Topo

MMA


Estrelas servem de sparring no UFC Rio e não aliviam: 'tem de ser casca grossa'

Anderson Silva não tem vida fácil em treino para a luta com Yushin Okami - Marcelo Alonso/PVT
Anderson Silva não tem vida fácil em treino para a luta com Yushin Okami Imagem: Marcelo Alonso/PVT

Maurício Dehò

No Rio de Janeiro

26/08/2011 13h00

Os brasileiros querem garantir espetáculo no UFC Rio, na primeira vez em 13 anos em que o maior evento do MMA acontece no país. E em busca de vitórias nas três lutas principais, os astros nacionais não economizaram na hora de treinar e convocaram um time de estrelas para a preparação. Entre os tradicionais sparrings, estiveram nomes como Júnior Cigano, Fabrício Werdum e Pezão, com uma missão importante: não aliviar a mão.

Neste sábado, a partir das 22h na HSBC Arena, no Rio, Anderson Silva, Minotauro e Maurício Shogun entram no octógono com missões distintas, mas preparações semelhantes. Enquanto os dois primeiros se prepararam no Brasil, o último nos Estados Unidos, mas também apostando em nomes de renome, como os próprios sparrings explicaram ao UOL Esporte.

E, de acordo com eles, mesmo com o risco de lesões – tão comum antes de combates, como se viu, por exemplo, no UFC 133 -, a preparação dos brasileiros não teve qualquer aliviada.

“Se você avaliar, ele te quebra”, disse o Cigano, um dos ajudantes de Rodrigo Minotauro nos sparrings – o principal, na reta final, foi o astro do Strikeforce Antonio Silva, o Pezão, simulando os movimentos do norte-americano Brendan Schaub.

“Na Team Nogueira, posso te dizer que não tem nada disso. É murro na cabeça e botar pra baixo para finalizar”, adicionou o catarinense.

CIGANO AVALIA MINOTAURO

Divulgação
Presenciei a determinação que esse cara tem, é de se admirar. Quando cheguei, estava num ritmo, vinha de um tempo em que mal conseguia andar, e agora, por causa dele mesmo, a recuperação e a evolução foram incríveis

Mas o jogo duro dos sparrings tem uma explicação bem clara. Se o companheiro de treinos não for duro com o lutador, significa que a preparação não está correta.

“Só temos profissionais, casca grossa”, explica Fabrício Werdum, um dos sparrings de Shogun para a revanche contra Forrest Griffin, salientando. “Se eu aliviar, eu não estou ajudando, estou enganando o lutador! O risco de lesão sempre existe, mas às vezes você treina pesado numa boa e em um trabalho mais leve é que aparece um problema.”

Werdum, conhecido principalmente por ter finalizado Fedor Emelianenko no Strikeforce, foi responsável principalmente por treinar a parte de chão de Shogun. O técnico Rafael Cordeiro coordenou a preparação, dando ênfase à parte de trocação.

Minotauro e Anderson, no Rio, tiveram preparações semelhantes, com a diferença de o primeiro ter ficado com Pezão como sparring principal, e Anderson ter apostado em variar mais os seus companheiros na reta final dos treinamentos, como Feijão, Roberto Corvo e Jordan Smith.

No MMA, todos são sparrings

Servir como sparring pode parecer algo menor, mas, na cultura da maior parte das academias é uma função rotineira, mesmo para as estrelas.

WERDUM AVALIA SHOGUN

Divulgação
O Shogun chegou bem disposto para treinar após a derrota que teve. Estava consciente de que tinha de treinar bastante, por ter uma revanche pela frente. Puxamos bastante ele, mas é um cara especial, com um talento muito bom e acho que desta vez vai dar show

“Isso é bem natural para nós. É o que chamamos de 'bola da vez': nós sempre ajudamos quem vai lutar, são todos iguais. Foi assim com o Wanderlei Silva, por exemplo, agora é com o Shogun e logo será comigo”, disse Werdum, sobre os treinos na academia Kings MMA, nos EUA.

Ele também explicou o fato de lutadores usarem sparrings mais pesados que seus reais rivais, como em seu caso, de um peso pesado, contra o meio-pesado Shogun.

“Se o cara está acostumado a treinar comigo, pesadão, vai ser bom na hora que enfrentar um mais leve. Ele precisa fazer muito mais força comigo e, na hora de pegar um lutador de sua categoria, vai se sentir bem”, concluiu.

O UFC Rio, a edição número 134 do evento, acontece neste sábado, na HSBC Arena no RIo de Janeiro. A programação tem início às 19h, com o card preliminar (transmissão do canal Combate), e o principal começa às 22h (com transmissão do Combate e da RedeTV!).