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São Silvestre: Daniel diz que sentiu cansaço após maratona no início do mês

Daniel Nascimento cruza a linha de chegada em segundo lugar e é o melhor brasileiro da São Silvestre de 2021 - ROBERTO CASIMIRO/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO
Daniel Nascimento cruza a linha de chegada em segundo lugar e é o melhor brasileiro da São Silvestre de 2021 Imagem: ROBERTO CASIMIRO/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO

Talyta Vespa

Do UOL, em São Paulo

31/12/2021 10h45

Destaque brasileiro na 96ª edição da Corrida de São Silvestre, Daniel Nascimento, que ficou em segundo lugar entre os homens, atribuiu sua queda de ritmo na parte final da prova ao cansaço que sentiu por ter corrido uma maratona no início de dezembro.

Daniel Nascimento brigou pela liderança da prova com o etíope Belay Tilahum Bezabh até a reta final, quando viu o adversário abrir vantagem e vencer com tranquilidade, colocando mais de vinte segundos de vantagem sobre o brasileiro.

"[Em 2019] Vim só para fazer uma boa prova, mas fui o melhor brasileiro daquela temporada. Pensei: se o Brasil precisa de mim, sei por onde começar, onde preciso evoluir. Esse ano, foi diferente. [Hoje] Fiz tática boa, me posicionei bem, mantive o ritmo. Mas bem no finalzinho, comecei a sentir a fadiga da maratona, porque havia competido em cinco de dezembro. Foi surpresa pra mim, meu amigo queniano me falou que era impossível ter uma recuperação muito boa pra São Silvestre. Ele disse: se você acredita, eu acredito. Cheguei e fiz uma ótima prova", declarou Daniel Nascimento.

"Onze anos sem um brasileiro vencer a São Silvestre. Na última, disse que buscaria evolução pensando no futuro. Consegui a segunda melhor marca de todos os tempos do Brasil. Estou muito feliz por essa evolução minha. Temos muito o que colher. Se a gente pensar no futuro, não só os adultos mas os jovens, esse é nosso palco e tradição. Quero agradecer a todos os brasileiros que torceram por mim. Mais uma São Silvestre aí", avaliou.

O brasileiro destacou sua evolução e seu tempo de treinamento no Quênia. Daniel Nascimento ainda ressaltou o fato de ter atingido a segunda melhor marca de um brasileiro na história da São Silvestre, apesar de não ter conseguido o título. O principal objetivo do atleta nos próximos anos é disputar a maratona nos Jogos Olímpicos de Paris, em 2024.

"O mais importante foi: eu disse que seguiria evoluindo, mas tivemos um choque devido a covid. Fui para o interior, trabalhei duro respeitando as restrições. Fui para o Quênia e fiz minha estreia na maratona, onde consegui fazer o índice olímpico. Foi um dos meus melhores anos", avaliou.

"Fui para os EUA fazer uma prova estratégica. Tive hipertermia e deixei a prova por causa do calor. Mas voltei para o Brasil e depois para o Quênia. Hoje consegui fazer a segunda melhor marca da história do Brasil. Pensando em 2024, tenho que ficar na casa dos campeões e chegar aos Jogos Olímpicos, que é sonho de todo atleta. Lá, tenho todo esse suporte . Estou focando mais na evolução, por ser jovem e estou me destacando agora. Acho que, com sabedoria, disciplina e descanso, muito trabalho duro e oportunidade, tudo dá certo. São os pontos principais que quero levar daqui para a frente", completou

Segunda casa

Campeão da prova masculina, Belay Tilahum Bezabh avaliou que o calor tornou a prova mais difícil e disse que se sente à vontade para correr no Brasil. Esta foi a segunda vez que o etíope venceu a São Silvestre - já havia sido o vencedor em 2018.

"Gostei da corrida. O tempo ajudou, estou adaptado ao clima brasileiro. Estava quente e foi tranquilo. Tenho treinado na altitude de 3.200 metros, então voltar para o Brasil, a altitude de 800 metros tornou a prova mais fácil. Senti só a questão do calor. Estava um pouco quente. Considero o Brasil minha segunda casa. Agradeço à organização da prova, aos brasileiros pela recepção. Adoro estar aqui"

Brasil bem representado

Melhor brasileira no feminino, Jenifer do Nascimento, terceira colocada da corrida, destacou o fato de que três atletas do país ficaram entre as cinco primeiras. Valdilene dos Santos ficou em quarto, e Franciane Moura em quinto. Na opinião da atleta, o Brasil foi muito bem representado.

"Essa prova é muito disputada, sempre vem estrangeiro. Há tempos não tem brasileira no pódio e dessa vez subiram três brasileiras. Estou muito feliz porque é uma corrida feita no nosso país e podemos representá-lo. Prova muito difícil, sempre bem disputada. Só tenho a agradecer mesmo por esse momento", disse.

Campeã da prova, Sandrafelis Chebet agradeceu a organização do evento e disse que se sentiu muito acolhida no Brasil. A queniana também é bicampeã da São Silvestre - venceu em 2019.

"Já é mais uma vez que venho ao Brasil, estou agradecida pelo convite, organização e ao povo brasileiro pelo acolhimento. A corrida foi muito boa com a temperatura muito boa", avaliou.