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Identificado, Abel volta ao Fluminense e vê 'profecia' por Pedro confirmada

Abel Braga é anunciado como novo técnico do Fluminense - Daniel Perpetuo/FFC
Abel Braga é anunciado como novo técnico do Fluminense Imagem: Daniel Perpetuo/FFC

Do UOL, no Rio de Janeiro (RJ)

16/12/2021 04h00

No início de 2018, o Fluminense via Henrique Dourado, um dos destaques da temporada anterior, se despedir rumo ao rival Flamengo. À época, coube a um jogador criado na da base assumir a função de referência no ataque tricolor. O jovem e não tão badalado Pedro recebeu elogios públicos do então técnico Abel Braga, que já naquela ocasião o colocava como um dos cinco melhores centroavantes do país.

O episódio mostra que o treinador, costumeiramente ligado a nomes mais veteranos, também tem esse lado com os atletas que estão iniciando a carreira profissional. Esse, inclusive, foi um dos pontos analisados pela diretoria para concretizar o retorno para o ano que vem.

Abel Braga retorna às Laranjeiras com contrato sem tempo determinado nem multa rescisória. Assim, as partes ficam livres para encerrar o vínculo a qualquer momento.

A escolha causou mais surpresa pelo fato de os dois últimos comandantes da equipe terem sido Odair Hellmann e Roger Machado, técnicos de outra geração e com formas de trabalhar distintas, e, pode-se dizer, dividiu a torcida.

Abel, porém, chega com bagagem de Fluminense. Identificado com o Tricolor, onde foi criado como jogador e é o segundo treinador com maior número de jogos — são 328 jogos, atrás apenas de Zezé Moreira, que tem 474 —, ele está "de volta pra casa", como foi publicado nas redes oficiais do clube.

Nas Laranjeiras, inclusive, as passagens anteriores — esteve em 2005, de 2011 a 2013 e de 2016 a 2018 — foram avaliadas como positivas, principalmente, claro, a segunda, quando foi campeão Brasileiro em 2012.

"Eu tenho muita consciência do que é isso aqui. E o atleta também tem que ter, isso é muito importante. O Fluminense está completo enquanto estrutura. Estou muito empolgado, e como é bom se sentir assim. É muito bom. E não pensem que vão ver o mesmo Abel de 2018, de 2011 ou 2012, porque não vão. Sou completamente diferente. Vão ver algo que pode surpreender", disse, ao site oficial do Flu.

O último ciclo terminou por vontade de Abel, que pediu demissão em meio a uma crise política que esfacelou o departamento de futebol do clube, então sob o comando do presidente Pedro Abad. Antes da saída, o CEO Marcus Vinicius Freire e o diretor esportivo Paulo Autuori já haviam se despedido.

A experiência e o "vestiário", utilizando o jargão futebolístico, também pesam a favor, ainda mais por ser um ano em que o time precisará atravessar a fase preliminar da Libertadores para alcançar a classificação aos grupos. Um mata-mata de suma importância logo no início do calendário. Além disso, Abel terá de promover a já notória mescla entre os jovens da base e jogadores mais cascudos.

"Eu tenho uma preocupação maior em saber como é a vida do jogador, saber como ele chegou até aqui, sua história. Porque eu tento formá-lo primeiro como cidadão e procurar colocar todas as qualidades possíveis para que ele tenha um crescimento pessoal. Com isso, evidentemente, ele terá um crescimento técnico e esportivo", afirmou, sobre os Moleques de Xerém, em sua chegada.

De volta ao Pedro...

Hoje no Flamengo, Pedro chegou ao Fluminense ainda novo e foi ganhando oportunidades no elenco profissional, a partir, principalmente, de 2017. Em 2018, se torna titular e um dos principais nomes da equipe.

Técnico Abel Braga e o atacante Pedro, em treino do Fluminense em novembro de 2016 - NELSON PEREZ/FLUMINENSE F.C. - NELSON PEREZ/FLUMINENSE F.C.
Imagem: NELSON PEREZ/FLUMINENSE F.C.

Os elogios públicos de Abel, ainda em março daquele ano, ganharam a atenção por se tratar de um jogador de 20 anos e que, até então, era apenas opção no elenco.

"O fato de ser jovem tem um preço. Quero que haja competição nas posições. Não sei se é coincidência, mas o Gilberto cresceu a partir da chegada do Léo. Marlon começou como titular, mas, nos EUA [Florida Cup], o Ayrton Lucas treinou bem, coloquei ele. Quando fui falar ao Marlon, ele me disse que o colega estava melhor. É isso que falta ao Pedro: concorrência. O Pablo Dyego é de lado, o Dudu é muito menino. No momento em que chegar alguém, vai aumentar a competição. É difícil, tem muita marcação, pouco espaço. Volto a dizer: Pedro, tecnicamente, está entre os cinco melhores do Brasil", apontou à época.

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