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Mané revela construção de hospital em Senegal e ação contra o coronavírus

Clive Brunskill/Getty Images
Imagem: Clive Brunskill/Getty Images

08/04/2020 15h32

O momento é de solidariedade em meio à uma pandemia que assola a população mundial. Neste sentido, no documentário "Made in Senegal", Mané, do Liverpool, revelou que ajudou na construção de um hospital em Senegal e doou 40 mil libras (R$ 256 mil na cotação atual) ao governo para combater o coronavírus. Esta é a segunda contribuição do senegalês, que, ano passado, havia inaugurado uma escola na cidade natal de Sédhiou.

Durante o filme, o craque narra a história de sua vida desde os tempos de pobreza até se consagrar como o camisa 10 de um dos clubes mais importantes do mundo. Além disso, Mané relembrou o dia da morte de seu pai, quando tinha apenas sete anos, e explicou como isso o influenciou a ajudar sua cidade natal, com a construção de um hospital nos próximos seis meses em Bambali, uma vila em Sédhiou.

"Eu tinha sete anos. Estávamos prestes a brincar no campo de futebol quando um primo se aproximou e disse: 'Sadio, seu pai faleceu'. Eu respondi: 'Sério? Ele está brincando...'. Eu realmente não conseguia entender", contou Mané, que em seguida completou.

"Antes de morrer, meu pai ficou doente por semanas. Nós trouxemos alguns remédios tradicionais e isso o manteve estável por três ou quatro meses. A doença voltou, mas dessa vez os remédios não funcionaram. Como não havia hospital em Bambali, eles o levaram para uma vila próxima para ver se conseguiam salvá-lo. Mas não conseguiram", finalizou o atleta.

O documentário, que será lançado nesta quarta em plataformas digitais, conta também com entrevistas com o técnico Jürgen Klopp, assim como de companheiros do Liverpool: Mohamed Salah e Virgil van Dijk.

De acordo com o Banco Mundial, quase 70% das famílias da cidade natal do craque vivem na pobreza. Esta realidade é retratada no filme e o craque conta toda dificuldade que enfrentou na infância.

"Lembro também que minha irmã nasceu em casa porque não havia hospital na nossa aldeia. É uma situação muito triste para todos. Eu quis construir um hospital para dar esperança às pessoas", afirmou Mané, que em seguida completou.

"Quando eu era jovem, meu pai sempre me dizia o quanto ele se orgulhava de mim. Ele era um homem de um grande coração. Sua morte teve um grande impacto em mim e em toda a família. Falei a mim mesmo: "Agora preciso fazer o máximo para poder ajudar minha mãe". É algo difícil para lidar quando se é tão jovem", disse

"A educação é a chave. A escola vem em primeiro lugar. Talvez, se houvesse uma escola melhor quando eu era mais jovem, eu poderia ter estudado mais. Mas não foi o caso - eu estava na vila. Então, todos os meninos de lá querem jogar futebol e ninguém mais quer ir à escola. Eles só querem ser um jogador de futebol como eu... Mas eu sempre digo a eles para garantir que eles tenham uma boa educação e estudem. É claro que eles podem continuar jogando futebol, mas isso os ajudará a ter mais sucesso no que estão fazendo. Não é mais como quando eu era jovem, porque era muito difícil naquela época", ressaltou.

Por fim, o camisa 10 do Liverpool comentou sobre ter fugido de casa aos 15 anos com a ajuda de um amigo na busca de realizar o grande sonho: ser jogador de futebol. Ele também destacou a importância de ter frequentado a escola quando jovem.

"Foi difícil porque não tinha ninguém para me ajudar a alcançar o meu sonho. Mas eu nunca deixei de sonhar. Foi realmente difícil deixar minha família na vila e ir para Dakar (capital), mas eu sabia que poderia ser bem sucedido. Depois disso, minha família começou a levar mais a sério e soube que eu não queria fazer outra coisa. Eles sabiam que não tinham escolha, então me ajudaram", relembrou o atleta.

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