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Caso Robinho: 7 coisas que descobrimos com áudios de grampos

Colaboração para o UOL

05/07/2023 04h00

Foi ao ar na terça-feira (4) o último episódio do podcast UOL Esporte Histórias - Os grampos de Robinho. A série traz, com exclusividade, conversas gravadas pela polícia italiana durante a investigação sobre um caso de estupro coletivo envolvendo o ex-jogador Robinho e seus amigos.

Os grampos revelaram detalhes sobre o crime, que ocorreu em 2013. Robinho e um de seus amigos, Ricardo Falco, foram julgados e condenados em todas as instâncias da Justiça italiana.

Os outros amigos do ex-jogador foram citados pelo Ministério Público italiano, mas não se tornaram réus porque não foram encontrados no país. Os policiais constataram que seis homens tiveram algum tipo de relação sexual com a vítima, uma mulher albanesa, que estava sem condições de consentir.

Veja sete pontos revelados no podcast:

Os grampos no telefone e no carro

As gravações das conversas de Robinho foram autorizadas pela Justiça italiana a pedido do Ministério Público. Os áudios foram anexados ao processo, ao qual o UOL teve acesso. Além de monitorar ligações no telefone do ex-jogador, os policiais também instalaram um gravador no carro dele.

Os diálogos ocorreram nos primeiros meses de 2014, quase um ano depois do crime. No total, os arquivos têm 10 horas, 10 minutos e 19 segundos.

Primeira reação foi rir

Os áudios mostram que a primeira reação de Robinho ao saber da investigação foi rir. Jairo, um dos amigos de Robinho que estava na boate Sio Café na noite do crime, havia sido chamado pela polícia para depor na condição de testemunha.

"Ela denunciou geral. Os cara me chamaram pra depor", disse Jairo. Ao ver que o amigo ria, ele reafirmou a gravidade do caso. "Tô falando sério, mané. É sério, velho. Ela deu o nome de todo mundo. Quem tava lá", completou.

Pau no cu deles. Eles que pegaram a menina. Eu não fiz porra nenhuma, nem conheço.
Robinho, rindo, ao saber da investigação sobre o estupro

Versões combinadas

À medida que as investigações avançavam, porém, Robinho e seus amigos começaram a combinar o que diriam à polícia —sem saber que estavam sendo gravados.

Tem que ver direitinho a mesma resenha que vai soltar lá pra não falar resenha errada.
Robinho, em conversa com Ricardo Falco

Mudança de discurso

Nos primeiros diálogos, Robinho afirma que "não tocou" na vítima. "Quem tocou nela está lá no Brasil", diz, se referindo aos amigos que voltaram para casa depois da festa.

Agora eu vi o Rudney rangando ela e os outros cara rangando ela. Então os caras que rangaram ela vão se foder. Os cara que rangaram vão se foder.
Robinho, em diálogos gravados pela polícia

Rudney era um dos amigos do ex-jogador e estava comemorando seu aniversário na noite em que o crime ocorreu.

Ao longo do tempo, porém, a versão de Robinho sobre o caso foi mudando. Em outra conversa, Robinho diz que "tentou" fazer sexo com a mulher. Um dos argumentos é de que ele e o amigo Fábio Galan teriam sofrido de disfunção erétil na noite do crime.

"Mas peraí, eu vi que você pôs o pau na boca dela", afirma Jairo. "Isso aí não é transar", responde o ex-jogador.

Mais adiante, Robinho afirma que "comeu" a vítima, mas que a relação foi consensual.

Aonde que eu forcei a mina? Eu comi a mina, ela fez chupeta pra mim e depois saí fora. Os caras continuaram lá.
Robinho

Robinho já conhecia a vítima

Em depoimento à polícia italiana, a vítima afirmou que já conhecia Robinho havia dois anos.

Segundo ela, em uma das ocasiões em que se encontraram, também em uma boate, Robinho havia passado a língua em um dos seus seios.

Em um dos diálogos, Robinho diz ao amigo Ricardo Falco que a mulher "sabia" que eles não tinham feito nada.

A gente vai dar um soco na cara dela. Tu vai dar um murro na cara, vai falar: "Porra, que que eu fiz contigo? Eu fiz alguma coisa?" E eu, se eu fiz alguma coisa com a mina, não foi nada forçado.
Robinho, em conversa com Ricardo Falco

Medo da repercussão

À medida que a investigação avançava, o ex-jogador começou a demonstrar receio das possíveis consequências do caso. À época, Robinho tentava voltar a jogar pela seleção brasileira.

Se essa porra sair na imprensa, já era Copa, já era casamento. De novo acusado de estupro. Aí nego vai falar um monte de merda, foder minha imagem, de novo essa merda.
Robinho

Em 2009, a polícia da Inglaterra começou a investigar uma outra suspeita de estupro envolvendo Robinho, mas o caso acabou arquivado. O episódio ocorreu pouco antes do casamento do ex-jogador com Vivian Guglielmetti.

A cerimônia chegou a ser cancelada depois que o caso veio à tona —mas, com o arquivamento da investigação, Vivian decidiu prosseguir com o casamento.

Destino da vítima

A albanesa vítima o estupro coletivo na Itália tenta seguir sua vida. Ela voltou para a faculdade e, aos 33 anos, se formou em direito.

Agora advogada, a albanesa pretende ajudar outras vítimas de crimes sexuais. Ela não foi identificada no podcast, como forma de ser preservada.

Ouça todos os episódios de UOL Esporte Histórias - Os grampos de Robinho

Você pode ouvir todos os episódios nos links abaixo.

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