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Para Marcos Rocha, Palmeiras pode colocar Abel entre os melhores do mundo

Marcos Rocha conversa com Abel Ferreira, durante treino do Palmeiras, na Academia - Cesar Greco
Marcos Rocha conversa com Abel Ferreira, durante treino do Palmeiras, na Academia Imagem: Cesar Greco

Thiago Ferri

Do UOL, em São Paulo

27/01/2021 04h00

Marcos Rocha é um dos poucos jogadores do elenco do Palmeiras que já conquistaram a Copa Libertadores — só Willian, em 2012, ganhou com o Corinthians; Luiz Adriano, embora tenha jogado pelo Internacional em 2006, não fez parte da campanha vitoriosa. Campeão em 2013 com o Atlético-MG, o lateral direito enfrentará no sábado (30) o Santos de Cuca, seu comandante no Galo naquela ocasião.

Conhecedor das estratégias do agora adversário na final do Maracanã, o lateral fez elogios ao ex-chefe, mas diz que seu atual técnico, Abel Ferreira, tem potencial para ser um dos melhores do mundo.

A relação do Abel com o grupo em geral é muito boa, ele é um técnico que conversa bastante, orienta, é participativo no dia a dia. Isso contribui muito para o crescimento da equipe. O Abel está se preparando para ser um dos melhores treinadores do mundo e vê o Palmeiras como uma oportunidade de mudança de patamar na carreira dele."
Marcos Rocha, ao UOL Esporte

Para o camisa 2, a chegada do português revitalizou o grupo, já que todos sentiram que teriam alguma importância no processo de reconstrução da equipe. O resultado foi a arrancada rumo às finais da Libertadores e Copa do Brasil. Para o experiente atleta, este agora é o Verdão mais cascudo que ele já viu em campo, desde que chegou ao clube em 2018.

"Coletivamente, este é um time mais maduro e pronto para passar pelas dificuldades que o futebol impõe. Acho que é grande força desse elenco", contou. "Colocamos em mente que a parte coletiva do elenco poderia ser algo que nos daria essa oportunidade. É o que pode nos dar força para uma eventual conquista."

Título como marco de respeito

Aos 32 anos, Marcos Rocha já foi convocado para a seleção brasileira, venceu títulos estaduais, Copa do Brasil, Brasileiro e Libertadores. Mas o atleta mineiro ainda recebe críticas que o incomodam e espera dissipá-las, caso conquiste mais uma vez a competição continental.

"Respeito é a palavra certa [do que significa o bicampeonato], principalmente para alguns que ainda buscam me criticar. Rendimento todo mundo perde, mas como eu cheguei ou porque eu cheguei [até aqui] só eu tenho essa resposta. Conseguindo mais um título da grandeza da Libertadores, deixaria mais uma vez meu nome na história de um grande clube, como o Palmeiras", pontuou.

Com larga história no Atlético-MG, incluindo premiações como melhor lateral direito do Brasil, Marcos Rocha já tem também uma passagem com marcas importantes no Palmeiras. Campeão brasileiro e paulista, ele é o quinto jogador que mais atuou pelo clube no atual elenco (138 vezes) e é o terceiro com mais assistências (20), contando jogadas com os pés e com as mãos.

Marcos Rocha cobra lateral durante treino no Palmeiras - Cesar Greco - Cesar Greco
Marcos Rocha cobra lateral durante treino no Palmeiras
Imagem: Cesar Greco

Cucabol ou 'latereio'?

O Palmeiras campeão brasileiro de 2016 com Cuca acabou sendo definido pelo "Cucabol", tanto para avaliações mais críticas, de um jogo baseado em bolas paradas, quanto para responder aos ataques, citando as variações em jogadas ensaiadas que a equipe tinha. Naquele time, o meio-campista Moisés era o responsável por cobrar os laterais na área, mas Marcos Rocha foi o precursor do lance.

No Galo de Cuca, o jogador cansou de fazer a jogada, que denominou de "latereio", uma mistura de lateral com escanteio alçado na área do adversário. Ainda que alguns considerem uma opção mais pobre, o lance é treinado no dia a dia e acaba rendendo momentos importantes, mesmo com Abel Ferreira.

Na ida da semifinal da Copa do Brasil, contra o América-MG, o Verdão empatou com um gol de cabeça de Gustavo Gómez, justamente após um lateral batido por Marcos Rocha. O lance evitou a derrota no Allianz Parque.

"Acho supernormal a jogada, e já nos trouxe benefícios em partidas. O objetivo do jogo é fazer gol e quando acontece [a partir do lateral], está valendo", respondeu.

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Conhecendo Cuca, o camisa 2 sabe que esta é uma jogada que certamente será trabalhada no Santos, para que o técnico não prove do próprio veneno.

"Ele é um grande treinador e vai trabalhar muito a parte motivacional dos seus atletas. O Cuca sempre espelha sua equipe no adversário, principalmente na marcação. Vai ser um grande duelo por isso", completou.

Lições para fazer história

No título de 2013, Marcos Rocha teve de passar por jogos dramáticos no mata-mata com o Atlético-MG. O time passou pelo Tijuana (MEX) devido ao gol anotado fora de casa e também bateu o Newell's Old Boys (ARG) na semifinal para conquistar o título sobre o Olímpia (PAR), nos pênaltis Bem diferente da trajetória do Palmeiras neste ano. O time vinha de confrontos relativamente tranquilos. Isto, claro, até alcançar a semifinal contra o River Plate.

Contra o gigante argentino, o Verdão fez um histórico 3 a 0 em Buenos Aires. No Allianz Parque, porém, perdeu por 2 a 0, em partida com gol e pênalti a favor dos argentinos anulados pelo VAR. Um dos maiores sufocos vividos por este elenco serviu de aprendizado.

"Nós temos que igualar a nossa intensidade e ter uma leitura tática dentro de campo para não sermos surpreendidos como aconteceu, com méritos, pelo River Plate, em nossa casa. Enfrentar agora um brasileiro ajuda por conhecermos mais os jogadores, suas características e movimentações, mas na final tudo muda", concluiu.

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