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SPFC: Liziero foi de pilar de Crespo a reserva e negociável com Ceni

Liziero corre para abraçar Crespo após gol do São Paulo no Paulistão - Paulo Pinto/São Paulo FC
Liziero corre para abraçar Crespo após gol do São Paulo no Paulistão Imagem: Paulo Pinto/São Paulo FC

Brunno Carvalho

Do UOL, em São Paulo

06/01/2022 04h00

A saída de Liziero do São Paulo era algo improvável até outubro. Enquanto Hernán Crespo comandava a equipe, o camisa 14 era um dos titulares da equipe. Em sua primeira temporada livre de lesões, o meia tinha um papel de confiança com o argentino, mudando de posição sempre que necessário.

Foi assim no início do Brasileirão. Luan perdeu cinco das seis primeiras rodadas por causa de um edema na coxa esquerda. Sem uma opção na reserva, Crespo escalou Liziero como primeiro volante. Foram oito partidas nessa função ao longo do torneio nacional, sendo um dos atletas mais regulares do elenco são-paulino.

Nem mesmo quando um erro de Liziero decretou a derrota para o Santos, Crespo deixou de elogiá-lo. Em uma entrevista coletiva, quando o São Paulo ainda buscava a primeira vitória no Brasileirão, o argentino destacou a importância do camisa 14 para o time.

"Liziero é um grande jogador. Esse resultado não está chegando e o único culpado está aqui [apontando para si], não está nos jogadores. É um grandíssimo jogador, de grande personalidade, que pode errar porque a vida é saber errar, ter muita personalidade para continuar a jogar. Acredito que é um jogador muito importante como todos os outros. Se tem um culpado, sou eu", disse Crespo, na época.

Com Ceni, no entanto, Liziero foi perdendo espaço aos poucos. Na chegada do novo treinador, foi elogiado ao compor o meio de campo ao lado de Gabriel Sara, Igor Gomes e Rodrigo Nestor. Certa vez, Ceni chamou o setor de "motor do time" e disse que seria ruim perder um deles para 2022.

A percepção foi mudando com o tempo. O fatídico jogo contra o Flamengo marcou o fim da titularidade de Liziero. Ele falhou em um dos gols da derrota por 4 a 0 e foi para o banco. Não foi utilizado contra Palmeiras, Athletico e Sport e jogou apenas 17 minutos contra o Grêmio. Diante do Juventude, quando o São Paulo se livrou do rebaixamento, voltou a começar uma partida, mas acabou substituído no segundo tempo.

Questionado sobre a perda de espaço de Liziero depois da goleada para o Flamengo, Ceni apontou a evolução de Rodrigo Nestor para justificar a escolha. Na época, o camisa 25 começou a ganhar cada vez mais espaço com o treinador.

"Eu tenho total confiança nele. O Nestor entrou bem quando jogou e eu gostei do Nestor na função, então acabei optando pelo Nestor na função na maioria dos jogos, mas ele teve uma sequência boa comigo. Não sei exatamente, mas acho que foram cinco jogos no começo comigo consecutivos. Hoje, com a ausência do Sara, eu precisava de outro volante e optei por ele para começar o jogo. Mas é um jogador tecnicamente capacitado. Não é um marcador, mas constrói bem, bom passe, ajudou naquilo que era possível não só hoje", disse Ceni.

A vitória sobre o Juventude marcou a despedida de Liziero do São Paulo. Ele estava suspenso na partida contra o América-MG, que encerrou a temporada são-paulina. Agora, deve ir para o Inter por empréstimo de um ano. O time gaúcho terá a opção de comprá-lo ao final da temporada, o que pode significar sua saída definitiva do time do Morumbi.

O último duelo também mostrou que a relação com a torcida já estava desgastada. Ao ser substituído por Gabriel Neves, Liziero foi muito vaiado pelos torcedores presentes no Morumbi.

Liziero deixará o São Paulo depois de sua temporada com mais partidas desde que virou profissional. Foram 48 partidas em 2021. Os 3226 minutos em campo fizeram com que ele terminasse como o oitavo jogador são-paulino com mais tempo de jogo na temporada.

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