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Olhar Olímpico

Confederação de atletismo ameaça processar atleta que contesta convocação

Alexander Russo disputou o 4x400 misto no Mundial de Doha, em 2019 - Alexander Hassenstein/Getty Images for IAAF
Alexander Russo disputou o 4x400 misto no Mundial de Doha, em 2019 Imagem: Alexander Hassenstein/Getty Images for IAAF

16/07/2021 17h03

A Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) ameaça processar o velocista Alexander Russo, que tem feito críticas públicas à convocação do revezamento 4x400m misto que vai à Olimpíada de Tóquio. A entidade rejeitou a contestação formal feita por ele, que alega ter sido prejudicado ao ficar fora da lista, e indicou que pode procurar a Justiça contra o corredor.

"Quanto ao suposto 'indício de ilegalidade' mencionado pelo atleta, ressalta-se que acusações sem os devidos fundamentos baseadas em frustrações, considerando que os critérios são públicos e a CBAt se rege pela transparência, legalidade e lisura em seus procedimentos, podem causar danos à honra e a imagem, o que enseja responsabilização civil a ser reparada nas devidas vias", escreveu o presidente Wlamir Motta Campos no documento.

Alexander Russo foi indicado pelo técnico do revezamento 4x400m misto, Evandro Lazari, depois que Lucas Carvalho informou que correria apenas a prova individual de 400m rasos e não estaria disponível para o revezamento, abrindo uma vaga de reserva no time. Russo foi escolhido, segundo Lazari, por ser o melhor do ranking nacional de 2021 entre os elegíveis.

Mas a indicação foi recusada pelo Conselho Técnico, uma possibilidade prevista nos critérios de convocação, que optou por chamar João Falcão, que ficou à frente de Russo no ranking de toda a janela de classificação, que considera resultados do fim de 2020 e da temporada 2021, passando por cima da escolha do técnico do revezamento.

Na resposta a Russo, a CBAt indicou entender que Lazari, que treina Russo, fez uma escolha pessoal. "Não se pode admitir que um atleta que tenha marcas piores que outros atletas no período validado pelo ranking herde a vaga olímpica por mera indicação de seu treinador pessoal — possível conflito de interesses —, ainda mais considerando que os treinadores não são permanentes, tampouco estava decidido que o treinador Evandro compareceria à (sic) Tóquio", escreveu a confederação.

Segundo a entidade, Lazari, que será o treinador da equipe em Tóquio, era, no momento da convocação, um "mero treinador de camping" e que a decisão precisava ser submetida ao Conselho Técnico, que é "responsável por dar a palavra final sobre convocação ou não, responsabilidade prevista estatutariamente".