Topo

ANÁLISE

Rebeca tem chance de ganhar 3ª medalha, mas não é favorita a ouro no solo

Demétrio Vecchioli

Do UOL, em Tóquio

01/08/2021 14h00

Grande nome do Brasil em Tóquio, Rebeca Andrade ainda não terminou seu show. A ginasta volta a competir a partir das 5h57 desta segunda-feira (2) na final do solo. Depois de ganhar a prata no individual geral e o ouro no salto, a ginasta natural de Guarulhos (SP) tem mais uma chance de medalha. Mas, dessa vez, diferente do que foi no salto, ela não é favorita, ainda que seja bem cotada para o pódio.

Sem Simone Biles, que só participou até agora do início da final por equipes e saiu tanto da final do individual geral quanto das três primeiras finais por aparelhos — ela ainda é dúvida na trave —, o solo perde sua principal estrela, candidatíssima ao ouro. E a disputa fica aberta.

Diferentemente da decisão do salto, em que Rebeca era o grande personagem, no solo esse papel é da italiana Vanessa Ferrari. Na primeira prova, o ginásio torcia para a brasileira, pela sua história, pelo tanto que ela merecia ganhar o ouro depois de três cirurgias no joelho. No solo, a torcida deverá ser por Ferrari, e isso impacta a decisão dos juízes.

A italiana tem 30 anos e, em Tóquio, pode estar em sua última chance de conquistar uma medalha olímpica. Ela foi a melhor do mundo muito antes de Biles surgir para a ginástica, ganhando o ouro no individual geral no Mundial de 2006. No ano seguinte, empatou no bronze com Jade Barbosa.

Mas ainda falta a medalha olímpica. Em Londres-2012, no solo, ela recebeu a mesma nota da terceira colocada, mas ficou em quarto pelos critérios de desempate. Na Rio-2016, repetiu a quarta colocação. Em Tóquio, está voando. Foi a melhor da fase de classificação, com 14,166, à frente inclusive de Simone Biles, e voltou a se apresentar bem na final por equipes, com 14,100. E ela ainda deve apresentar novidades na sua apresentação na final.

Já Rebeca não tem muitas cartas na manga. Ela já fez, nas eliminatórias e na final do individual geral, o melhor que sabe. Tirou 14,066 na primeira prova (5,7 de nota de partida e 8,366 de execução) e somente 13,666 na segunda (5,9 e 8,166), fazendo diferença o desconto de 0,4 por dois passos fora do tablado.

Se quiser subir ao pódio, Rebeca, que agora está cheia de confiança, não pode repetir essas falhas. E talvez seja necessário torcer contra as rivais, que têm nível parecido com o dela. Adversária da final do salto, a norte-americana Jade Carrey tirou 14,100 nas eliminatórias e 13,966 no individual geral.

Também disputam a medalha a britânica Jessica Gadirova (14,033 nas eliminatórias, 13,700 no individual geral e 13,833 por equipes) e as russas Viktoriia Listunova (14,000, 13,400 e 14,166, respectivamente) e Angelina Melnikova (14,000, 13,966 e 13,966).

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL