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Com Beth Gomes, Brasil fica a um ouro do centésimo em Paralimpíadas

Elizabeth Gomes conquista ouro no lançamento de disco - Wander Roberto /CPB
Elizabeth Gomes conquista ouro no lançamento de disco Imagem: Wander Roberto /CPB

Denise Mirás

Colaboração para o UOL, de São Paulo

30/08/2021 11h49

Ouros, pratas e goleadas marcaram a participação do Brasil no sétimo dia das Paralimpíadas de Tóquio-2020. As medalhas de ouro de Elisabeth Gomes (com recorde mundial batido duas vezes) e Claudiney Batista vieram no atletismo, onde o Brasil ainda somou duas pratas com Vinícius Rodrigues e Alessandro Rodrigo, a mesma de Bruna Alexandre no tênis de mesa. As goleadas foram do futebol de 5, onde a seleção passou às semifinais, e da seleção feminina de goalball, que se garantiu nas quartas de final.

Com dois ouros no dia, o Brasil está a apenas um de seu centésimo na história das Paralimpíadas. Os resultados do sétimo dia de competições levaram o país novamente para o sexto lugar no quadro geral de medalhas. São 35 no total, sendo 12 de ouro, oito de prata e 15 de bronze. Os brasileiros estão empatados em ouro com os ucranianos, que desempatam nas pratas (têm 27). E ultrapassam os australianos, que têm 11 de ouro.

A meta do Comitê Paralímpico Brasileiro para Tóquio-2020 é terminar entre os top-10, sendo que a melhor colocação do país é o sétimo lugar de Londres-2012, como total de 43 medalhas, com 21 ouros, 14 pratas e oito bronzes.

Ainda nesta segunda-feira (30), o nadador Daniel Dias participa das eliminatórias de sua última prova da carreira, às 22h34. Serão os 50m livre da classe S5 (para deficientes funcionais), depois de ficar fora da final dos 50m costas com pódio fechado por chineses. O brasileiro foi reclassificado para estes Jogos Paralímpicos e deve se aposentar como um dos maiores ídolos do esporte do país. Tem 27 medalhas paraolímpicas, com três bronzes em Tóquio-2020, nos 100m e 200m livre da classe S5 e no revezamento 4x50m livre até 20 pontos.

Aos 56 anos, ouro e recorde

Elisabeth Rodrigues Gomes chegou ao ouro do lançamento do disco da classe F53 (atletas cadeirantes com sequelas de poliomielite, lesões medulares ou amputações) com o recorde mundial de 17,62m em sua última tentativa (havia batido também na penúltima, com 17,33m). Foram quase dois metros a mais que as ucranianas Iana Lebedieva, prata com com 15,48m, e Zoia Ovsii, bronze com 14,37m.

Beth chorou muito com a medalha, em sua primeira conquista em Jogos Paralímpicos. Beth, que está com 56 anos e sofre de esclerose múltipla, havia ficado fora dos Jogos do Rio-2016 por causa de reclassificação funcional.

Confirmando seu favoritismo, Claudiney Batista chegou a seu segundo ouro em Paralimpíadas, no lançamento do disco da classe F56 (atletas que competem em cadeiras de rodas), com 45,25m. O brasileiro de 42 anos, que é recordista mundial com 45,33m e também campeão mundial de 2019, tinha o ouro do Rio-2016 e ainda uma prata de Londres-2012. Antes do atletismo, Claudiney era do halterofilismo.

Vinicius Rodrigues conquistou a prata dos 100m da classe T63 (atletas com deficiência de membros inferiores com prótese) após ser superado por um milésimo, pelo russo Anton Prokhorov. O brasileiro largou mal e só chegou em segundo lugar com uma arrancada de recuperação, para fechar 12s04, contra 12s03, e à frente do alemão Leon Schäfer, com 12s22.

A segunda prata do dia foi de Alessandro Rodrigo, o "Gigante", campeão do lançamento do disco no Rio-2016. Em Tóquio-2020, vibrou muito com o resultado no arremesso do peso da F11 (para atletas com deficiência visual), 13,89m na última tentativa (foram três acima de 13,80m), à frente do italiano Oney Tapia, bronze com 13,60m. O ouro foi do iraniano Mahdi Olad, que "sobrou": fez quatro arremessos acima de 14,00m e venceu com 14,43m.

Prata no tênis de mesa da classe 10 (andantes), Bruna Alexandre se emocionou, depois de perder de virada para a chinesa naturalizada australiana Qian Yang por 3 sets a 1, com parciais de 13/11, 6/11, 11/7 e 11/9.

11 a 1 no goalball

No goalball, a seleção brasileira feminina passou às quartas-de-final com placar arrasador: 11 a 1 sobre o Egito. Foram oito de Jéssica.

Cassio, da seleção brasileira de futebol de 5 - Alex Pantling/Getty Images - Alex Pantling/Getty Images
Cassio, da seleção brasileira de futebol de 5, cercado por japoneses
Imagem: Alex Pantling/Getty Images

A seleção brasileira de futebol de 5 está nas semifinais das Paralimpíadas de Tóquio depois dos 4 a 0 sobre o Japão, que asseguraram a liderança do grupo, depois de derrotar a China na estreia. Invicta em Jogos Paralímpicos, a equipe busca o pentacampeonato em Tóquio-2020. O domínio sobre os japoneses foi total, com gols marcados por Nonato, Paraná e Ricardinho (dois). O Brasil ainda enfrenta a França (já eliminada) nesta segunda-feira (30), às 23h30 de Brasília.

No vôlei sentado, o Brasil perdeu do Irã, que fechou 3 sets a 0 pelo grupo B, com 25/19, 25/23 e 25/22. Os iranianos contam com o atleta Morteza Mehrzadselakjani, que fecha a rede com seus 2,46m. O jogador é a terceira pessoa mais alta do mundo, segundo o Guinness Book, por causa de acromegalia - com produção rara do hormônio do crescimento.