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Posse de bola e defesa alta: O que esperar do Flamengo de Vítor Pereira

Técnico Vítor Pereira tem contrato de dois anos acertado com o Flamengo - Gabriel Machado/AGIF
Técnico Vítor Pereira tem contrato de dois anos acertado com o Flamengo Imagem: Gabriel Machado/AGIF

Do UOL, em São Paulo

27/11/2022 12h00

Vítor Pereira já tem tudo certo para ser o novo técnico do Flamengo. Ele acertou contrato de dois anos para tentar fazer no Rubro-Negro o que demorou muito para conseguir no Corinthians: um time com bastante posse de bola e defesa adiantada.

Ele diz que seu estilo de jogo é de posse de bola e marcação forte ao adversário já no campo de ataque. Foi isso que Vítor Pereira prometeu ao Corinthians ao chegar ao Brasil, em fevereiro, quando disse querer um time que tivesse "muita, muita, muita posse de bola" e marcasse forte no campo de ataque.

"É ter um jogo que nos permita ter mais [posse de] bola, exacerbar este momento no treino e depois, para evitar correr muitos metros para trás, temos que ser muito agressivos no momento da perda da bola. São dois momentos importantes para evitar que esta equipe fique correndo quilômetros e mais quilômetros correndo para trás e depois para frente", disse Vítor Pereira sobre seu estilo de jogo, nos tempos de Corinthians.

Na prática, porém, essa ofensividade toda demorou seis meses só para começar a ser colocada em prática no Corinthians. O time sofreu com uma sequência de desfalques importantes e não teve elenco suficiente para manter a proposta de jogo. Vítor Pereira então abraçou a retranca sem cerimônias para, segundo ele, tentar fazer a equipe "sobreviver" na temporada. Jogou assim inclusive em partidas decisivas, como a visita ao Boca Juniors com uma linha de cinco defensores, na Libertadores.

Resultado: quando tentou retomar algum sinal de jogo ofensivo, de posse de bola, o Corinthians estava desentrosado e não rendeu como poderia. Foi nesta época que acabou eliminado pelo Flamengo nas quartas de final da Libertadores. Em 2023, com um elenco como o do Rubro-Negro em mãos, a tendência é que Vítor Pereira não precise mudar suas ideias tão drasticamente.

Rodízio e atrito com camisa 10

As escolhas de Vítor Pereira no Corinthians criaram uma série de discussões públicas. A principal teve Róger Guedes como protagonista, em uma disputa sobre jogar centralizado ou na ponta esquerda. O jogador queria uma coisa, o técnico negou e o escalou repetidamente no comando do ataque. O problema só foi contornado com a chegada de um titular para a posição, Yuri Alberto.

Outra questão foi o rodízio de titulares. VP disse repetidamente ser impossível jogar três jogos seguidos com o mesmo time no Corinthians. "Senão em alguns jogos não terei ninguém para pôr em campo", chegou a dizer. Não à toa, o Alvinegro chegou a ser o time que mais escalou jogadores no Brasileirão. O elenco aceitou, mas não sem admitir alguma insatisfação: teve titular dizendo publicamente que "não gostava tanto", mas que fez parte do amadurecimento.

"Algumas equipes de Vítor Pereira eram mais posicionais, com cada um no seu espaço do campo. Em outras, alguns jogadores tinham mais liberdade de movimentação. Este é um ponto-chave para ele se dar bem no Flamengo. Todos os treinadores que deixaram esta 'anarquia organizada' se deram bem: casos de Jorge Jesus, Ceni, também do Dorival agora. Os principais jogadores do Flamengo funcionam desta forma."
Rodrigo Coutinho, colunista do UOL Esporte

Marcação pressão pode ser desafio

Pressionar o adversário no campo de ataque foi um dos maiores problemas que Vítor Pereira encontrou no Corinthians. Em parte pela realidade do futebol brasileiro, com jogos seguidos, mas também pelas características de um time titular com alguns veteranos. No Flamengo, o desafio pode ser parecido.

"Vítor talvez tenha um pouco mais de dificuldade para fazer o Flamengo marcar forte no campo de ataque, pela idade de alguns titulares. Acredito até que ele faça algumas mudanças neste sentido. Mas é um casamento legal entre as características do elenco e o que ele já fez na carreira. A preocupação maior é o vestiário, porque ele é um técnico que bate de frente com os jogadores."
Rodrigo Coutinho, colunista do UOL Esporte

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