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Carol Solberg vê 'hipocrisia' do governo com manifestações políticas

Jogadora de vôlei de praia Carol Solberg na praia de Ipanema onde treina com sua equipe - Ricardo Borges/Folhapress
Jogadora de vôlei de praia Carol Solberg na praia de Ipanema onde treina com sua equipe Imagem: Ricardo Borges/Folhapress

Colaboração para o UOL, em São Paulo

12/12/2020 23h38

A jogadora de vôlei de praia Carol Solberg avaliou que o governo federal age com hipocrisia e de acordo com os próprios interesses quando o assunto é manifestações políticas no esporte. A atleta - que gritou 'Fora, Bolsonaro!' após a conquista de uma medalha -, entende que foi tratada de maneira diferente que seus colegas Wallace e Maurício Souza - do vôlei de quadra -, que se manifestaram pró-Bolsonaro.

Carol ressaltou que a Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) foi muito mais enfática na reação à atitude dela - contra o governo, que na nota liberada pela mesma instituição em relação à manifestação pró-governo.

"Eu acho que todos têm o direito de se manifestar, para o que quiser, mas é uma grande hipocrisia a forma como a coisa se desenhou para o meu caso, porque as deles também foram manifestações políticas após uma partida", afirmou Carol Solberg em entrevista ao Bola da Vez, da ESPN Brasil.

"Eles tiveram uma nota de repúdio da confederação, mas ela é extremamente diferente. Na minha, eles diziam que eu tinha manchado o torneio, que eu não agi com ética esportiva, foi bem diferente", continuou.

A atleta entende, ainda, que a reação do governo foi mais desproporcional por ela ser mulher. Apesar de entender que qualquer pessoa contra contrária seria atacada, Carol Solberg afirmou que o governo é machista e tem mais dificuldade de aceitar oposição feminina.

"Quanto a ser mulher, eu acho que qualquer pessoa que se manifeste contra esse governo [federal] tem chance de ser atacado, vai ser atacado, porque esse governo não sabe lidar com críticas. Mas eu ser mulher, isso aumenta muito! Porque é um governo extremamente machista, eles me olham e pensam: 'Essa atleta, menina, falando de política...Fica quieta! Quem é você?'", disse.

"Então é isso, eu acho que tudo isso tomou proporções muito grandes por eu ser mulher, todos teriam sofrido o que eu sofri, mas não nas mesmas proporções, com certeza, não", finalizou.