Brasileiras no Qatar

Impacto cultural, restrições, álcool e Ramadã: como é a vida de mulheres que escolheram morar no país da Copa?

Gabriel Carneiro Do UOL, em São Paulo

Minha primeira impressão do Qatar foi mais ou menos assim: eu desembarquei em Doha em agosto de 2018. Era 8h30 da manhã e eu pensava: 'Ah, não pode estar tão quente assim'. Saí do aeroporto sozinha e cheia de tralhas, porque eu vim para ficar. Aí a porta automática abriu e veio aquele bafo de, tipo, 40 graus logo cedo. Eu olho para um lado e vejo uma mulher vestida de abaya preta e lenço preto na cabeça. Olho para o outro lado e vejo um homem com aquela roupa tradicional branca e lenço na cabeça. Na hora eu penso: 'Onde eu vim parar? Por que é que eu vim para cá? Quem disse que o Qatar era legal?'. Estava a fim de dar meia volta e voltar para a sala de embarque. Eu só pensava uma coisa: 'Ferrou'."

Giordana Bido é de Novo Hamburgo-RS e foi para o Qatar fazer faculdade há quatro anos. Depois desse choque cultural (e térmico) no desembarque, a brasileira se adaptou aos costumes, regras e particularidades do país quase 12 mil km longe de casa. A vida é muito diferente do outro lado do mundo.

Segundo informou o Itamaraty ao UOL Esporte, a comunidade brasileira no Qatar é formada atualmente por pouco menos de duas mil pessoas. Nós conversamos com algumas mulheres (e um homem) para contar suas histórias de vida e entender as dificuldades de adaptação num país onde não se bebe, onde o código de vestimenta é diferente e onde as mulheres têm menos direitos do que os homens. Também é o país onde estarão os olhares do planeta inteiro daqui a dois meses por causa da Copa do Mundo.

Onde é o Qatar?

Giordana é um dos vários casos de cidadãos brasileiros que pararam no Qatar meio que por acidente. Formada no Ensino Médio no Rio Grande do Sul, ela tinha o plano de cursar Comunicação na Northwestern University, que fica numa cidade dos Estados Unidos pertinho de Chicago. "Na hora de enviar minha candidatura, no fim do documento tinha uma caixinha que perguntava: 'você quer ser considerada no campus no Qatar?'. Eu botei que sim sem nem saber onde era o Qatar (risos)", ela conta.

A brasileira não passou na faculdade americana, mas dois meses depois recebeu o convite para estudar no Qatar. Foi ali que ela descobriu que a universidade tinha essa sede no Oriente Médio dentro de um complexo de ensino chamado "Cidade da Educação". É onde ela se formou no último mês de abril.

Giordana não é a única que antes de viajar para o Qatar precisou descobrir onde ficava no mapa. É uma história parecida com a da treinadora de boxe e muay thai Leila Cardoso. Ela vivia em Fortaleza e sonhava em morar fora do país, preferencialmente na Austrália. Mas não foi assim que o destino escreveu. "A ex-cunhada do meu esposo me mandou uma mensagem que estava sendo divulgada no Facebook: 'procura-se treinadora de boxe para trabalhar em academia só para mulheres em Doha'. De cara já me perguntei: 'Gente, onde é Doha?'."

Há quatro anos, Doha é casa de Leila. É lá onde ela ensina luta para mulheres que às vezes a própria sociedade enfraquece.

Qatar construiu uma cidade em volta do estádio da final; veja

A vida da mulher no Qatar

Leila foi vice-campeã mundial de muay thai na Tailândia, em 2018. Encarou sessões de terapia para desapegar da carreira de lutadora e aceitar a vida de professora. Ela tem 33 anos e ainda sonha em voltar aos ringues, mas sem o mesmo furor de antes.

Na academia em Doha, dá aulas só para mulheres. Há as turmas com estrangeiras e também o formato personal, em que atende mais as qataris. O Qatar tem essa curiosidade: da população estimada de 3 milhões de pessoas, só 10% são nativos. O resto é estrangeiro que foi ao país para trabalhar.

