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Gre-Nal adiado aumentou pressão dos dois lados e criou cenários de crise

Divulgação/Grêmio, Divulgação/Inter - Montagem UOL
Imagem: Divulgação/Grêmio, Divulgação/Inter - Montagem UOL

Jeremias Wernek e Marinho Saldanha

Do UOL, em Porto Alegre

08/03/2022 04h00

Passaram-se 11 dias desde a data original do primeiro Gre-Nal de 2022. Nesta quarta-feira (9), Inter e Grêmio vão, finalmente, se enfrentar no clássico que foi adiado pelo ataque ao ônibus gremista próximo ao estádio Beira-Rio. E o tempo se encarregou de mudar o ambiente e jogar pressão e crise em ambos os lados.

O Gre-Nal é válido da 9ª rodada do Gauchão e está marcado para as 21h (horário de Brasília).

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O Inter é, sem dúvida, o principal foco de instabilidade no momento. Se o jogo fosse na data original, haveria só um início de turbulência, alguns questionamentos sobre o rendimento da equipe. Mas o tempo (e o time) se encarregaram de jogar querosene na faísca e incendiaram o ambiente vermelho.

O Inter já chegaria ao Gre-Nal depois de uma derrota, com a necessidade de resposta imediata e sem boas partidas no ano. Mas ninguém esperava o que aconteceu na quinta-feira após o fim de semana em que a violência impediu o Gre-Nal. A derrota por 2 a 0 para o Globo-RN fez a Copa do Brasil acabar de forma vexatória.

O Inter passou um dia inteiro reunido e decidiu mudar. Mas não a comissão técnica. Apenas uma saída foi definida, a do executivo de futebol Paulo Bracks. Alexander Medina seguiu, nenhum jogador foi afastado.

O desempenho da equipe não mudou tanto. Ainda que tenha dado alguns sinais de evolução, a vitória por 1 a 0 sobre o Aimoré, em casa, só ocorreu graças a um gol com desvio. O time ainda produziu bem menos do que se espera.

A torcida mostrou, no Beira-Rio, todo seu descontentamento. Vaiou praticamente todo o time do primeiro ao último minuto de jogo. Ainda que tenham sido apenas 5 mil pessoas presentes. Jogadores como Cuesta, Moisés e Edenilson ouviram xingamentos todas as vezes que participaram do jogo.

O duelo contra o Grêmio chega em um momento de indefinição. O prazo dado pela direção para que o rendimento do time evolua está se esgotando. Uma eventual derrota, dependendo da forma que ocorrer, pode sentenciar a saída de Alexander Medina no reservado vermelho.

No Grêmio, o Gre-Nal será o quarto jogo de Roger Machado à frente do time. Existe crise, sim, mas indefinição não. Dois dias antes de o Inter ser eliminado pelo Globo-RN, o Tricolor caiu para o Mirassol, em São Paulo. A queda na primeira fase da Copa do Brasil gerou constrangimento e preocupação na Arena do Grêmio.

Roger, que estreou com goleada diante do São Luiz-RS e se preparava para o clássico com um ambiente de esperança, se deparou com o revés e a desconfiança. Não à toa, a diretoria se reuniu e conseguiu aumentar o investimento no futebol. Ou seja, houve sinal verde para contratar mais jogadores. Serão até cinco reforços já para o início da Série B.

O Gre-Nal será duro para o Grêmio no que diz respeito ao elenco. Sem Diego Souza, com lesão muscular, o time também não deve contar com Ferreira. Diego Churín segue afastado por ato de indisciplina e o ataque será formado por jovens. Internamente, o Grêmio encara o clássico como um enorme desafio para a concentração do elenco. Um laboratório para jovens e também uma espécie de prova de resistência para nomes mais experientes do elenco.

Em caso de derrota, os olhos ficarão mais arregalados no Grêmio. Em busca de reforços, de soluções. Mas sem tocar em Roger Machado.

O primeiro Gre-Nal de 2022, que até pode ser o único da temporada, chega justamente em um dos piores momentos da história recente. Do Grêmio e do Inter.