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Ameaçado, dirigente do Vasco cita "batalha mais hostil" ao organizar pleito

Mussa (ao centro, de azul) durante a eleição online do Vasco no dia 14: presidente da Assembleia sofreu ameaças - Bruno Braz / UOL Esporte
Mussa (ao centro, de azul) durante a eleição online do Vasco no dia 14: presidente da Assembleia sofreu ameaças Imagem: Bruno Braz / UOL Esporte

Bruno Braz

Do UOL, no Rio de Janeiro

18/12/2020 11h05

Aos 82 anos, Faues Cherene Jassus, presidente da Assembleia Geral, esteve no verdadeiro "olho do furacão" na polêmica eleição do Vasco. Seu cargo foi o responsável por organizar e implementar as regras do pleito, mas o que parecia pouco complexo se tornou uma missão pra lá de delicada ou, como o próprio definiu, a "batalha mais hostil" que enfrentou.

Ameaças, intimidações e agressões foram algumas das situações citadas em sua carta aberta aos vascaínos, divulgada após a legitimação judicial de Jorge Salgado como novo presidente do Cruzmaltino.

Nas semanas que antecederam a eleição, Mussa chegou a ter seu telefone pessoal vazado e sofreu centenas de ataques. Algumas mensagens, inclusive, com ameaças à sua família.

"(...) Esta Presidência da Assembleia Geral, sem a menor sombra de dúvidas, travou a batalha mais hostil de sua existência. Nenhum limite foi respeitado. Desrespeito à ética e à moral; desrespeito aos normativos internos do clube e à legislação vigente; desrespeito às pessoas e aos seres humanos. Agressões covardes e sub-reptícias, intimidações, humilhações. Mentiras e mais mentiras foram lançadas ao vento, contaminando muitos vascaínos que, de boa-fé, acreditavam em tais inverdades e respondiam com agressividade e desrespeito. Porém, sempre consciente do tamanho de nossa responsabilidade, nunca houve reação ou enfrentamento. A cada novo abuso, a correção era feita pelo Poder Judiciário - e, sempre, nas duas instâncias -, tão evidente o nosso direito. Sempre disse que o tempo seria o senhor da verdade. E foi! (...)".

Embora tenha tomado medidas de precaução e tido problemas de saúde durante a caminhada, não se furtou em seguir com seu propósito, conseguiu implementar as eleições diretas pela primeira vez na história do clube e, após aquele que parece ser o encerramento do processo eleitoral, optou por se desprender de qualquer rancor.

"(...) Finalizo, agradecendo aos sócios vascaínos, que, ao longo de todo este conturbado processo eleitoral, sempre esteve ao nosso lado, com palavras de carinho, de apoio e de incentivo. Não guardo mágoas daqueles que, em algum momento, nos faltaram com o respeito. Quero crer que foram todos, de boa-fé, induzidos ao erro pelas narrativas falaciosas disseminadas pelo sistema derrotado. Que, doravante, estejamos todos juntos, unidos, em prol do Club de Regatas Vasco da Gama (...)".

Veja abaixo a íntegra da carta de Mussa:

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