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Funcionários pedem investigação sobre problemas raciais na Adidas nos EUA

Logo da Adidas - Odd ANDERSEN/AFP
Logo da Adidas Imagem: Odd ANDERSEN/AFP

17/06/2020 12h08

Uma semana depois de ter prometido maior diversidade nas novas contratações, a Adidas recebeu acusações de trabalhadores nos Estados Unidos sobre problemas raciais na empresa. A marca esportiva rejeita a denúncia.

Um grupo de 83 funcionários solicitou ao conselho de vigilância da marca alemã uma investigação sobre a diretora de recursos humanos, Karen Parkin, acusada de ter minimizado os problemas de racismo na empresa.

Solicitam ainda a criação de uma plataforma pública anônima para apresentar denúncias de racismo, disse a Adidas à AFP, confirmando informações do jornal Wall Street Journal.

Alguns funcionários negros americanos declararam ao jornal que a cultura da empresa está longe de ser igualitária.

Em uma reunião de funcionários no ano passado, na sede da filial Reebok em Boston, Parkin considerou o racismo um "ruído", que é tratado apenas nos Estados Unidos, e um problema que não afeta as marcas do grupo, disse o WSJ.

Em 12 de junho, Parkin pediu desculpas em uma mensagem na intranet, afirmando que "deveria ter usado uma palavra mais adequada" na reunião na sede da Reebok, conforme texto ao qual a AFP teve acesso.

"Adidas e Reebok sempre estiveram e estarão contra a discriminação em todas as suas formas, unidas contra o racismo", declarou a Adidas na nota divulgada nesta quarta.

Com 60 mil trabalhadores no mundo, 10 mil deles nos Estados Unidos, a empresa lembra que já possui uma plataforma telefônica para receber denúncias ligadas a esses assuntos e um mediador externo que responde às questões da equipe, segundo um porta-voz.

No dia 10 deste mês, a Adidas anunciou que 30% dos novos contratados nos Estados Unidos serão pessoas negras, ou de origem latino-americana.

O grupo alemão anunciou também que elevará para US$ 20 milhões, nos próximos quatro anos, o montante destinado a programas de apoio à comunidade negra nos Estados Unidos.