Vini Jr: ministro estuda 'medida excepcional' em caso de omissão europeia

O ministro da Justiça, Flávio Dino, disse que o governo brasileiro estuda tomar uma iniciativa excepcional caso exista omissão da Espanha no caso envolvendo Vinicius Júnior. O atacante foi alvo de racismo ontem, na partida entre Valencia e Real Madrid.

Estamos, no âmbito do ministério da Justiça, estudando a possibilidade de aplicação de um princípio chamado da 'extraterritorialidade'. O Código Penal prevê que, em algumas situações excepcionais, é possível que, no casos de crimes contra brasileiros, mesmo no exterior, haja aplicação da lei brasileira" Flávio Dino após evento do Lide

Próximos passos

Dino reforçou que não acredita que a justiça da Espanha deixe de cumprir o seu "papel" no episódio envolvendo o jogador do Real Madrid.

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Ele não escondeu, no entanto, a chance de usar o "remédio extremo" como última alternativa para punir os responsáveis pelos cânticos racistas.

Ontem, Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, informou que o governo Lula vai acionar o Ministério Público espanhol. O objetivo é investigar uma possível "conivência" dos órgãos esportivos espanhóis.

Racismo em estádio

Torcedores do Valencia gritaram 'Mono' (macaco, em tradução literal) para o brasileiro aos 15 minutos do segundo tempo do duelo de ontem (22), pela 35ª rodada do Espanhol. Vini discutiu rapidamente com alguns torcedores, mas a partida continuou.

O jogo foi paralisado cerca de dez minutos depois com a reincidência da ofensa racista. O locutor do estádio pediu para que os gritos fossem encerrados sob ameaça de o jogo ser suspenso.

Na sequência, o brasileiro identificou o torcedor que cometeu o ato racista. Ele, no entanto, foi novamente insultado por torcedores do Valencia ao tirar satisfação.

Vini ainda foi expulso no final do jogo após uma confusão generalizada com jogadores adversários. O goleiro Mamardashvili discutiu com o brasileiro, que chegou a levar um mata-leão de Hugo Duro enquanto a briga era separada.