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Arnaldo: Voltar com o Robinho na condição de ídolo de futebol não é correto

Do UOL, em São Paulo

14/10/2020 04h00

O anúncio do retorno de Robinho como reforço do Santos causou diversas manifestações contrárias pelo fato de o jogador ter sido condenado a nove anos de prisão em primeira instância na Itália por crime de violência sexual, caso no qual a defesa do jogador recorre.

No podcast Posse de Bola #64, Arnaldo Ribeiro comenta o caso e afirma que, embora seja defensor da ressocialização em diversos casos, um jogador de futebol não deveria ser colocado de volta a uma condição de ídolo tendo uma condenação de violência contra a mulher.

"Acho que quem fez de forma mais brilhante foi a Jéssica Senra, jornalista baiana quando ela analisou a possível contratação do Bruno lá atrás pelo Fluminense de Feira, e as declarações dela foram tão cirúrgicas, que elas evitaram a contratação do Bruno pelo Fluminense de Feira. Embora não sejam os mesmos casos, vamos deixar aqui claro, são outras situações, são coisas diferentes Bruno e Robinho, eu acho que a questão da contratação do Robinho se aplica àquilo que a Jéssica falou em relação ao Bruno lá atrás", afirma Arnaldo.

"Sim, somos contra a pena de morte. Sim, somos contra a prisão perpétua por uma série de fatores. Sim, somos a favor da ressocialização. Porém, como ela fala muito bem dito, você reinserir o jogador de futebol que tem uma condição nesse país de ídolo, você resgatar o jogador de futebol à mesma função de ídolo não é correto, não é justo. Que a reinserção, ressocialização seja feita de uma outra forma, em outro meio, outra situação, outra profissão, outra função. Que seja de serviço público, tem mil possibilidades. Você retornar com o Robinho, ou com o Bruno, na condição de ídolo de futebol em um time de futebol como o Santos não é correto", completa.

Arnaldo afirma que até pelo fato de o jogador ter sido formado pelo clube da Vila Belmiro, o Santos deveria tomar mais cuidado antes de acertar o retorno de Robinho.

"Acho que o Juca disse tudo em relação à barbeiragem, a falta de habilidade, a falta de sensibilidade do Santos nesse momento, um clube que normalmente, naturalmente atrai simpatia por diversas situações. A gente conversou outro dia que é uma herança dos tempos do Pelé, uma coisa natural", diz Arnaldo.

"Você entrar nessa situação com um cara que foi revelado lá, que representou muito tempo os meninos de lá. Até por isso o Santos deveria tomar todo o cuidado com o que está fazendo, de uma pessoa que foi ídolo, e não vai ser mais ídolo, não pode ser mais ídolo, essa é a questão", conclui.

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