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Exigente, Ceni também ajuda São Paulo a esvaziar DM após recorde de lesões

Jogadores do São Paulo reunidos antes do confronto diante do Ayacucho, pela Sul-Americana - Staff Images / CONMEBOL
Jogadores do São Paulo reunidos antes do confronto diante do Ayacucho, pela Sul-Americana Imagem: Staff Images / CONMEBOL

Brunno Carvalho e Marcelo Hazan

Do UOL, em São Paulo

27/04/2022 04h00

A sequência de três jogos sem nenhum desfalque por lesão trouxe alívio o São Paulo. Depois do surto de contusões no ano passado, o técnico Rogério Ceni tem tido o elenco completo para escolher o time ideal. Desde o início do ano, ele promove um rodízio de atletas, apontado pelas pessoas ouvidas pelo UOL Esporte como um dos motivos para a melhora na questão.

Ceni utilizou 33 jogadores nos 24 jogos que o Tricolor disputou até o momento na temporada. Apesar de ter uma base usada nos principais jogos, o treinador tem variado bastante a escalação nas partidas pela Copa do Brasil e pela Copa Sul-Americana. O comandante afirmou que o Brasileirão é a prioridade nesta temporada, para evitar nova briga contra o rebaixamento e sonhar com a vaga na próxima Libertadores.

A reportagem ouviu cinco fontes ligadas ao clube e a jogadores, que apontaram as mudanças percebidas nos últimos meses. Para além do rodízio de atletas, a nova mentalidade instaurada no CT da Barra Funda é vista como crucial para a diminuição das lesões.

Em entrevista depois da vitória contra o Everton (CHI), pela Copa Sul-Americana, o zagueiro Arboleda citou postura trazida por Rogério Ceni que ajudou na questão.

"Às vezes, chegava no treino cansado, não falava nada e o jogador terminava machucando. Ele deu uma confiança para o jogador poder falar para ele quando estivesse cansado, e não passar por esse tipo de problema. Então, a cabeça do jogador muda muito, a gente agradece ele e o departamento médico, que estão em cima da gente todo o dia, cuidando da gente. Um ajuda o outro e foi assim que saímos daquele problema que estava tendo há um tempo", disse.

A preparação física é outro ponto que, na avaliação interna, mudou do ano passado para esse. O entendimento é de que a comissão técnica de Hernán Crespo sofreu para se acostumar com o calendário brasileiro. A carga de treinos no início da temporada foi considerada elevada e, depois, quando as lesões começaram a aparecer, houve diminuição brusca das atividades que não resolveu o problema.

Crespo também costumava fazer um rodízio de atletas, mas a carga de treinos para quem não estava atuando era uma questão. Pessoas ouvidas pelo UOL diziam que os reservas recebiam uma intensidade de treino menor. Quando precisavam ser escalados, não estavam no mesmo nível de quem vinha jogando.

A mudança de mentalidade de uma comissão técnica para outra não foi o único quesito visto como importante para a melhora nas lesões. O São Paulo considera ter qualificado a comissão técnica permanente e promoveu trocas em seu quadro de fisioterapeutas.

Apontado em fevereiro por Rogério Ceni como um problema, a fisioterapia voltou a trabalhar em três turnos — a diminuição da carga horária foi uma medida tomada durante a pandemia da covid-19. Os processos no departamento médico também mudaram: os profissionais passaram a fazer reuniões constantes e produzirem relatórios detalhados que ajudam Ceni definir a escalação da equipe. O treinador é classificado como obcecado por dados e algoritmos e seu profissionalismo é considerado fundamental para a melhora.

O São Paulo terminou a temporada passada com 44 desfalques por lesões — casos de covid-19 não entram na conta. Passado o primeiro quadrimestre desse ano, a média caiu bastante: foram 11 casos atendidos pelo departamento médico.

Para o jogo de amanhã (28), contra o Jorge Wilstermann, pela Copa Sul-Americana, a única dúvida é Gabriel Neves, que sofreu trauma no tornozelo no treino da última segunda-feira (25).

Problemas de lesões sofridos no São Paulo em 2022:

- Luan (dores musculares)
- Luciano (contratura na panturrilha)
- Patrick (músculo posterior da coxa)
- Igor Vinicius (pequeno estiramento na região posterior da coxa direita)
- Alisson (estiramento na região anterior da coxa direita)
- Diego Costa (pequeno estiramento no músculo adutor direito)
- Gabriel Neves (lesão na panturrilha esquerda e trauma no tornozelo direito)
- Volpi (entorse no tornozelo esquerdo)
- Gabriel Sara (entorse no tornozelo direito)
- Rodrigo Nestor (entorse no tornozelo esquerdo)

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