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Nadja Mauad tentou carreira como atleta e hoje não consegue mais usar salto

Nadja Mauad foi uma das comentaristas da Copa do Mundo feminina - Raquel Cunha/TV Globo
Nadja Mauad foi uma das comentaristas da Copa do Mundo feminina Imagem: Raquel Cunha/TV Globo

Beatriz Cesarini

Do UOL, em São Paulo

25/07/2019 04h00

Figura carimbada nas bancadas dos programas do SporTV, Nadja Mauad foi destaque na cobertura da Copa do Mundo de futebol feminino. O que nem todos sabem é que antes de se tornar jornalista, ela tentou a carreira como jogadora de tênis. Hoje, tem que evitar ao máximo usar salto alto por causa disso.

"Eu praticamente nasci fazendo esporte. Comecei com a natação aos quatro anos e fui até os 14. Fiz hipismo durante dois anos. Também joguei handebol e vôlei. E futebol, sempre e até hoje. Mas me dediquei mesmo ao tênis. Joguei durante dez anos. Campeonatos estaduais, brasileiros, mas tive muitos problemas com lesões. Sonhava em ser atleta. Cheguei a dar aulas de tênis quando tinha 18 anos, mas segui mesmo no jornalismo", contou Nadja em entrevista ao UOL Esporte.

"Tive várias lesões quando jogava tênis, vivia torcendo o pé. Até que na lesão mais grave rompi dois ligamentos do tornozelo. O resultado é que nunca consegui usar salto direito no dia a dia. Uso em festas, sempre com o marido do lado em caso de acidente".

"Já fui retirada do ar porque um diretor não gostava da minha voz"

Conhecida por um timbre de voz potente, Nadja sofreu preconceito logo no início da carreira. "Comecei trabalhando em rádio e fazia muito tempo que não havia uma repórter de campo em Curitiba. Já fui retirada do ar porque um diretor não gostava da minha voz. Hoje, lido na boa. Minha voz é diferente, forte, minha marca registrada. A cobrança é muito maior sobre as mulheres, por isso sempre dobrei meus estudos", declarou a jornalista.

Um dos nomes da Copa feminina

Nadja comentou jogos e participou de programas sobre a Copa do Mundo de futebol feminino. Mesmo acostumada em dar a sua opinião sobre o esporte em conversas informais, foi um desafio. "Foi uma experiência sensacional. Eu sempre gostei de dar a minha opinião sobre posicionamento, sobre a parte tática, sobre função ou até contratação de jogadores. Mas viver esse lado profissionalmente foi diferente".

"A preparação foi intensa para conhecer cada detalhe das seleções. Sabia que a responsabilidade de contar e transmitir a maior Copa do Mundo feminina da história seria enorme. Passei a admirar ainda mais o trabalho dos colegas comentaristas", disse Nadja, que pensa em se tornar comentarista no futuro.

"Meu coração sempre esteve na reportagem. Por ter essa ligação enorme com esporte, com a emoção do campo, por gostar muito de viver a adrenalina de uma partida. Tenho outras paixões declaradas: notícia e contar histórias. Brinco que gosto do cheiro da quadra, do campo, da rua. Mas sempre quando penso no futuro, virar comentarista é uma ideia que está na cabeça", disse.

A Copa do Mundo feminina deste ano bateu recordes quando o assunto é engajamento. Esta edição que aconteceu na França foi a que mais mobilizou a população mundial. Nadja ficou tocada com tamanho envolvimento.

"Foi emocionante, especialmente em jogos da seleção brasileira, mas também no restante do torneio. Muitos se identificaram com as histórias de vida e de superação dessas mulheres. Também notei que aumentou o número de meninas com vontade de jogar futebol, procurando escolinhas. Ainda é um começo, mas os recordes de audiência, o engajamento nas redes sociais e a busca por informações mostraram que existe espaço e interesse. Rimos, comemoramos e nos emocionamos nessa Copa", destacou.

As inspirações

"Tenho várias referências. Comecei assistindo Fórmula 1, na época com dois ídolos: Senna na pista e Galvão Bueno na narração. Guga, Ronaldo, Daiane, Fabi, Leila, Emanuel, Marcia Fu, Giovani, Tande, Giba, Maria Esther Bueno estão entre os que me inspiraram no esporte. Entre as referências profissionais, Tino Marcos é o grande mestre, mas tenho muitos colegas inspiradores. Pedro Bassan pelo texto, por identificar o que é a notícia na história. E tantos outros nomes, como Rodrigo Alvarez, hoje correspondente, Marcelo Courrege, Reginaldo Leme, Glenda Kozlowski, Janaina Xavier e Janaina Castilho".