Boa parte da população — nativa ou expatriada — segue a religião e as leis islâmicas. A depender da interpretação da lei, há janelas para a repressão de direitos fundamentais das pessoas, principalmente mulheres. Quem vive lá diz que o Qatar não é tão extremista quanto outras nações árabes, mas há pontos de debate.

Um exemplo banal é que Leila não pode filmar aula com uma mulher qatari para divulgar seu trabalho, corrigir exercícios ou acompanhar a evolução das alunas: "Sinto que elas não querem se expor por não quererem que vejam que elas erram. Isso tem muito a ver com a criação, são mulheres ensinadas a não demonstrar fraqueza e não ter o direito ao erro."

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A advogada Aline Pereira Manfrin é de Goiânia, vive em Doha desde setembro de 2017 e já sentiu na pele que a vida no Qatar não é como no Brasil neste sentido: "Mulher aqui pode fazer tudo o quiser, dirigir, andar sozinha, estudar, mas para tudo tem que ter autorização do esposo ou do empregador, o sponsor."

Às vezes, vou fazer algo simples, como tirar uma licença de guia de turismo. Para isso, preciso anexar uma carta do meu marido autorizando que eu faça esse curso. Para tirar a carta de motorista, preciso que ele autorize. Se eu for trabalhar, preciso da autorização. Isso é bem complicado e não vai mudar."

Uma mulher solteira só pode ir para o Qatar para trabalhar. Nesse caso, as autorizações são emitidas pelo empregador ou empregadora. As mulheres são apenas cerca de 25% da população do país.

Com que roupa eu vou?

Um relato comum a todas as mulheres ouvidas pelo UOL nesta apuração é que demoraram para entender como deviam se vestir no Qatar. Como há muitos expatriados e certa abertura ao mundo ocidental, lá ninguém é obrigado a usar os trajes tradicionais. Mas isso não significa que não haja regras. A jornalista Paula Nascimento vive há 12 anos no país e aprendeu as lições.

"Hoje eu fui trabalhar de regata e um kimono por cima. Se eu fosse só de regata talvez meu chefe não falasse nada, mas tenho consciência de que estou fora do que é o dress code do país e da empresa. Quando vou num shopping no fim de semana, eu posso ir de regata. E vou. Mas sempre terei comigo um echarpe, um casaquinho, porque não quero me sentir constrangida. Não gosto de passar pela situação de um árabe chegar para mim e falar 'haram' [pecado], ou o que aconteceu com uma amiga no supermercado: 'vai embora porque a mulher ali chamou a polícia'."

O tal código de vestimenta é mais ou menos assim: homens não podem mostrar em público do pescoço aos joelhos e mulheres do pescoço até a canela ou calcanhares. Decotes, saias e shorts curtos e roupas apertadas ou rasgadas devem ser evitados. Em prédios públicos e religiosos, essas regras são seguidas à risca. Na rua, há alguma flexibilidade, principalmente em bairros com mais moradores estrangeiros e nos hotéis. Nas praias públicas, estão liberados biquínis e burquínis [um tipo de traje de banho para mulheres que cobre o corpo todo].

No Brasil eu já não era de usar shortinho, regatinha e vestidinho ou decote porque é meu estilo, então foi tranquilo de me adaptar. Num shopping, por exemplo, tem regras. Mas se eu quiser andar de shortinho e regatinha na rua, tem certos lugares em que é ok. Na Pérola, por exemplo, que é um destino internacional, cheio de expatriados, não teria problema. No Souq também, aquele mercadão."

Giordana Bido, sobre o código de vestimenta

Eu não iria, mas se quiser ir eu posso ir, não vou ser presa por isso. O problema é que com certeza vou receber alguns olhares. Então, sempre sugiro quando as mulheres me perguntam: use sob sua conta em risco. Você vai receber olhares, talvez alguém dê uma reclamadinha, diga 'haram' e aí depende do jeito como tu lida com isso. Para evitar, eu prefiro seguir as regras do país."

