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Mauro Cezar Pereira

Fala, Maurão: Seleção é o que há de menos importante para o Brasil hoje

Do UOL, em São Paulo

04/03/2021 15h07

A convocação da seleção brasileira para os jogos das Eliminatórias contra Colômbia e Argentina continua sendo uma grande incógnita. Em meio à pandemia, que cresce cada dia mais no País, é improvável que os clubes europeus aceitem liberar seus jogadores para viagens intercontinentais. Para o comentarista Mauro Cezar Pereira, porém, estes jogos são o que há de menos importante no momento que o Brasil enfrenta atualmente.

"Nenhum clube lá de fora quer que seus atletas, sob contrato, venham jogar em território brasileiro. Se por acaso o fizerem, no retorno terão que passar por quarentena. Então os clubes não querem liberar os jogadores, e Tite muito provavelmente não poderá convocar todo o mundo que ele quer", entende Mauro Cezar, que dá razão a Jurgen Klopp, o treinador do Liverpool, que recentemente avisou que "o clube é a prioridade" nesta bola dividida com as seleções nacionais.

Aliás o trio Alisson, Fabinho e Roberto Firmino, que trabalha com Klopp no Liverpool, muito dificilmente será liberado para defender o Brasil nos jogos deste mês. O mesmo deve ocorrer com outros atletas, de diversos clubes europeus.

"Isso significa um enfraquecimento da seleção brasileira em seus próximos compromissos, mas [é um problema que] também afetará outras seleções sul-americanas. No meio disso tudo, fica muito claro que o futebol de seleções está em segundo plano, sim, e os jogos de Eliminatórias e Copa América deveriam sofrer profundas alterações", opina o blogueiro do UOL Esporte.

Para Mauro, a Copa América nem deveria acontecer neste meio de ano, pois a pandemia segue fora de controle na América da Sul. Quanto às Eliminatórias, o comentarista entende que teria sido melhor mudar o regulamento desde o início. "Com pontos corridos em turno e returno, são 18 jogos. Se dividissem as dez seleções em dois grupos de cinco, haveria equilíbrio, vagas diretas e ainda um playoff para repescagem", aponta.

Se nada mudar, a Copa América acontece mesmo no mês de junho, na Colômbia e na Argentina. Até lá a seleção de Tite tem quatro partidas de Eliminatórias, sendo as duas primeiras justamente contra Colômbia e Argentina, respectivamente nos dias 26 e 30 deste mês. "A seleção de Tite é o que há de menos importante hoje no futebol praticado em nosso País", completa Mauro.