América-MG derrota o Cruzeiro em noite de erros da arbitragem no Mineirão

Muito se esperava do primeiro clássico do Campeonato Mineiro de 2022. De um lado, o Cruzeiro em reconstrução e embalado por duas vitórias consecutivas. Do outro, o América-MG que se prepara para disputar a Copa Libertadores. Mas é impossível falar do jogo do Mineirão sem abordar a arbitragem que teve uma noite ruim e interferiu diretamente no resultado final. O Coelho venceu por 2 a 0, com gols de Patric e Alê.

A bronca do Cruzeiro é justa. Afinal de contas, a Raposa era melhor na partida e até abriu o placar com Edu, aos 15 do primeiro tempo. Porém, a arbitragem errou ao assinalar impedimento. Sem o VAR para corrigir, o time celeste foi prejudicado. Para piorar, no minuto seguinte, o atacante Waguininho foi expulso. O América aproveitou e definiu o jogo ainda na etapa inicial.

Quem foi mal: Waguininho

Destaque positivo do Cruzeiro nas duas primeiras rodadas, o atacante Waguininho já estava caindo nas graças da torcida. Diante do América, o camisa 11 começou bem o clássico, mas errou feio aos 16 minutos do primeiro tempo. O jogador cruzeirense deu dois tapas no lateral Patric e foi dedurado pelo quatro árbitro. Cartão vermelho direto, o que mudou completamente o rumo da partida.

O jogo do Cruzeiro: 15 bons minutos

A expulsão de Waguininho comprometeu a atuação do Cruzeiro diante do América. Mas até a expulsão, a Raposa era melhor em campo. Foram 15 minutos de bom futebol e boas trocas de passes. Com três zagueiros e liberdade para os laterais, a Raposa até abriu o placar. Edu estava em condição legal, mas a arbitragem errou ao dar impedimento. Tudo mudou após o cartão vermelho. O Cruzeiro se perdeu e viu o América abrir 2 a 0 em questão de minutos. Na etapa final não faltou luta, mas a desvantagem já era grande demais.

O jogo do América: aproveitou o momento

Para quem vai jogar a vida na Copa Libertadores no final de fevereiro, o começo de jogo do América foi bastante preocupante. O Coelho só não ficou em desvantagem por causa da arbitragem. Mas se os primeiros minutos não foram bons, o Coelho soube tirar bastante proveito do momento vivido pelo rival. Enquanto o Cruzeiro se perdeu em campo após a expulsão de Waguininho, o América fez dois gols rapidamente e praticamente definiu o clássico. No fim, vitória sem sustos.

Golaço do Patric

A lei do ex se fez presente no Mineirão. E não foi com Wellington Paulista, mas com o lateral-direito Patric. Em linda cobrança de falta, o veterano colocou o Coelho na frente. Muitos nem lembram, mas Patric passou pelo Cruzeiro em 2009. Foram somente duas partidas disputadas.

Que falta faz o VAR

Muitos torcedores viram a cara quando o assunto é a arbitragem de vídeo. Mas para quem se acostumou com a presença do VAR nos jogos do Campeonato Brasileiro, ver a primeira fase do Mineiro sem esse recurso não tem sido fácil. Certamente o clássico do Mineirão seria diferente com a presença da arbitragem de vídeo. O gol de Edu, aos 15 minutos, seria validado. Assim como o atacante Wellington Paulista poderia ser expulso ainda na etapa inicial.

Pé descalibrado de Rafael Cabral

Um dos pontos fortes do goleiro Rafael Cabral é a facilidade de jogar usando os pés. Mas diante do América o goleiro cruzeirense não estava com a pontaria calibrada. Não foi uma ou duas vezes, mas algumas as tentativas erradas do camisa 1 em fazer lançamentos para os companheiros de time.

Volta discreta de Maicon

Grande reforço do Cruzeiro para 2022, o zagueiro Maicon reestreou com a camisa estrelada. Fora das duas primeiras rodadas do Estadual por ter testado positivo para covid-19, o defensor ficou no banco contra o América. Maicon entrou ainda no primeiro tempo, após Sidnei se queixar de dores musculares. A volta não foi das melhores, pois o zagueiro entrou aos 30 e viu o Coelho fazer o segundo gol dois minutos depois. Maicon ainda foi amarelado na etapa final.

O Cruzeiro tentou...

Paulo Pezzolano não se entregou com o resultado adversário de 2 a 0. O treinador do Cruzeiro manteve os três zagueiros e mudou as peças do meio para frente. Na base do abafa a Raposa bem que tentou, mas em nenhum momento chegou perto de ameaçar a vitória. A torcida bem que tentou ajudar na volta do intervalo, mas o América não facilitou a vida do Cruzeiro.

... mas foi o América quem levou perigo

Se o Cruzeiro tinha mais a bola nos pés, quem levou mais perigo no segundo tempo foi o América. O Coelho esteve muito mais perto de fazer o terceiro gol do que ver o rival reagir. O atacante Carlos Alberto quase marcou o dele, mas parou na trave.

Quinta vitória nos últimos sete clássicos

Desde o rebaixamento do Cruzeiro, em 2019, o América tem levado a melhor sobre o rival. O clássico da noite desta quarta foi sétimo entre Coelho e Raposa de 2020 para cá. Foi a quinta vitória do América, que perdeu apenas uma vez e empatou outra.

O Mineiro tem novo líder

Líder do Estadual nas duas primeiras rodadas, o Cruzeiro perdeu o posto ao ser derrotado pelo América. A Raposa permanece com seis pontos e viu o rival Atlético-MG chegar aos sete, com a goleada por 4 a 0 sobre o Uberlândia. O Coelho, agora, é o vice-líder. Athletic e Cruzeiro completam o G4.

FICHA TÉCNICA:

CRUZEIRO 0 x 2 AMÉRICA-MG
Data: 02/02/2022 (quarta-feira)
Local: Estádio Mineirão, em Belo Horizonte (MG)
Hora: 21h30 (de Brasília)
Árbitro: Ricardo Marques Ribeiro (MG)
Auxiliares: Felipe Alan Costa de Oliveira (MG) e Marcyano da Silva Vicente (MG)
Cartões amarelos: João Paulo e Maicon (CRU); Patric, Iago Maidana, Conti e Carlos Alberto (AME)
Cartão vermelho: Waguininho (CRU)
Gols: Patric aos 24' e Alê aos 32' minutos do primeiro tempo (América).

CRUZEIRO: Rafael Cabral; Gabriel Dias (Bruno José, aos 15 do 2º), Geovane, Sidnei (Maicon, aos 31 do 2C), Eduardo Brock e Rafael Santos (Matheus Bidu, no intervalo); Willian Oliveira, Machado (Adriano, no intervalo) e João Paulo; Waguininho e Edu (Thiago, aos 2 do 2º). Técnico: Paulo Pezzolano.

AMÉRICA-MG: Jori, Patric (Cáceres, aos 12 do 2º), Iago Maidana (Conti, no intervalo), Éder e Marlon (João Paulo, aos 26 do 2º); Lucas Kal, Juninho e Alê (Juninho Valoura, aos 42 do 2º); Everaldo (Carlos Alberto, aos 12 do 2º), Felipe Azevedo e Wellington Paulista. Técnico: Marquinhos Santos.