Giordana Bido, sobre possíveis consequências de não seguir esse código

Sinto que isso está mudando. Há uns anos, era bem mais sério, você não podia ir no shopping com uma regata de jeito nenhum. Hoje, mudou. Tem que ter pertinência, digamos assim. Em lugares do Governo você não pode ir mostrando o joelho ou os ombros. Nos Correios, por exemplo. No shopping, já pode usar uma coisa mais curta, dependendo do bairro também. Num supermercado internacional é mais flexível. No árabe, talvez nem entre. Depende."

Yasmin Pereira Carvalho, Estudante brasileira, 18 anos

Acervo pessoal

No começo eu sempre andava com o braço coberto e de calça. Sou toda tatuada e tinha receio de mostrar, porque eles falam que é 'haram'. Recebia muitos olhares também. Provavelmente eu ainda receba, mas não me importo mais. Muitas das vezes, quem encara são as mulheres, porque os homens, de acordo com a religião, nem podem ficar olhando para as mulheres. Tem algumas clientes que chegam e me dizem: 'Poxa, eu queria tanto poder me tatuar. Olho para as suas tatuagens e fico pensando nas milhões de tatuagens que eu poderia ter'. Mas elas não podem. É um país que puxa, sim, para o machismo. Mas hoje vou para a academia de short, saio na rua, desço do prédio, pego Uber. Antes eu não sabia se seria presa, se alguém ia reclamar, mas hoje sei que não vai. Tem gente de todo lugar do mundo e eles não podem ser tão restritos."

Leila Cardoso, residente no Qatar há quatro anos

O país mais seguro do mundo

Apesar da crítica ao que veem como "desvantagens" de direitos em relação ao homem no Qatar, as mulheres se sentem mais seguras por lá do que no Brasil.

"Fiquei assustada com isso. Positivamente, claro (risos). No supermercado, as pessoas penduram as bolsas no carrinho de compras e vão pegar algum item em outra seção. Ninguém mexe. Quando minha filha vai de férias para o Brasil, eu digo para tomar cuidado porque não é Qatar", conta a advogada Aline Manfrin, mestranda em direito público que mantém no Instagram uma página de culinária com dicas de lugares para achar produtos brasileiros em Doha, @temperandodoha.

É comum ir ao shopping para comprar algo e deixar o carro no estacionamento aberto, ligado e com o ar condicionado funcionando para quando voltar a parte interna do veículo ainda estar fresca na luta contra o forte calor de Doha.

A comunicóloga Giordana Bido diz que a mãe teve preocupações sobre a ida para o Qatar e só se convenceu quando vizinhos, que já tinham morado por lá, disseram que era o país mais seguro do mundo. Ela nunca viveu episódios de violência, exceto algumas perseguições na rua. "Pessoas desnecessárias que te seguem para conseguir seu número de telefone. Não sei o que se passa na cabeça. No geral é um país muito seguro. Mas essa é minha experiência, porque sei que há pessoas com experiências diferentes, que não se sentem tão seguras como eu me sinto", conta.

A treinadora Leila Cardoso tem relatos parecidos e conta como resolve: "Se você ameaçar ligar para a Polícia, eles somem. O qatari não fala nada para as mulheres porque respeita e os estrangeiros não vão além porque têm medo de ser presos."

A advogada Paula Nascimento diz que a segurança é uma das razões pelas quais ela não pensa em deixar o Qatar no futuro. Mas isso não significa que o marido, o veterinário Silvio Arroyo Filho, escape das broncas: "Às vezes, ele entra em casa depois do trabalho e deixa o carro aberto na rua com computador, chave, carteira. Nunca aconteceu nada, a gente dorme de porta aberta, mas fica esse pensamento."

Silvio e os cavalos do rei

Silvio Arroyo Filho e a esposa Paula Nascimento são do interior de São Paulo e vivem no Qatar há 12 anos. Eles têm três filhos e os dois mais novos já nasceram no país — um deles, aliás, joga futebol nas categorias de base do Al Rayyan e no projeto Aspire, esperança do país para ter uma seleção competitiva depois da Copa.

