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Renan Barão defende título para provar ao UFC que já é estrela

Maurício Dehò

Do UOL, em São Paulo

24/05/2014 06h00

Renan Barão vive duas realidades dentro do UFC. De um lado, é o terceiro colocado no ranking geral da organização e é coberto de elogios por suas vitórias arrasadoras. De outro, tem o salário mais baixo entre os campeões e é dado como um lutador ainda em crescimento em termos de fama e visibilidade. Neste sábado, ele defende pela quarta vez o cinturão dos galos – a segunda como único dono do título -, em um evento em que ele pode dar o salto que enfim lhe dará o status de estrela.

Barão encara no UFC 173 TJ Dillashaw, norte-americano de 28 anos, quarto colocado entre os galos. A noitada de lutas em Las Vegas teve diversas mudanças no card. A princípio, Chris Weidman  e Vitor Belfort seriam as estrelas, mas a proibição do TRT tirou o brasileiro de ação. Barão foi chamado e aceitou salvar a programação. Outra alteração foi de rival, já que originalmente o potiguar enfrentaria o compatriota Raphael Assunção, que e se machucou.

O campeão, invicto há 33 lutas, chega embalado por uma finalização e dois nocautes. E, apesar dos bons resultados, o que ainda lhe incomoda – conforme revelou ao UOL Esporte - é o fato de sua bolsa ser baixa perto de outros rivais, inclusive Urijah Faber, a quem já venceu recentemente. Seu salário estabelecido em contrato é de US$ 11 mil, um décimo do valor que Faber recebe. Barão ainda tem três combates neste acordo.

“Eu gostaria que melhorasse meu contrato. Na verdade, um exemplo: sei que o Faber é um cara mais antigo, mas ele nem é o campeão, e tem uma bolsa muito melhor que a minha lá dentro do UFC”, explicou Barão.

O campeão disse à ESPN Brasil que nos números a situação já foi resolvida e que ele renegociou seu contrato com o Ultimate antes de encarar Dillashaw. Por outro lado, Barão ainda vive de fato a busca em chegar a um patamar acima. Respondendo à reclamação sobre a bolsa do brasileiro, Dana White chegou a dizer que ele “ainda não é uma estrela”. Depois, amenizou o tom e disse que ele briga com Jon Jones para ser o melhor lutador da atualidade.

Em Las Vegas, Barão terá a chance de responder no octógono. E desta vez sem sombras em relação ao seu nome. Se o peso galo esteve em destaque no UFC 169 ao fazer a luta principal, mas com o companheiro José Aldo também dividindo as atenções no mesmo evento, desta vez Barão assume o protagonismo sozinho e numa data importante – este card é realizado próximo ao feriado norte-americano do Memorial Day e tem um grande peso para o Ultimate.

“Estou feliz de ser reconhecido no ranking peso por peso como um dos melhores. Tenho trabalhado todo dia para ganhar cada luta e fazer meus sonhos se tornarem realidade. Fico feliz que Dana me reconheça como um dos melhores”, disse Barão.

Pelo lado de Dillashaw, a chance caiu em seu colo com a lesão de Assunção – contra quem ele já lutou e perdeu por pontos, em resultado discutível. “Eu sempre fui favorito para as lutas, e chegar como azarão desta vez é legal. Ninguém espera que eu vença. Barão é um grande campeão, está numa série invicta maluca e tem um jogo classe A, então será um enorme desafio”, disse ele, ao site do UFC.

Barão já mostrou ter um jogo completo tanto em pé quanto no chão e segue sem ter sido derrubado no Ultimate. Agora, encara mais um lutador forte no wrestling e com alguns bons nocautes na carreira. O brasileiro é 2 cm mais alto que Dillashaw e deve tentar impor seu ritmo se quiser liquidar a fatura antes do fim do quinto round, como fez nas suas últimas três lutas.

Ao lado de Barão, Massaranduba também representa o Brasil em Las Vegas. O piauiense encara Michael Chiesa, campeão do TUF 15 famoso por sua garra e por suas "mata-leão" – venceu seis combates desta forma em seus últimos compromissos. O brasileiro tenta sua segunda vitória seguida, em sua estreia fora do país lutando MMA profissional.

Embalado Cormier x Vovô Hendo

Na segunda luta em importância da noite, o duelo de meio-pesados entre Daniel Cormier e Dan Henderson surge como o outro grande destaques do card.

Enquanto Cormier segue invicto e tentará sua segunda vitória como meio-pesado, para se aproximar de uma chance pelo cinturão de Jon Jones, Henderson tenta provar que a vitória contra Maurício Shogun foi mais do que um golpe de sorte.

O veterano de 43 anos volta ao octógono agora sem uso do TRT (terapia de reposição de testosterona), proibida recentemente, e terá de provar que isso não afetará seu físico.

Confira o card completo na página especial do UFC 173.