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ANÁLISE

Mauro: Se Inter for campeão, será legítimo, só não deixará legado e inovação

Do UOL, em São Paulo

21/02/2021 04h00

O jogo entre Flamengo e Internacional no Maracanã, hoje, às 16h, coloca frente a frente dois times de estilos diferentes de jogo, com a equipe comandada por Abel Braga sendo a única que pode se sagrar campeã já nesta rodada em caso de vitória fora de casa, o que encerraria um jejum de títulos do Brasileirão desde o terceiro conquistado pelo clube, em 1979.

No podcast Posse de Bola #101, Mauro Cezar Pereira analisa a possibilidade de tetracampeonato do Inter diante do Flamengo e afirma que o título seria um marco para o clube e seus torcedores, além de o mérito ser legítimo, mas não vê o time de Abel Braga deixando nenhum legado em termos de inovação para o futebol brasileiro.

"Um time como o Inter, se ele consegue o título, ele consegue o título e entra para a história do clube, obviamente seria um marco para o Internacional, que não ganha o Brasileiro desde 1979, mas não deixa nenhum legado do ponto de vista técnico, não tem nada de diferente, como time do Palmeiras do Felipão, como o time do Palmeiras do Cuca, mas e daí? Para o torcedor do Palmeiras, o que importa é que o Palmeiras foi campeão, para o torcedor colorado vai valer a mesma coisa", diz Mauro Cezar.

"Não é um mau para o futebol, apenas é um time que joga de uma maneira mais convencional, mais conservadora, sem nenhuma diferença em relação a aquilo que fazia, por exemplo, o próprio Abel em 2012 com o Fluminense, quando foi campeão, e um time também que ele pegou na liderança, perdeu a liderança, o Coudet o deixou na liderança, e recuperou. E tem alguns elementos do próprio técnico argentino, entre eles aquela pressão na saída de bola, tão bem-sucedida contra o São Paulo", completa.

Mauro Cezar ressalta que o jogo que pode decidir o título ou mudar a liderança de dono a uma rodada do fim do Brasileirão confronta estilos diferentes de jogo e espera o Flamengo de Rogério Ceni tomando a iniciativa e buscando ter a posse de bola, com o Inter buscando os contra-ataques.

"O Flamengo não vai dar a bola para o Inter, o Flamengo vai querer a bola e o Inter vai jogar no contragolpe, na bola aérea, talvez pressionando um pouco a saída no começo ou em alguns momentos do jogo, esse certamente vai ser o roteiro da partida, é um choque de estilos, sem dúvida alguma", diz o jornalista.

"Agora não tem essa de mal para o futebol, o campeão de pontos corridos é campeão legítimo, fez mais pontos, não dá para ficar discutindo isso. Agora, se pode discutir o legado de uma equipe, o Flamengo campeão com o Jorge Jesus deixou um legado, o Corinthians com o Tite deixou um legado, outras equipes não deixam legado, elas ganham o campeonato, mas depois você até esquece como jogam, não faz muita questão, porque são times que jogam um futebol mais convencional, que aliás esse é um dos grandes problemas do nosso país, é um futebol de pouca diversidade", conclui.

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