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Após adeus ao Fluminense, Hudson avalia futuro: 'muitos objetivos ainda'

Hudson, volante do Fluminense, durante treino na pré-temporada 2022 - Lucas Merçon / Fluminense
Hudson, volante do Fluminense, durante treino na pré-temporada 2022 Imagem: Lucas Merçon / Fluminense

Alexandre Araújo

Do UOL, no Rio de Janeiro (RJ)

01/02/2022 04h00

O contrato de Hudson com o Fluminense terminou ontem (31) e, recuperado de uma lesão no joelho direito, o volante de 34 anos, agora, analisa os próximos passos na carreira. A despedida acontece após dois anos, e com balanço positivo por parte do jogador, que, por outro lado, admite que o ciclo no clube havia encerrado.

Hudson desembarcou no Fluminense em janeiro de 2020, à época emprestado pelo São Paulo, e, posteriormente, renovou até o fim do ano passado. Em maio, após duelo com a Portuguesa-RJ, pelo Campeonato Carioca, teve constatada a ruptura do ligamento cruzado anterior do joelho direito, o que o levou a ser submetido a uma cirurgia.

"Faço um balanço positivo. Cheguei com um planejamento de voltar a levar o Fluminense a disputar a Libertadores e conseguimos por dois anos consecutivos. Ganhamos vários clássicos no período e, enquanto tive condições físicas de jogo, me utilizaram bastante, sendo muitas vezes como capitão da equipe", disse, ao UOL Esporte.

"Acredito que meu ciclo no Fluminense tinha se encerrado já. Estávamos esperando somente minha recuperação mesmo. Agradeço muito a eles por terem aberto as portas do clube para mim, terem me recebido tão bem e terem cuidado de mim com toda responsabilidade durante esse período", completou.

Hudson elegeu a conquista da Taça Rio — segundo turno do Estadual — de 2020, sobre o rival Flamengo, como um dos momentos mais felizes no Flu. O triunfo aconteceu nos pênaltis, após empate em 1 a 1 no tempo regulamentar.

"O momento mais especial foi o título da Taça Rio. Por mais simbólico que seja, ser campeão de algum campeonato em cima do Flamengo tem seu valor e tive a felicidade de converter o pênalti na decisão também", recordou.

Sobre futuro, o volante afirma que ainda não há nada concretizado e que, até então, o foco estava em retomar os 100% da condição física.

"Ainda não tenho nada definido. Meu empresário, Luciano Couto, preferiu esperar minha recuperação total para que pudesse conversar com os clubes e ver as possibilidades para a temporada", comentou.

Aos 34 anos, ele assegura ainda ter "muitos sonhos e objetivos" e lembra o histórico disciplinado para avisar que "pode atuar em alto nível" por mais algumas temporadas.

"Tenho muitos objetivos e sonhos ainda. Tem vários títulos que podem ser conquistados. Nunca tive problema com peso, sempre fui muito disciplinado, capitão nos times em que atuei. Então, acredito que posso jogar alguns anos ainda em alto nível", ressaltou.

Veja outras respostas de Hudson:

UOL Esporte: Qual foi o momento mais difícil da recuperação? O que passava pela sua cabeça durante esse período?

Hudson: "É uma recuperação lenta, que demanda muita resiliência e paciência. Às vezes, a evolução demora mais que o esperado e isso pode atrapalhar se você não tiver o mental forte. Mas sempre me dediquei muito, procurei fazer tudo da melhor maneira possível e o resultado é que hoje estou 100% recuperado."

UOL Esporte: No que se apoiou durante a recuperação? Teve algo ao qual se apegou?

Hudson: "Apoiei na minha família, nos meus filhos e na minha esposa, que esteve todo o tempo ao meu lado me ajudando. Me apoiei na minha história no futebol e em tudo que superei para me tornar um jogador profissional de Série A. Isso tudo me deu muita força. Já tive momentos difíceis na carreira de pensar em parar de jogar, mas superei todas elas. Na lesão do joelho não passou pela minha cabeça, pois estava completamente focado na recuperação e em estar pronto para jogar novamente, como estou hoje."

UOL Esporte: Você chegou ao Fluminense em 2020, pouco tempo antes de a pandemia de coronavírus estourar no país, e, em 2021, acabou tendo a lesão. Lamenta não ter tido um contato ainda maior com a torcida?

Hudson, volante do Fluminense, posa para foto com participante do "Flu Camp" - Leonardo Brasil/ Fluminense FC - Leonardo Brasil/ Fluminense FC
Imagem: Leonardo Brasil/ Fluminense FC

Hudson: "Tive apenas três meses, se não me engano, de contato com o torcedor na arquibancada. Infelizmente, a pandemia e a lesão distanciaram esse contato. Mas sou grato aos torcedores que me receberam super bem, me apoiaram e torceram pela minha recuperação no período."

UOL Esporte: Ampliando um pouco mais a conversa. Você esteve no Cruzeiro em 2017, como vê essa compra do departamento de futebol pelo Ronaldo?

Hudson: "A compra do Cruzeiro pelo Ronaldo é uma excelente oportunidade do clube voltar aos trilhos, a Série A, a ter responsabilidade financeira e a disputar títulos. Ronaldo dá esperança ao torcedor cruzeirense, é experiente, conhece o clube e tem tudo para fazer uma gestão exemplar e ser muito vitorioso."

UOL Esporte: Você teve uma passagem pelo Red Bull Brasil em 2010, quando o projeto estava em outro estágio. Esperava que, anos depois, o Red Bull Bragantino pudesse chegar à final da Sul-Americana e conquistasse uma vaga na Libertadores?

Hudson: "Desde a minha época de Red Bull já se notava a diferença de gestão e organização do clube. Sabia se que em pouco tempo estaria na Série A fazendo frente aos grandes clubes. O jogador no Red Bull, se preocupa unicamente em estar bem fisicamente e jogar futebol. Os fatores externos são praticamente nulos, a cobrança interna é grande, mas tem respaldo e confiança. Enfim, tenho certeza que todo jogador gostaria de jogar no Red Bull hoje,"

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