O casal foi viver no Qatar por causa de uma proposta de emprego recebida por Silvio. Ele é médico veterinário e conheceu um grupo de árabes que tinham ido ao Brasil competir e comprar cavalos. Eles adoraram um animal que o brasileiro cuidava e logo isso se transformou numa oportunidade que mudou a vida da família.

Silvio passou a cuidar dos cavalos da equipe nacional de enduro do Qatar. Enduro é a modalidade de esporte equestre com percursos de longa duração, corridas que podem chegar a 160 km de distância. A equipe nacional treina no haras Al Shaqab, que é o maior do mundo e pertence ao sheik Hamad bin Khalifa Al Thani, pai do sheik Tamim bin Hamad bin Khalifa Al Thani. Eles são respectivamente o pai e o atual emir — ou seja, o rei, o monarca — do Qatar.

Não é errado dizer que Silvio cuida dos cavalos do rei.

"Eu lidei uma única vez no Mundial de 2014 com o sheik Abdullah, que foi primeiro-ministro do país por sete anos. Me surpreendi com a questão da educação, um cara que respeitava o nosso trabalho. Não temos tanto contato com os sheiks de primeiro escalão porque é muito fechado. Quando o emir chega, ou o pai dele, geralmente vem polícia, segurança. Aí isola, manda todos embora. Ele [o emir] vai e fica sozinho com quem está mais perto dele. Mas meu dia a dia é com os locais, tenho muitos amigos, treinadores, viajei muito com todos", conta Silvio Arroyo.

Há três meses, o brasileiro mudou de departamento dentro do haras. Ele deixou de trabalhar com cavalos de enduro para cuidar de cavalos de halter, que são animais para shows, apresentações e performances.

A cervejinha, a feijoada e o entretenimento "haram"

Silvio e Paula são um casal festeiro. Adoram reunir amigos, principalmente da comunidade brasileira, para jantares e comemorações. A cervejinha não pode faltar.

Não é proibido beber no Qatar. São proibidos a venda e o consumo de álcool em lugares públicos. Andar pelas ruas aparentando embriaguez é algo passível de abordagem policial e dirigir sob efeito de álcool é considerado intolerável. São normas baseadas na "sharia", a lei em vigor em vários países com população predominantemente muçulmana, e que também criminaliza a homossexualidade.

Os bares e restaurantes de hotéis internacionais vendem álcool para estrangeiros residentes ou turistas. O país só tem uma distribuidora de bebida autorizada e permite o acesso controlado a quem quiser comprar e consumir em casa. São desafios para quem se acostumou com outra vida no Brasil, como Aline Manfrin.

Não consigo me acostumar com esse calor sem uma cerveja gelada para tomar. Eu estou acostumada a no sábado comer uma feijoada e tomar uma cerveja, no fim da tarde sair com as amigas e tomar um vinho. Aqui eu posso tomar, mas no hotel e com valores muito altos, e carne de porco sem chances, então sinto falta."

Também tem balada no Qatar. Só pode entrar maior de 21 anos, além de uma regra que pode descer quadrada para o brasileiro, como explica Leila Cardoso: "Para quem gosta de balada tem balada todo dia. A terça-feira é grátis para mulheres, na quarta-feira tem salsa e quinta, reggaeton. Não vai faltar festa. Mas tem um porém: acaba às 2h. As luzes acendem e os seguranças te colocam para fora. O que por sinal é até bom, você vai para a casa e não tem perigo de fazer merda por aí (risos)".

O after, aquela continuação da festa dedicada aos inimigos do fim, costuma ser por baixo dos panos, na casa de alguém conhecido e com poucos convidados. É o entretenimento "haram". O contrário disso, passeios em parques, museus, no mercado, com a família, é a diversão "halal" no Qatar.

Na Copa do Mundo essa proibição de álcool vai ser um pouco flexibilizada.

O mês de comer no banheiro

Tem um mês do ano que é mais difícil para os brasileiros habituados às práticas mais "haram" do dia a dia. É o mês do Ramadã.

