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Cruzeiro sofre nova punição e dívida na Fifa aumenta para R$ 13 milhões

Sérgio Santos Rodrigues sofre pressão da torcida, que quer impeachment do presidente - Gustavo Aleixo/Cruzeiro
Sérgio Santos Rodrigues sofre pressão da torcida, que quer impeachment do presidente Imagem: Gustavo Aleixo/Cruzeiro

Do UOL, em Belo Horizonte

28/07/2021 17h57

O Cruzeiro recebeu o segundo tranfer ban da Fifa na temporada 2021 e para voltar a registrar atletas terá que pagar algo em torno de R$ 13 milhões. Depois da punição pela dívida com o Defensor Sporting (URU) — contratação do meia Arrascaeta —, agora foi a vez da pendência com o Mazlatán (MEX) — contratação de Riascos — ativar uma nova punição à Raposa. Ambos os negócios foram feitos em 2015 e não tiveram os pagamentos executados pelo clube celeste, que ganhou fama de caloteiro nos últimos anos.

O próprio presidente do Cruzeiro, Sérgio Santos Rodrigues, confirmou a efetividade do segundo impedimento imposto pela Fifa.

"Hoje temos dois transfer ban ativos, ou seja, temos limitações financeiras e também de punições para poder registrar. Mas claro que a gente trabalha pensando nisso, mirando para cima. A gente já viu histórias de outros times que engatam uma sequência boa", disse Rodrigues em entrevista ao Seleção Sportv.

As duas punições da Fifa ao Cruzeiro se distinguem da seguinte forma: R$ 7 milhões a serem pagos ao Defensor Sporting e R$ 6 milhões ao Mazlatán. Os problemas financeiros da Raposa, que tem quase R$ 1 bilhão em dívidas, atrapalham os planos de acesso à Série A. Mesmo assim, o presidente do clube mantém esperanças de que é possível subir de divisão nesta temporada. O time estrelado está na parte de baixo da tabela de classificação da Série B atualmente, na penúltima colocação, com 12 pontos em 14 jogos.

"Por mais que esteja na parte de baixo, a diferença para a zona de acesso seria de dois ou três rodadas faltando mais da metade do campeonato para correr. Então a gente mira na parte de cima e pede ao torcedor para acreditar nisso", complementou Sérgio Santos Rodrigues.

Sem renda de bilheteria desde o ano passado devido aos impactos da covid-19, com faturamento baixo e pelo adiantamento de cotas de TV feito em outras temporadas, o caixa cruzeirense está praticamente vazio. Uma das possibilidades de se diminuir o buraco e pagar pelo menos uma parte das dívidas passa pela venda da sede administrativa do clube. Um prédio localizado no Barro Preto, bairro da região centro-sul de Belo Horizonte.

O imóvel da sede administrativa, que leva o nome do ex-presidente Zezé Perrella, segundo documento registrado no cartório de 7º Ofício de Registros de Imóveis de Belo Horizonte, está avaliado em R$ 49,3 milhões, segundo apuração do UOL Esporte. A reportagem teve acesso a um documento que apresentava esse valor à Justiça no processo que o Cruzeiro conseguiu acordo com a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN). Isso após ser excluído do Programa de Modernização da Gestão e de Responsabilidade Fiscal do Futebol Brasileiro (Profut).

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) era um dos interessados em comprar o prédio do Cruzeiro.

"Quanto à notícia divulgada, aquisição da sede do Cruzeiro, informo que o Ministério Público de Minas Gerais procura, sim, imóvel para seu novo órgão de investigação do dinheiro público desviado, inclusive para locação. Há inúmeras opções. A do Barro Preto [prédio onde funcionou a sede do Cruzeiro] será possível se também for bom para o Cruzeiro", explicou Jarbas Soares Júnior, procurador-geral do Estado de Minas Gerais.

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