Grampos de Robinho: como seu carro pode abrigar escutas escondidas

Condenado pelo estupro de uma mulher albanesa na Itália, o ex-jogador Robinho teve escutas de conversas comprometedoras com familiares e amigos usadas de forma decisiva no processo judicial - e divulgadas com exclusividade em podcast do UOL. A origem dos áudios foram grampos instalados em carros do atleta, o que levanta a questão de como funciona este tipo de recurso em veículos.

As escutas funcionam com baterias próprias, sem utilizar fonte elétrica do carro. Podem ficar escondidos sob o painel ou bancos, por exemplo, sem qualquer interferência no funcionamento do veículo.

Aparelhos são comercializados livremente na internet com valores que vão de R$ 120 a R$ 350. A venda não é proibida no Brasil, mas determinados usos são considerados criminosos no país.

"Eles podem ser usados para segurança do proprietário. O problema é o uso para más finalidades e sem consentimento ou ciência de outras pessoas. Aí pode-se configurar práticas criminosas", explica José Milagre, perito especialista em crimes cibernéticos.

Importante ressaltar que gravações não autorizadas podem ser enquadradas como crimes de perseguição e violação de privacidade, além de ferir a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).

"Mesmo para investigar um crime, a prova é ilícita se não for feita por um dos interlocutores ou com ordem judicial", afirma Milagre. Vale ressaltar que, no caso de Robinho, as escutas foram autorizadas pela Justiça italiana.

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