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Morto aos 40, M'Bami bateu Brasil duas vezes e rejeitou treinar Camarões

M"Bami em ação pela seleção de Camarões contra o Brasil, na Copa das Confederações de 2003 - Phil Cole/Getty Images
M'Bami em ação pela seleção de Camarões contra o Brasil, na Copa das Confederações de 2003 Imagem: Phil Cole/Getty Images

Do UOL, em São Paulo

08/01/2023 04h00

O ex-jogador camaronês morreu aos 40 anos ontem, após sofrer uma parada cardíaca. O UOL relembra sua carreira.

  • Volante de origem, M'Bami fez só dez gols em toda a carreira. Um deles eliminou a seleção brasileira dos Jogos Olímpicos de Atenas, em 2000.
  • Ele esteve em campo em duas vitórias históricas sobre o Brasil: a primeira justamente na Olimpíada e depois na Copa das Confederações de 2003.
  • O meio-campista defendeu 11 clubes de seis países diferentes e havia encerrado a carreira em 2016.
  • Foi convidado para ser técnico de Camarões, mas recusou porque ex-companheiros haviam sido "humilhados no cargo".

O momento de maior destaque da carreira de M'Bami foi o gol de ouro marcado contra o Brasil, no minuto 113 das quartas de final da Olimpíada de 2000. Ele encarou a marcação, bateu forte no canto e o goleiro Helton não alcançou. O 2 a 1 eliminou a geração de Alex, Roger Flores e Ronaldinho, e Camarões seguiu para ser campeão olímpico sobre a Espanha, sete dias depois.

Ele venceu o Brasil de novo em 2003, em jogo da fase de grupos da Copa das Confederações. Foi dele o passe de cabeça para Eto'o acertar um chutaço de fora da área e encobrir Dida. Campeã do mundo um ano antes, a seleção caiu na fase de grupos; Camarões avançou e só perdeu a final para a França na prorrogação.

Além do ouro olímpico e do vice na Copa das Confederações, M'Bami também foi vice-campeão africano na Taça das Nações de 2008, quando Camarões perdeu a final para o Egito.

A história na seleção poderia ter um capítulo como treinador, mas M'Bami recusou o cargo quando foi convidado em 2019. Na época, disse que negou o convite porque "alguns ex-jogadores já foram apontados técnicos e sofreram humilhações que sempre terminaram em demissão sem causas".

M'Bami nasceu em Yaoundé, a capital de Camarões, em 9 de outubro de 1982. Aos 18 anos ganhou destaque em um time local, o Dynamo Douala, e foi comprado pelo clube francês CS Sedan dois meses antes das Olimpíadas de 2000. Ficou lá por três temporadas, até o rebaixamento do time para a segunda divisão em 2003.

Ele custou 3 milhões de euros ao PSG, muito antes de o clube pertencer aos qataris. Jogou lá por três temporadas e foi campeão da Taça da França duas vezes (em 2004 e 2006) em um time que tinha o centroavante Pauleta como grande estrela. Foi vendido ao rival Olympique de Marselha, onde também ficaria por três anos, quase sempre como titular.

M'Bami chegou a ficar três meses sem clube em 2009, fez testes em pelo menos quatro clubes do Campeonato Inglês, mas preferiu seguir para o Almeira (ESP). Após duas temporadas ele foi explorar outros continentes: seguiu para o futebol da China, depois Arábia Saudita e jogou seis meses no Millonarios (COL) antes de voltar à França para se aposentar no Le Havre.