Você pagaria R$ 2.000 em um abacaxi? Versão chinesa intriga americanos

Você pagaria R$ 2.000 em um abacaxi? Acredite: norte-americanos estão pagando US$ 396 (R$ 2.026,93, na cotação atual) em um modelo especial da fruta que começou a ser vendido no país no início do mês. O diferencial? A casca é vermelha.

O que esse abacaxi tem?

Esse abacaxi é um produto de marca registrada chamado Rubyglow (brilho rubi, na tradução literal), da empresa DelMonte. As vendas começaram em janeiro, na China. E, até agora, só estão disponíveis por lá e nos EUA.

A fruta é produzida na Costa Rica e é resultado do cruzamento entre uma espécie clássica e o abacaxi Morada, descrito como raro e predominante em regiões da Colômbia e da Venezuela. A empresa afirma que levou mais de 15 anos para desenvolver o produto.

O valor de mais de R$ 2.000 corresponde à venda na única distribuidora disponível nos EUA, a Melissa's. No anúncio, o produto é definido como uma "joia".

A fusão resulta em um exterior marcante em tons de joia e uma polpa rica em amarelo citrino que proporciona um sabor luxuoso e suave com acidez mínima

Detalhe importante é que o abacaxi é vendido sem a tradicional coroa. O produto é enviado em uma caixa, descrita como uma "arte de origami", com o tufo de folhas do topo cortado.

Vale lembrar: o item é perecível, como qualquer fruta.

Para o gourmet, é um presente inesquecível. A disponibilidade é limitada, então aproveite a oportunidade para experimentar esta fruta requintada --uma oportunidade rara para a maioria.
Anúncio de venda do abacaxi Rubyglow no site da distribuidora Melissa's

Há outras variedades "incomuns" de abacaxi". Não é a primeira vez que a empresa inova com tipos diferentes da fruta. Antes, ela já havia apresentado um abacaxi de tamanho reduzido (para "consumo pessoal"), um formato da fruta com interior rosa e outro que seria duas vezes mais doce do que o normal.

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Por que é tão caro?

Abacaxi é vendido sem a coroa e enviado em caixa descrita como 'arte de origami'
Abacaxi é vendido sem a coroa e enviado em caixa descrita como 'arte de origami' Imagem: Divulgação/DelMonte

Produtos como o abacaxi Rubyglow pertencem a um mercado de frutas de luxo. No marketing desses itens, há "atrativos" vinculados à sua exclusividade. "Este abacaxi exclusivo da Del Monte consolida ainda mais nossa posição de liderança global no mercado de abacaxi", pontuou o diretor-executivo da Fresh Del Monte, Mohammad Abu-Ghazaleh.

Além disso, há o apelo de que as unidades são limitadas, o que ajuda a encarecer o produto. A previsão é que 5.000 unidades do Rubyglow estejam disponíveis neste ano, e 3.000 em 2025 —o cultivo demora dois anos, informou a empresa.

Mas por que (e quem) paga por isso?

O motivo é simples: consumidores pagam pelo que é especial. Ao menos, é o que alega a estrategista de produtos frescos Cindy van Rijswick, da multinacional Rabobank, em entrevista à CNN dos EUA. "Há sempre um pequeno mercado para restaurantes sofisticados, ou gourmets, ou certos canais online", afirma.

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Segundo Robert Schueller, diretor de relações públicas da distribuidora Melissa's, os abacaxis esgotaram. Ele disse, também à CNN, que a empresa começou o mês com 50 frutas disponíveis. O destino das vendas foi principalmente restaurantes de alto padrão em Las Vegas e na Califórnia.

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