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Palmeiras: Veiga, Scarpa ou os dois? Números mostram vantagens conflitantes

Gustavo Scarpa e Raphael Veiga comemoram gol do Palmeiras contra o Fluminense pelo Brasileirão - Marcello Zambrana/AGIF
Gustavo Scarpa e Raphael Veiga comemoram gol do Palmeiras contra o Fluminense pelo Brasileirão Imagem: Marcello Zambrana/AGIF

Diego Iwata Lima

De São Paulo

04/10/2021 04h00

No empate contra o Juventude em 1 a 1, no domingo (3), Abel Ferreira deu descanso a Raphael Veiga, que vem sendo titular nos jogos mais importantes do time, e escalou Gustavo Scarpa na armação das jogadas.

Scarpa não se fez de rogado e, mais uma vez, foi decisivo para o Palmeiras, concedendo sua 17ª assistência na temporada, ampliando para 24 o número de participações suas em gols da equipe. O titular Veiga, que é o artilheiro da equipe com 11 gols, fez cinco assistências, totalizando 16 participações.

Indagado na entrevista coletiva sobre o que pretendia com Scarpa no lugar de Veiga, Abel igualou os jogadores: "Veiga e Scarpa é falar do mesmo. Scarpa, grande jogador e assistente. Veiga, grande jogador e assistente. Temos dois por posição. Eu confio em todos os jogadores. E é por isso que estamos inteiros. Estamos com toda a força pela rotatividade", disse o português.

Mas se os dois são "iguais" na visão dele, porque Veiga joga as partidas mais importantes? A análise dos números de aproveitamento, por exemplo, mostra um enorme equilíbrio. E se for por eles que Abel está decidindo, o está fazendo por 1,4% apenas. E mais, enquanto pensa em um ou outro, o português pode estar desconsiderando o que os dois podem fazer juntos, um índice que não pode ser desprezado.

Veiga tem números melhores que o total do time

Veiga tem na temporada um índice de aproveitamento ligeiramente maior que o de Scarpa: 62,6% contra 61,2%. Para entender quem tem o melhor rendimento, é preciso cruzar esses dados com os dados gerais do clube no ano. E aí a vantagem de Veiga aparece mais claramente.

Na temporada, o Palmeiras soma 61,72% de aproveitamento —maior que o de Scarpa, menor que o de Veiga. O que significa dizer que Veiga puxa para cima a conquista de pontos do time por jogo em que atuou.

Mas e juntos? Eles funcionam?

Dos 41 jogos de Veiga no ano, e dos 43 de Scarpa, eles estiveram juntos em campo em 22. Esse cálculo afere apenas os jogos em que, de fato, compartilharam minutos. E aí vem o pulo do gato: quando estiveram ao mesmo tempo em campo, Scarpa e Veiga conquistaram 69,7% dos pontos disputados.

É evidente que os números são frios, não dimensionam, por exemplo, o ritmo ou comportamento que os jogadores dão ao time, tampouco seus efeitos de aumento ou diminuição no potencial dos companheiros. Também não avaliam as características individuais e o que o técnico deseja que cada um entregue quando os escala. Mas essa avaliação serve como um parâmetro para que uma terceira hipótese possa ser considerada.

Veja os números dos meias:

Veiga jogou menos, ganhou menos e empatou mais

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Raphael Veiga comemora gol do Palmeiras contra o São Paulo pela Libertadores
Imagem: ANDERSON LIRA/FRAMEPHOTO/FRAMEPHOTO/ESTADÃO CONTEÚDO

41 Jogos

23 Vitórias

8 Empates

10 Derrotas

11 Gols

5 Assistências

16 Participações em gols

62,6% de aproveitamento

Embora tenha feito menos gols que Scarpa, Raphael Veiga viu o Palmeiras conquistar mais pontos quando jogou.

Scarpa fez mais assistências, menos gols e ganhou mais

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Gustavo Scarpa comemora gol do Palmeiras pela Libertadores
Imagem: Alexandre Schneider/Getty Images

43 Jogos

24 Vitórias

7 Empates

12 Derrotas

7 Gols

17 Assistências

24 Participações em gols

61,2% de aproveitamento

Scarpa tem um índice de conquista de pontos um pouco menor. Mas não há como desprezar a contribuição dada por ele para o Palmeiras chegar à rede.

Juntos, eles têm quase 70% de aproveitamento

22 Jogos

14 Vitórias

2 Empates

4 Derrotas

69,7% de aproveitamento