O calendário islâmico é contado pelas voltas que a Lua dá na Terra, por isso não coincide com o calendário usado no ocidente. O Ramadã é o nono mês lunar e vai mudando de acordo com nosso ano gregoriano. Em 2022 foi de 1º de abril a 1º de maio e em 2023 será de 22 de março a 20 de abril.

Neste período, em todos os dias entre o nascer e o pôr do sol, os muçulmanos não devem comer, beber ou ter outros prazeres. Jejum total para purificar corpo e mente, focando na espiritualidade e caridade. Um pilar da religião. Quem não é que lute.

"Na escola, assistindo aula, eu não posso comer e nem tomar uma água, porque eles consideram um desrespeito. Na hora do intervalo tem uma sala designada para as pessoas que comem, então você come meio escondido", conta Yasmin Carvalho.

Giordana Bido dá um relato parecido. Diz que na faculdade o refeitório tinha áreas específicas para refeição cercadas por tapumes pretos para que os muçulmanos não vissem a comida durante o dia. Fora dali, nem água, nem mascar chiclete em público ou dentro do carro. A maioria das pessoas vai para cabines reservadas no banheiro se quiserem comer algo.

Paula e Silvio se incomodam menos com o Ramadã. Gostam das jornadas de trabalho reduzidas, do trânsito mais suave e acham bonitas as cenas de quando o sol se põe e os árabes lotam restaurantes para comer como se fossem ceias de Natal diárias durante um mês. Já Leila e o marido Bruno Freire não curtem e tentam tirar pelo menos 15 dias de férias nesse período fora do país.

"Não tem nada para fazer. Durante o dia os restaurantes fecham, os shopping funcionam em horário reduzido e as pessoas saem menos de casa. Você pode ir para a praia, mas às vezes coincide de o Ramadã ser no verão e você não aguenta o calor de 50 graus. Se sai na rua não pode beber água na frente das pessoas, então você passa sede. É um período muito chatinho", resume Leila.

Como vai ser na Copa?

Numa coisa todos os brasileiros que moram no Qatar e conversaram com o UOL concordam: estão em dúvida sobre como será a aplicação de tantas regras durante a Copa do Mundo que começa daqui a exatos dois meses.

"Afeto em público, que é muito mal visto, vestimenta e bebida alcoólica eles vão tentar ao máximo controlar, mas não vai ter como controlar dois milhões de pessoas. Eles sabem disso e terão que ser mais flexíveis. Ou senão vai todo mundo para a cadeia (risos). Eles contam que as pessoas estejam estudando as regras do país, mas o Qatar sabe que terá que abrir mão de certas coisas", diz Giordana Bido.

Paula Nascimento também nota aberturas, mas vai pagar para ver: "É uma monarquia absolutista, mas que deseja que a Copa dê certo. E a Copa dar certo não é só uma abertura e um encerramento bonitos, é o povo sair falando bem daqui. Existe uma chance de flexibilização, tanto que confirmaram bebidas, mas eles não serão tolerantes a quem quiser fazer baderna, querem respeito". Silvio até aconselha quem for para o Qatar no Mundial:

Vai vir muita gente procurar o problema, afrontar, andar pelado, beber na rua. 'Ah, é proibido? Então vamos fazer e ver como eles reagem'. Algumas pessoas vão vir com esse intuito e não sei como eles vão lidar. É uma incógnita. Mas num mundo em que se fala tanto de respeito às minorias acho que seria legal as pessoas virem com a mente aberta para respeitar a cultura local."

Leila Cardoso acha que os afrontosos podem se dar mal: "Se procurar problema vai achar problema, dormir pelo menos uma noitezinha na delegacia (risos). Acho legal ter regras. Depois que passei a morar aqui penso diferente sobre isso, porque mantém a ordem. Quando as pessoas temem ser punidas e acham que a lei vai funcionar diminui muito os riscos de gente fazendo merda."

Os brasileiros no Qatar moram onde o resto do mundo vai olhar atentamente já, já.

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