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Edinho procurou Juninho de quimono para entender incômodo com uma crítica

Do UOL, em São Paulo

14/06/2020 04h00

Antes de voltar a trabalhar no futebol como coordenador técnico do Tombense, em Minas Gerais, Edinho atuou durante 7 anos como comentarista do Sportv e suas análises durante algumas partidas causaram insatisfações com os próprios torcedores do Fluminense, onde foi ídolo, e também de jogadores, como Juninho Pernambucano, já no final da carreira, quando atuou pelo Vasco.

Em entrevista ao programa Os Canalhas, com os jornalistas João Carlos Albuquerque e Rodrigo Viana, Edinho explica as queixas dos torcedores do Fluminense e também o caso com Juninho, a quem procurou de forma inusitada para tentar entender o motivo da insatisfação do jogador, e que depois também foi comentarista na mesma emissora.

"Eu tive alguns problemas principalmente com a torcida do Fluminense, porque eles entendiam ou no entendimento deles que eu tinha que não criticar o Fluminense, que eu tinha que meio que passar a mão em cima de algumas situações que eu estava vendo e eu nunca fui de não criticar uma coisa que eu estava vendo, eu falava aquilo que eu estava vendo", diz Edinho.

Com Juninho, Edinho havia criticado uma jogada em um jogo dele pelo Vasco dizendo que ele "estava atrapalhando ao executar uma jogada". No jogo seguinte, estava apenas acompanhando a transmissão quando notou o descontentamento do jogador e depois disso passou a procurá-lo para entender o que havia incomodado o ídolo vascaíno.

"O repórter do Sportv foi perguntar para ele alguma coisa, aí ele afastou o microfone e perguntou 'é o Edinho que está lá em cima?'. Aí o repórter falou 'não, é fulano'. Aí eu voltei o vídeo, que a televisão dá para voltar e aumentei o som, que estava, aí eu vi que ele queria me responder alguma coisa, alguma crítica que eu fiz para ele. Aí o que eu fiz? Eu sou lutador de jiu-jitsu e de boxe também e ele tinha as filhas dele, estudavam junto com as minhas filhas e do lado da minha academia de jiu-jitsu e de boxe, e eu ia de mochila, com o quimono do lado de fora e as luvas também do lado de fora porque era só andar para a academia. E fui mais duas ou três vezes esperar ele na escola para saber o que ele queria comigo", conta o ex-jogador que atuou pela seleção brasileira nas Copas do Mundo de 1978, 1982 e 1986.

Apesar do quimono e das luvas de boxe, ele reforça que a ida atrás de Juninho não era para intimidar ou brigar com o então meio-campista do Vasco, mas por ser caminho da academia.

"Quem é lutador não briga, eu só ia mostrar para ele e perguntar, porque era caminho para a academia, só estou mostrando que era uma coincidência, eu ia perguntar para ele o que era o problema, e ele não apareceu. Depois eu liguei para o assessor dele, aí realmente ele falou que tinha tido uma crítica, alguma coisa, aí eu liguei várias vezes para ele. Só que ele nunca atendeu o telefone. Enfim, depois o negócio morreu, vi algumas vezes, nunca falei nada, e por ironia do destino, teve uma vez quando ele se tornou comentarista, criticou um jogador mais ou menos como eu critiquei ele, entendeu? Ou seja, pagou com a língua", conclui Edinho.

Os Canalhas: Quando e onde?

O programa Os Canalhas vai ao ar toda semana em duas edições semanais, na terça-feira, às 14h, e na quinta-feira, às 18h, em transmissão ao vivo, ou gravado, disponível na home do UOL ou nos perfis do UOL Esporte no Youtube e no Facebook e Twitter, com os jornalistas João Carlos Albuquerque e Rodrigo Viana entrevistando personalidades importantes do esporte brasileiro. Inscreva-se no canal Os Canalhas no Youtube para conferir mais de João Carlos Albuquerque e Rodrigo Viana.