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De clone de Belfort a ex-cobrador de ônibus, conheça os finalistas do TUF que se enfrentam em BH

Finalistas do TUF Brasil se reúnem antes da decisão no UFC 147 - Reprodução/Twitter
Finalistas do TUF Brasil se reúnem antes da decisão no UFC 147 Imagem: Reprodução/Twitter

Rafael Krieger

Do UOL, em Belo Horizonte

23/06/2012 09h00

Foram 13 episódios, 28 combates e muitas lágrimas na busca por um contrato de seis lutas com o UFC. Neste sábado, chegou a hora de os finalistas do reality show The Ultimate Fighter Brasil decidirem os seus futuros. Há pouco tempo atrás, muitos deles não poderiam imaginar que seriam estrelas de um evento global e tratados como ídolos pelos fãs de MMA em Belo Horizonte, palco do UFC 147. Veja a seguir um breve perfil de cada um dos quatro lutadores. 

PESO MÉDIO: CLONE DE BELFORT X EX-COBRADOR DE ÔNIBUS

  • As semelhanças de Cezar Mutante com Vitor Belfort não se limitam à aparência física. O peso médio de 1,85 m foi revelado por Belfort e é pupilo assumido do ex-campeão do UFC. Seu discurso é parecido com o de Vitor, voltado para o lado motivacional. E, assim como o mentor, assume o estilo ‘paizão de família’. A proximidade com Belfort ficou explícita durante o programa: ele foi o primeiro escolhido pelo time verde. O que gerou algumas críticas por parte dos outros participantes, que chegaram a chama-lo de “protegido” no programa. Cezar se defende: “Tive um tratamento igual aos outros. Mas sempre vou estar à disposição do Vitor, como amigo. Ele acreditou em mim e me trouxe até aqui”. Nascido há 27 anos na cidade paulista de Catanduva, ele luta por Minas Gerais e conta com o apoio da torcida em Belo Horizonte. Sua aposta é na trocação: ele mostrou o estrago que pode causar em pé na semifinal do TUF, quando nocauteou Thiago Bodão com um chute na cabeça. Nas palavras do rival Serginho, trata-se de um lutador “moderno, com noções de todas as artes marciais, mas sem ser especialista em nenhuma”.

  • Serginho Moraes faz o estilo brincalhão. Durante o treino aberto, ele fez poses, sambou no tatame, dançou “Tchu Tcha” e até ajudou a passar pano no chão. Assim, conquistou a simpatia da torcida mineira. Até para provocar o adversário ele solta uma piada, como quando falou que seria mais fácil o Mutante engravidá-lo do que conseguir uma finalização no chão. O sorridente paulista de 29 anos é cria da Cohab II de Itaquera. Antes de ser tricampeão mundial de jiu-jitsu, ele chegou a trabalhar como cobrador de lotação. Muita coisa mudou desde então: “Agora, quando estou no ônibus ou no trem, as pessoas vêm conversar comigo”. Serginho foi chamado para lutar a final do TUF depois que seu algoz Daniel Sarafian, que venceu a semifinal com um nocaute por joelhada, se lesionou. “Quando recebi a notícia estava dormindo, como sempre. A gente nunca torce por isso, mas estava treinando duro, acreditando que ainda iria entrar nesse card”, comentou. Serginho tem cinco vitórias por finalização no MMA e começou a praticar jiu-jitsu aos 14 anos, inspirado pelas exibições de Royce Gracie. Antes, ele jogava como lateral nas categorias de base do Corinthians, seu clube do coração.

PESO PENA: MORADOR DE ACADEMIA X MASCARADO “PACATO”

  • Godofredo Pepey na verdade atende pelo sobrenome Oliveira, mas ganhou o apelido ainda criança, por uma corruptela da palavra “pepper”, que significa pimenta em inglês. “Eu era muito atentado, pimentinha”, explicou o cearense de 24 anos. Antes de entrar na casa do TUF Brasil, Pepey chegou a morar durante um ano na academia onde treinava. “Saí de casa após uma discussão familiar”, revelou. “Cheguei aqui sem empresário, sem nada. Morar na academia foi uma experiência que me fez crescer como pessoa”, completou o especialista em jiu-jitsu, que está invicto em 11 lutas no MMA. Faixa-preta em jiu-jitsu, gosta de levar seus combates para o chão e fez a “luta mais chata do programa”, segundo o presidente Dana White. Em Belo Horizonte, vem sendo muito hostilizado pela torcida. Em todas as suas aparições desde o treino aberto até a pesagem, foi muito vaiado. “É normal, sempre vai ter dificuldade na minha vida. Eles podem não me respeitar, mas eu respeito muito eles”, rebateu o cearense.

  • Rony Jason faz questão de andar com sua máscara de hóquei em todas as suas aparições. Ele encarnou o personagem de “Sexta-feira 13” para criar o seu estilo no começo de sua carreira nas competições de jiu-jitsu. A máscara acabou virando a sua marca registrada. Para ele, ajuda a separar o lutador da pessoa. “Rony Mariano é o meu nome. Jason é só um personagem. Sou um cara tranquilo, pacato. Mas me transformo quando entro no octógono”, explicou o cearense de Quixadá. Ele também é especialista em jiu-jitsu, mas tem três vitórias por nocaute. “Defendo a finalização, é melhor que os golpes traumáticos”, comentou. Logo na terceira luta de sua carreira, em 2006, teve pela frente Renan Barão, atual estrela do UFC. Perdeu por decisão dividida, na primeira derrota de sua carreira. É o único finalista integrante do Time Wanderlei desde o começo: ele vestiu azul mesmo antes da divisão que fez atletas do Time Vitor mudarem de técnico.