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"Homem-ambulância" disputa título do TUF após aprender golpes no videogame

O jamaicano Uriah Hall é um fã do jogo Tekken e se inspirou nos seus golpes para nocautear no MMA - Arte/UOL
O jamaicano Uriah Hall é um fã do jogo Tekken e se inspirou nos seus golpes para nocautear no MMA Imagem: Arte/UOL

Do UOL, em São Paulo

13/04/2013 06h00

Uriah Hall tem tudo para ser a nova grande estrela do UFC. Mas, para isso, precisa vencer neste sábado. Depois de ficar conhecido como homem-ambulância por levar duas de suas três vítimas ao hospital, o jamaicano de 28 anos faz a final da 17ª edição do The Ultimate Fighter dos EUA, contra Kelvin Gastelum, em um evento que terá o peso pesado brasileiro Gabriel Napão buscando sua 4ª vitória seguida e o duelo feminino entre Miesha Tate e Cat Zingano, que definirá a desafiante ao cinturão de Ronda Rousey.

O detalhe ainda pouco conhecido do monstruoso Uriah Hall é que ele diz ter aprendido seus principais e mais excêntricos golpes jogando videogame. Isso antes mesmo de estrear no MMA.

“Eu fui treinar e os caras ficaram impressionados com meus chutes. Me perguntaram onde eu treinava, mas era a primeira vez que eu ia para uma academia. Eu fiquei com vergonha de dizer que eu jogava Tekken o dia todo, copiava os movimentos e que tinha sido assim que eu aprendi”, contou ele, ao programa Fightland. Tekken é um jogo de lutas da década de 1990, um dos primeiros em 3D e até hoje tem versões no Playstation e Xbox.

O detalhe do Tekken é que ele caiu nas graças dos fãs de artes marciais, pelo fato da maioria dos personagens ter estilos que remetem a lutas reais. “Eu ficava jogando até ver algo que eu poderia pegar e usar para mim, era como se meu corpo se adaptasse. Eu repetia o movimento até fazer exatamente. É algo quase inexplicável”, continuou Hall, que nas suas comemorações gosta de dar “Hadoukens”, à la “Street Fighter”.

Hall nasceu na Jamaica, e aos 13 anos se mudou para os Estados Unidos, passando a morar em Nova York. O bullying dos colegas foi uma das coisas que o levaram a procurar refúgio nas artes marciais.

Antes do TUF, Hall teve cinco vitórias e duas derrotas, ambas contra rivais que hoje estão no UFC: Costas Philippou e o próximo rival de Anderson Silva, Chris Weidman (esta última por nocaute).

“É bom olhar para trás. Essas derrotas me deram lições do que não fazer. E agora eu estou pronto, não tenho nada a perder. Estou em um nível em que posso ir e simplesmente lutar, não tenho que me segure. Depois do TUF, eu sei tudo o que posso fazer”, analisou o peso médio, pupilo de Chael Sonnen no programa de TV, assim como seu rival - Sonnen, portanto, venceu ao menos esta batalha contra o técnico rival Jon Jones; eles se enfrentam no próximo dia 27.

Dentro do reality show, Uriah se tornou rapidamente a maior estrela, pelo nocaute mais duro já registrado no reality. Ele encarou Adam Cella na primeira luta e em poucos instantes aplicou um chute giratório que pegou direto na cabeça do rival, que já caiu apagado e foi parar no hospital. “Aquele não foi meu melhor chute, apesar das pessoas dizerem, não acho que foi tão espetacular, apenas acertou num lugar que fez estrago. Sou perfeccionista, quem sabe não consiga em outra ocasião”, disse ele.

Nas quartas de final, ele teve pela frente Bubba McDaniel. Um direto de direita no olho do norte-americano garantiu o nocaute na hora, e Bubba também foi ao hospital. As vitórias brutais levaram Dana White a chamá-lo de “homem-ambulância”, e Hall completou o show na semifinal, vencendo Dylan Andrews por nocaute técnico.

“Ele é sem dúvidas o cara mais temido a sair de um TUF. Na história!”, sentenciou Dana White, que deve estar contando com uma vitória dele contra Kelvin Gastelum para levá-lo às cabeças da categoria médio.

Napão e musa no card principal

O brasileiro Gabriel Napão, de 33 anos, parecia já ter feito o que podia, mas prova que a idade ainda não o brecou. Ele vem de três vitórias seguidas, sendo duas no UFC, contra Ednaldo Lula e Ben Rothwell. Um quarto triunfo pode colocá-lo próximo do top 10 da categoria, principalmente contra o rival da vez.

Napão encara Travis Browne, que estava invicto até enfrentar Antonio Silva, o Pezão, em 2012. Browne sentiu uma lesão no começo da luta e acabou nocauteado pelo brasileiro. Agora, precisa se recuperar.

Outro destaque da noite é a segunda luta feminina da história do UFC. Miesha Tate, ex-campeã do Strikeforce, encara Cat Zingano. Mais do que a vitória, o combate vale a vaga para disputar o cinturão de Ronda Rousey, com o bônus de se tornar também técnica do próximo TUF, que terá mulheres como treinadoras.

Tate foi derrotada por Ronda Rousey em março de 2012 e se recuperou ao finalizar Julie Kedzie poucos meses depois. Já Cat Zingano está invicta em sete combates, e conseguiu três finalizações e três nocautes entre estes triunfos.