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Tino Marcos diz que saída da Globo era programada 'há muitos anos'

Tino Marcos diz que saída da Globo era programada há anos - Transmissão ESPN
Tino Marcos diz que saída da Globo era programada há anos Imagem: Transmissão ESPN

Colaboração para o UOL, em São Paulo

27/03/2021 20h42

Apesar de ter acontecido apenas este ano, a despedida de Tino Marcos do Grupo Globo era "programada intimamente" pelo jornalista há muitos anos.

Convidado do "Bola da Vez" - programa da ESPN Brasil exibido hoje - o repórter afirmou que o fim deste casamento sem um "desgaste maior" era um pensamento antigo.

"Na verdade, há muitos anos eu programava intimamente essa possibilidade de sair da Globo sem experimentar um desgaste maior. Eu queria que o casamento terminasse sem grandes conflitos. Era um sonho que eu não sabia se teria condição de realizar, mas aos poucos isso foi se materializando", falou Tino.

Segundo o repórter, a mudança na cobertura da seleção brasileira contribuiu para o fim do ciclo. A despedida da pentacampeã aconteceu ao final da Copa América de 2019.

"Eu comecei achar que o que eu sempre fiz mais na vida, que era cobertura de seleção brasileira, começou a se modificar muito. A gente sabe que os processos de frequência na seleção brasileira para um jornalista mudaram muito. Hoje, a gente assiste 15 minutos de aquecimento, roda de bobo; não assiste mais treinos táticos, às vezes não assiste nada. Às vezes tem uma entrevista, às vezes não tem nada. Então ficou muito árido continuar na cobertura da seleção, e não queria me tornar aquele repórter chato: 'Ah, no meu tempo era legal'. A realidade é outra"avaliou.

"Eu achei que simbolicamente seria legal (sair da seleção após a Copa América), e a direção entendeu muito bem que eu saísse naquele momento. Começou ali um certo desmame, e eu comecei a focar mais em matérias especiais, que eu adoro fazer. Só que veio a pandemia e acabou ceifando as nossas possibilidades de ir aos lugares, de fazer a captação de imagem", completou.

A impossibilidade de realizar matérias especiais por conta da pandemia de covid-19 foi outro favor considerado pelo repórter. "Eu não estava feliz assim, não estava encaixado. Achei que era o momento".

E a 'chama' da seleção brasileira?

Com oito Copas do Mundo e 30 anos de seleção brasileira no currículo, Tino acredita que a "chama" do Brasil não se apagou nos corações dos torcedores.

"A seleção brasileira, no imaginário do torcedor, essa chama está ali naquele armário, e ela tem variações. Ela não morre, como as pessoas às vezes supõem. Eu vejo essa oscilação de popularidade como algo que acompanha a seleção brasileira. É preciso ter muito cuidado e carinho com essa chama", opinou o jornalista, que colocou a Liga dos Campeões como um "adversário" da verde-amarela:

"Eu identifico a Champions como um 'adversário' da popularidade da seleção brasileira, eles renovam a cada ano, disputando a Liga dos Campeões, uma pequena Copa do Mundo. Ser campeão de uma Champions, do ponto de vista do jogador, não é tanto quanto ser campeão do mundo, mas é perto".