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Pedrinho comenta saída de Holan: 'Minha esperança no futebol brasileiro diminui'

O  técnico Ariel Holan, do Santos, em partida contra o Barcelona de Guayaquil, do Equador, pela Copa Libertadores 2021 - MAURÍCIO DE SOUZA/DIÁRIO DO LITORAL/ESTADÃO CONTEÚDO
O técnico Ariel Holan, do Santos, em partida contra o Barcelona de Guayaquil, do Equador, pela Copa Libertadores 2021 Imagem: MAURÍCIO DE SOUZA/DIÁRIO DO LITORAL/ESTADÃO CONTEÚDO

26/04/2021 18h48

Após o técnico argentino Ariel Holan pedir demissão de sua posição no Santos, o comentarista do grupo Globo Pedrinho avaliou os motivos da saída do treinador. Durante o "Seleção SporTV" desta segunda-feira, o ex-jogador afirmou que a recisão motivada por protestos violentos da torcida é um recado de técnicos estrangeiros sobre os problemas do futebol no Brasil.

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"Para outras profissões até uma recuperação mental você precisa, pro futebol não, o cara tem que estar pronto a todo momento. E aí, quando eu falo isso eu chamo uma responsabilidade pra mim porque automaticamente eu sou muito atacado por torcedores, mas eu nunca vou aceitar e vou entender que torcedor vai em Centro de Treinamento. Me desculpe. Ali não é lugar pra isso. Ou isso é político, ou isso são torcedores que querem aparecer e achar que podem tudo no futebol", afirmou o comentarista.

Pedrinho também falou sobre a necessidade de uma intervenção do poder público para trazer mais seguranças aos atletas. Para o comentarista, a paixão do futebol não pode ser desculpa para este tipo de ação.

"O cara vai na residência do treinador, que direito que as pessoas têm sobre isso? Isso é um esporte, não adianta que ninguém vai me convencer falando "ah, futebol é emoção, futebol mexe com a paixão". A NBA não mexe com a paixão? E eu não vejo ninguém invadindo Centro de Treinamento, batendo em jogador", acrescentou.

"E [Holan] não é o primeiro tá. Se você falar que o Sampaoli optou ir pro Olympique de Marseille, o Coudet, isso tudo é porque eles olham por lado e falam assim: "cara, eu tô tirando um time que é nota sete, botando pra jogar nota nove, quando eu desço dois degraus novamente eu já sou questionado num nível que não dá pra entender, que que eu tô fazendo aqui? Vou embora". Isso é um recado. Cada vez mais a gente vai ter treinadores com medo de ousar, medo de atacar, preocupados com seu emprego", continuou o comentarista.

"Então assim, a minha esperança com o futebol brasileiro diminui, mas eu não vou desistir de falar o que eu penso e achar que, enquanto não tiver uma intervenção do poder público na segurança dos atletas, a gente vai ter jogos duríssimos de se assistir pela falta de ousadia desses treinadores", concluiu Pedrinho.