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Roni barra Cantillo e vira fundamental para o Corinthians no Brasileirão

Roni comemora gol do Corinthians contra o Athletico-PR - RODOLFO BUHRER/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO
Roni comemora gol do Corinthians contra o Athletico-PR Imagem: RODOLFO BUHRER/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO

Thiago Braga

Colaboração para o UOL, em São Paulo

27/08/2021 04h00

Na última década, o Corinthians se destacou pela força que suas equipes mostravam no meio de campo. O desenho dos times mais vencedores da história do Timão tinha sempre três pilares: um primeiro volante marcador, especialista em roubar bolas; um meia técnico, capaz de controlar o jogo e servir seus companheiros; e o segundo volante de imposição física e com forte chegada no ataque. Entre os que se destacam estão Elias e Paulinho. Agora surge um jogador que busca suprir essa ausência.

A mudança para um sistema mais próximo dos que foram usados por Tite e Mano Menezes, dois dos técnicos que moldaram a forma de atuar do Corinthians nos últimos anos, passou a ser mais utilizada por Sylvinho no empate sem gols contra o Santos. O jogo marcou a estreia de Giuliano. Para dar sustentação ao recém-contratado, o atual comandante corintiano recorreu ao 4-1-4-1 de Tite. E quem passou a ganhar espaço foi o meio-campista Roni. Justamente na sequência invicta do time, com um empate e duas vitórias seguidas.

Na partida seguinte, diante do Ceará, o camisa 29 invadiu a área e deu passe açucarado para Adson abrir o placar da vitória por 3 a 1. No último final de semana, na vitória sobre o Athletico, fora de casa, outra vez ele apareceu como elemento surpresa na área adversária e saltou mais alto que todo mundo para cabecear e fazer o único gol do jogo, que valeu os três pontos.

Das 17 partidas do Corinthians no Campeonato Brasileiro até o momento, Roni disputou 16, e foi titular em 12 delas — autuou em média 59 minutos. Roni tem até aqui três gols e uma assistência no torneio. Dois gols e o passe para outro aconteceram nas últimas cinco partidas.

"O Roni vem da base. É um atleta que tem mostrado vontade de jogar, é esforçado, dedicado no que faz. Um atleta que chega na área. É um atleta competente no que faz, entende o jogo, como outros da base que estão evoluindo", já afirmou Sylvinho.

Dados do SofaScore, site especializado em estatísticas, corroboram as palavras do comandante alvinegro. Roni é voluntarioso em campo. Apesar de aparecer quase sempre pelo lado esquerdo do campo, contribui para a construção das jogadas com acerto de 84% dos passes, sendo que 75% destes são feitos no campo ofensivo. Além disso, ele consegue ter sucesso na hora que precisa escapar da marcação dos rivais, acertando 54% dos dribles.

Mas não é só na parte ofensiva que Roni se destaca. Ele ganha 32% dos duelos em média por partida do Brasileirão, seja desarmando ou interceptando os adversários. O destaque negativo fica pelo número de cartões amarelos, cinco em 16 jogos. Roni também tem alto índice de perdas de bola (oito por jogo).

Com a contratação e o bom desempenho de Renato Augusto, que fez um gol logo em seu retorno ao Corinthians, a expectativa fica para saber se Sylvinho vai optar por um meio de campo formado por três jogadores ou se vai repetir o 4-1-4-1 que rendeu títulos ao Timão. Na conquista do Brasileiro 2015, por exemplo, Tite lançou mão do sistema e apostou em Renato Augusto e Jadson como responsáveis por criar as jogadas ofensivas.

Os dois meias, até então desacreditados, conduziram a equipe ao título, com Renato circulando por dentro, e Jadson atuando aberto. Agora, Sylvinho terá de definir como vai montar a equipe para o duelo contra o Grêmio, amanhã (28), às 21h (de Brasília), em Porto Alegre, pela 18ª rodada do Brasileirão.

"Todos os atletas podem jogar [juntos], Roni, Renato... Temos quatro, cinco, seis atletas num tripé de meio de campo que a maioria tem uma versatilidade muito grande. Um ou outro jogador não deveria fazer o papel de primeiro centro-campista, mas os demais podem ocupar qualquer uma das duas meias, e o Renato, inclusive, também como primeiro pode ser utilizado", analisou Sylvinho, após a vitória sobre o Furacão.