os artistas convidados para traduzir o tema são o pernambucano radicado em São Paulo Derlon, e o paulistano Marcelo Cipis, sob a coordenação do curador geral de toda a série, o jornalista Fernando Costa Netto.

Ocupando a ciclovia da Avenida Paulista, entre a Rua Augusta e a Alameda Campinas, Trabalho e Luta traz 30 paineis, 15 de cada artista, em exposição 24 horas no espaço público. Além das conquistas, as obras tratam também da luta por melhores condições.

Os painéis retratam 15 tópicos dessa luta histórica, pontuados pelos professores da UNICAMP Claudio Batalha e José Dari Krein, com coordenação do professor Erledes Elias da Silveira: Organização dos Trabalhadores, Migrações, Jornada de Trabalho, Trabalho Feminino, Não ao Trabalho Infantil, Racismo, Tecnologia a Serviço da Vida, Fim do Trabalho Escravo, Luta pela Terra, Luta pelo Planeta, Direitos Sociais e Trabalhistas, Juventude, Discriminação por Orientação Sexual, Pessoas com Deficiência e Saúde.

Obra de Marcelo Cipis na exposição Trabalho e Luta
Obra de Marcelo Cipis na exposição Trabalho e Luta Imagem: Divulgação

E o trabalho do artista também é valorizado. Derlon resgata a fotopintura, a estética dos cordéis, com traços e personagens que lembram e valorizam a figura do brasileiro e as tradições brasileiras. Suas obras são propositadamente simples e expressivas. A opção estética do artista é reduzir traços e acentuar o poder comunicativo de suas obras.

"Os trabalhos que levo para a Exposição da Paulista fazem parte de uma série que venho fazendo nos últimos 2 anos. É um resgate do tempo em que eu colava lambe-lambes nas ruas, há 15 anos, desenhos em matérias de jornal, unindo o visual com o comunicativo, que conversa e traz reflexões sobre o tema", explica Derlon.

Marcelo Cipis, arquiteto que transita por diversas linguagens artísticas como a pintura, desenho, colagem, esculturas e instalações, atua ainda como ilustrador e também como escritor. Em 2000 foi laureado com o importante prêmio internacional da Fundação Pollock Krasner, de NY, que levou o trabalho do artista para diversas instituições e galerias de todo o mundo.

"Esses trabalhos interpretam questões essenciais que precisam ser adotadas em alguns casos, como a qualidade da saúde no trabalho ou do planeta, e superadas em outros, como a questão do racismo ou da LGBTQ+ fobia. Acredito no poder da arte como instrumento para transformar a sociedade. As imagens falam por si, são passíveis de serem interpretadas livremente, mas resolvi colocar títulos, para situar mais didaticamente as mensagens. Nestes trabalhos também ponho em prática uma das minhas paixões, que é o cartaz na rua, algo que pode trazer beleza e alegria à cidade", conta Cipis sobre as obras que traz para a exposição da Paulista.

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A Exposição da Paulista é coordenada pela Secretaria de Organização e Políticas Sindicais da UGT e pela Maná Produções, Comunicações e Eventos.

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Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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