Como boné do Flamengo deixou MC conhecido na cena do rap nacional
O rapper Cesar Mc lançou ontem (10) seu primeiro álbum, 'Dai a Cesar O Que É de Cesar'. Mas antes de alcançar esse objetivo ter sua música conhecida, o capixaba do Morro do Quadro ficou conhecido nas batalhas de rima por causa de um boné do Flamengo que era de seu pai.
Em 2017, Cesar conquistou o Duelo de MCs Nacional com seu inseparável boné do Rubro-Negro na cabeça. Em entrevista ao UOL Esporte, o rapper disse que a peça representa muito mais do que mística que o público criou de que ele é 'invencível' com ele. Mas que o boné fazia com que ele pensasse que a batalha de rima era como sua profissão e precisava levar a sério.
"O público das batalhas de rima criou uma mística em cima do boné do Flamengo, eles falavam que quando eu estava usando ele, não tinha como perder, mas é uma história mais profunda. Minha família estava passando dificuldade, meu pai e minha mãe trabalhavam muito. O meu pai trabalhava com reciclagem e um dia eu vi ele no meio de várias garrafas pets usando o boné do Flamengo, e pedi aquele boné para mim", explicou.
"Eu não podia tratar as batalhas de rima como luxo, porque eu larguei minha faculdade para isso [Cesar cursava matemática na Universidade Federal do Espírito Santo], levava tão a sério que o boné me lembrava que eu estava trabalhando como o meu pai", acrescentou.
A relação entre Cesar e Flamengo transcendeu o lado torcedor. Em 2019, o MC foi convidado pelo clube para compor uma música para celebrar os três títulos mais importantes conquistados naquela temporada: o Campeonato Carioca, o Campeonato Brasileiro e a Copa Libertadores. E esse contato fez com que o rapper conhecesse todos os jogadores e eu aumentasse ainda mais o seu laço com o Rubro-Negro.
"Eu sou flamenguista desde que nasci. Eu consigo enxergar o Flamengo em vários momentos da minha carreira. Muitos gatilhos de memórias que eu tenho são assistindo jogos do Mengão. A música me fez realizar o sonho de conseguir assistir um jogo no Maracanã, fiz uma música para o Flamengo em 2019 para comemorar os títulos que vencemos, converso com os jogadores e através da minha arte consegui melhorar esse meu lado torcedor", disse.
Aos 24 anos, Cesar já lançou diversas músicas com referências do mundo do futebol, já citou o ex-jogador Totti (lendário jogador da Roma e da seleção italiana), a Liga dos Campeões e diversas vezes o Flamengo. Ele justifica isso dizendo que muitos jovens das favelas têm o sonho de se tornar um jogador e essa linguagem aproxima a música deles.
"Eu sou um cara que acredita muito em cantar a vida a partir das experiências que eu vivi. Como um moleque de quebrada, eu tenho que falar do futebol, é o sonho de várias crianças da favela. Eu quis ser jogador de futebol em parte da minha vida, então eu trabalho pra levar essa mensagem a esse público", concluiu.
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