Como controlar um pet "terrível"? Melhorar a comunicação é só o começo
Um belo dia você chegou em casa e deparou-se com um verdadeiro cenário de guerra proporcionado pelo seu cãozinho. Agitado, hiperativo e ansioso, ele resolveu "gastar" toda a energia acumulada com peripécias nota dez nos quesitos criatividade e destruição.
Essa era a rotina de Aline e seu cachorrinho Bowie, um yorkshire, que participaram do terceiro episódio do Desafio Aceito e contaram com ajuda de Thelminha.
Identificou-se com a situação? Calma! Um combo envolvendo atividade física, estímulos mentais e enriquecimento ambiental é capaz de resolver o problema e conter os ânimos do pet estressado e do tutor enlouquecido.
O ideal, de acordo com especialistas, seria que as pessoas pesquisassem sobre as peculiaridades das raças antes de levar os bichinhos para casa, já que muitos cães têm a agitação e o alto nível de energia como características principais.
Quando os tutores adotam ou adquirem um animal sem conhecer suas particularidades, aparecem as frustrações e este é um dos principais motivos de abandono", diz Anderson Alcântara.
O coordenador da creche do Cachorródromo de São Paulo recomenda que, se possível, os futuros tutores procurem ajuda profissional para definir qual cãozinho "combina" mais com o perfil e estilo de vida da futura família.
"Acontece muito de a pessoa adquirir um border collie, por exemplo, porque é o cachorro mais inteligente do mundo, mas não pensa no gasto de energia e o pet acaba destruindo a casa. As reclamações com as raças menores são os altos índices de latidos. O ideal é sempre buscar as informações com um profissional que irá analisar sua rotina e o cão mais indicado", afirma.
Atividade é tudo
Mas se o cenário ideal passou longe da realidade e o caos já se instalou, é preciso tomar uma providência. O adestrador garante que atividade física, passeios e estímulos mentais caem muito bem para a saúde do pet e são capazes até de fortalecer o vínculo com o tutor.
Brincadeiras em ambientes externos com bolinhas e frisbee, jogos com alimentos escondidos, procura de objetos e contato com outros cães trabalham tanto o cognitivo quanto a parte física dos animais", ensina Alcântara.
Matricular o pet em uma creche também pode ser uma alternativa para conter a agitação. O CEO da Dog's Play, Guilherme Fernandes, afirma que cada cão tem necessidades diferentes do outro e o ideal é analisá-los individualmente.
"Precisamos entender cada caso para sabermos o que é necessário para ajudá-los a suprir o problema, seja fazer mais exercícios físicos e mentais ou socializar com outros cães e pessoas."
Além do estímulo com bolinhas, mordedores e brincadeiras entre os pets, existem as aulas de adestramento e atividades de enriquecimento ambiental. "O que geralmente os pais não conseguem fazer em casa", afirma o CEO.
A recomendação de Fernandes é que os tutores passem mais tempo com seus cãezinhos para entenderem suas necessidades.
Se é caminhar, correr, brincar no parque, buscar a bolinha e dedicar um tempo do dia para isso. Como muitas pessoas não têm tempo livre, o day care ajuda", diz.
Opções criativas
Assim como o boom das creches para pets, o mercado de brinquedos lota corredores de petshops com uma infinidade de possibilidades que muitas vezes não cabem no bolso dos tutores. Uma boa dose de criatividade com a utilização de "materiais" que já existem em casa aliada ao movimento DIY (sigla em inglês que significa 'faça você mesmo'), porém, podem ser a solução para o orçamento curto e a hiperatividade do pet.
"Ao invés dos brinquedos recheáveis, uma boa dica para dificultar a alimentação é encher uma caixa de ovos com ração ou petiscos e amarrá-la com uma fita. Outra ideia é fazer pequenos furos em uma garrafinha de água que se transforma em um brinquedo que o cão pode rolar e obter o petisco ou fechar os dois lados do rolinho do papel higiênico e deixar que o cão descubra como abrir", ensina a adestradora Ane Grispino.
Ane também recomenda que a primeira vez do doguinho com um brinquedo novo, seja comprado em petshop ou "fabricado" pelo tutor, nunca aconteça quando ele estiver sozinho, mas sempre sob supervisão. "Como alguns cachorros destróem e comem papel, é preciso observar, mas são formas muito eficazes de desviar a atenção do cãozinho de um móvel ou sofá, por exemplo", diz.
Trabalhando com o chamado "adestramento positivo", que não se utiliza de punição como forma de treinar os cãezinhos, Ane afirma que ensinar sem bater ou utilizar enforcadores, como infelizmente ainda fazem alguns adestradores, é sucesso garantido.
A ideia é apenas retirar algo que o pet quer, como por exemplo dar o petisco apenas quando ele acerta ou faz o que o tutor pede."
Sem exageros
Animado com a possibilidade de gastar rapidinho toda a energia acumulada do pet? Cuidado e pé no freio caem bem. É que o excesso de atividade também pode estressar o doguinho e o que era para ser solução acaba se transformando em um problema a mais.
"Algo muito importante que os tutores devem saber é o nível de exercício ideal para cada cãozinho. Muitos ficam tão incomodados com a situação que acabam levando o pet à exaustão, o que também pode gerar problemas comportamentais.
Nem sempre a frase 'cachorro cansado, é cachorro feliz' condiz com a realidade", diz Alcântara.
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