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Karen Jonz: Skate antes das Olimpíadas já era legal e muitos criticavam

Do UOL, em São Paulo

27/07/2021 14h45

A skatista Karen Jonz, que está também na função de comentarista de skate no Sportv durante os Jogos Olímpicos de Tóquio, comentou a repercussão que a modalidade teve em Tóquio, com as medalhas de Kelvin Hoefler e Rayssa Leal no street, e lamentou que hoje muitos dos que passam a admirar o esporte já tenham demonstrado desprezo anteriormente

Em sua participação no UOL News Olimpíadas, Karen citou um tuíte seu sobre as pessoas descobrirem agora que o skate é legal, quando ele já era antes de estar no programa olímpico e de render medalhas para o Brasil.

"Eu gostaria que as pessoas enxergassem as outras pessoas pelo que elas são e não pela aparência delas no sentido de, assim, antes das Olimpíadas eu até tuitei que o skate sempre foi legal e agora você estão percebendo isso. E às vezes eu me incomodo um pouco com isso, o skate antes das Olimpíadas já era legal e muitas pessoas criticavam, muitas pessoas criminalizavam. Agora, só porque tem medalha, ele vai passar a ser legal", disse Karen.

"Eu gostaria que as pessoas conseguissem ter mais sensibilidade, mais empatia para enxergar potencial nas coisas. Quando eu ganhei o meu primeiro mundial também, antes eu já andava de skate e gostava muito e algumas pessoas menosprezavam, aí quando eu ganhei o meu primeiro campeonato, de repente, eu virei uma pessoa legal. Eu fico 'espera aí, não é assim', então eu acho que a essência das coisas é muito importante", completou.

A skatista afirmou que em nenhum momento durante as transmissões tentou passar por um personagem e pede que as pessoas possam ser mais autênticas, sem a necessidade de adequação a padrões preestabelecidos.

"Às vezes a gente fica tentando se adequar, se transformar, se encaixar em padrões, ter cabelo liso, botar silicone, e nada contra quem faz essas coisas, mas que seja verdadeiro e que as coisas e as pessoas sejam enxergadas pela essência delas e não pela aparência. Eu acho que ali na transmissão isso ficou bem claro assim, em nenhum momento eu tentei fazer um personagem ou falar algo que alguém tinha escrito para mim", disse Karen.

"Eu acho que essa aceitação de todo mundo e essa, não é nem aceitação, mas essa identificação de todo mundo fica aí para mostrar isso, que as pessoas podem ser autênticas, podem ser originais e não ter medo de serem amadas pelo que elas são", concluiu.