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Zanetti busca terceira medalha olímpica sem peso nos ombros cansados

Arthur Zanetti durante a disputa de argolas nas Olimpíadas de Tóquio - Ricardo Bufolin/CBG
Arthur Zanetti durante a disputa de argolas nas Olimpíadas de Tóquio Imagem: Ricardo Bufolin/CBG

Demétrio Vecchioli

Do UOL, em Tóquio

01/08/2021 16h00

Arthur Zanetti chegou aos Jogos Olímpicos de Tóquio como o grande nome da história da ginástica artística brasileira. Em dois ciclos olímpicos, conquistou duas medalhas: uma de ouro, outra de prata. Mas, nesta segunda-feira (2), às 5h pelo horário de Brasília, ele vai em busca de sua terceira medalha olímpica distante dos holofotes, que estão todos sobre a nova estrela da ginástica brasileira, Rebeca Andrade.

Minutos depois de Rebeca Andrade conquistar o ouro no salto, o técnico dela, Francisco Porath Neto, subiu à arquibancada e foi abraçado pelos demais membros das comissões técnicas masculina e feminina. Quando chegou a vez de Marcos Goto, o técnico de Zanetti cumprimentou Chico e disse: "Você já empatou comigo".

Em quatro dias, Rebeca conquistou duas medalhas: a prata no individual geral e o ouro no salto. Nesta segunda, todos os olhos estarão sobre ela novamente, diante da possibilidade da ginasta conquistar um terceiro pódio, no solo, a partir das 5h57. Zanetti compete antes que ela e com um peso muito menor sobre seus cansados ombros, que passaram por cirurgia em 2017. Não é dele que se espera um grande resultado, ainda que ele tenha totais condições de entregá-lo.

O brasileiro, que chegou às últimas duas Olimpíadas cotado ao ouro, desta vez não está entre os favoritos. Ele foi o quinto colocado da fase de classificação, a uma distância expressiva do grego Eleftherios Petrounias, atual campeão olímpico e três vezes campeão mundial (2015, 2017 e 2018), e do chinês Yang Liu, campeão mundial em 2014.

Na fase de classificação, Petrounias fez 15.333, e Liu, 15.300, enquanto Zanetti somou 14.900. Após aquela prova, ele disse que acredita que é possível alcançar a nota dos rivais. "Dá pra chegar sim. A gente já sabe onde foram os elementos que teve o maior desconto. Se a gente ajeitar esses dois elementos e cravar a saída a gente chega em 15.3. Então é detalhe, detalhe de competição", afirmou.

Diferente dos outros aparelhos da ginástica, onde quedas acontecem e acabam derrubando favoritos, nas argolas os erros são mais raros. Isso favoreceu Zanetti no passado, quando ele era o favorito e confirmou as expectativas de medalha. Mas agora quem sai em vantagem são o grego e o chinês.

Mas a prova é cada vez mais equilibrada e outros ginastas concorrem pelo pódio, como é o caso do francês Samir Ait Said (15.066 na classificação), os turcos Ibrahim Colak (14.933) e Adem Asil (14.800), o russo Denis Abliazin (14.800 nas eliminatórias e 15.033 na final por equipes) e o chinês Hao You (14.800). Zanetti será o primeiro a se apresentar, e depois espera os rivais.

Zanetti e Rebeca, porém, não são os únicos brasileiros a fazerem final na manhã desta segunda-feira. Depois deles, às 6h51, Caio Souza disputa sua primeira final olímpica por aparelho, a única em Tóquio, no salto.

O ginasta de 27 anos, o mais completo do país, passou com a sétima melhor nota pela fase de classificação em uma prova que não tem favoritos, algo parecido com a decisão do solo na Rio-2016, que acabou com duas medalhas brasileiras: de Diego Hypolito e de Arthur Nory.