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Mesmo algoz: Atlético-GO vence apático Fluminense de Marcão no Brasileirão

Caio Blois

Do UOL, no Rio de Janeiro

16/12/2020 23h26

Algoz na Copa do Brasil, o Atlético-GO voltou a vencer o Fluminense, desta vez pelo Campeonato Brasileiro, e pegou o elevador na tabela. O justo placar de 2 a 1 sobre o Tricolor no Antônio Accioly impediu a equipe de Marcão, que teve atuação apática, de voltar ao G4.

Sem inspiração no ataque e lento para a recomposição na defesa, o Flu teve uma de suas piores performances em toda a competição, e vê o sonho de voltar à Libertadores após oito anos ficar mais difícil.

Com a derrota, o Tricolor desperdiçou mais uma chance de entrar na zona de classificação direta à maior competição de clubes do continente. Já o Dragão subiu para o 9º lugar e está na parte de cima da tabela, se afastando da "confusão" na briga contra o rebaixamento.

Marcos Felipe fecha o gol e evita o pior

O Fluminense jogou muito mal em Goiânia. Tanto que o destaque foi o goleiro. Marcos Felipe evitou ao menos três chances claríssimas do Atlético-GO com grandes defesas, e evitou o pior no segundo jogo sob o comando de Marcão.

Hudson e Yuri erram quase tudo

Foram tantas atuações ruins no Flu que dois jogadores dividiram a inglória escolha do pior em campo no Antônio Accioly. O "prêmio" ficou com a dupla de volantes que não marcou nem construiu: Hudson e Yuri. Os dois erraram quase tudo com a bola no pé, abriram espaços e foram lentos na recomposição. Todas as tentativas com ambos no meio de campo em 2020 deram errado. Sem muitas opções com Yago e Martinelli fora, Marcão repetiu a alternativa e, mais uma vez, o time não funcionou.

Flu repete erros e faz péssimo 1º tempo

O Fluminense entrou em campo no Antônio Accioly para enfrentar o Atlético-GO pela quarta vez em 2020. Mas parecia não conhecer o adversário. A equipe agora comandada por Marcão cometeu os mesmos erros que nos outros três confrontos: passes fracos, pouca mobilidade, meio de campo espaçado e insistência em sair com toques pelo meio. Para piorar, o que se viu ofensivamente foi uma completa desorganização, com Marcos Paulo solto, Nenê preso à ponta, Michel Araújo perdido e Fred brigando com dois zagueiros.

90 minutos sem chutar a gol

Apesar do pouco tempo sob o comando de Marcão, o Tricolor já se mostra diferente. Contra o Vasco, pela 25ª rodada, a equipe até pareceu apresentar uma melhora ofensiva no primeiro tempo, quando chegou fácil ao primeiro gol e seguiu construindo boas chances, apesar dos problemas na marcação. Mas depois de passar toda a segunda etapa em São Januário sem finalizar, o Flu também jogou 45 minutos em Goiânia, contra o Dragão, sem nenhum chute à meta adversária. Também porque o treinador insistiu no que só deu errado em 2020: a lenta dupla Hudson e Yuri na saída de bola, Nenê aberto na ponta e Michel Araújo como armador. Sem velocidade, nem as tentativas de infiltração de Marcos Paulo foram suficientes para municiar Fred. Os laterais também pouco participaram do jogo ofensivo.

Dragão abre o placar e expõe lentidão do Flu

Aos 42 minutos, o Atlético-GO já era senhor do jogo. A equipe de Marcelo Cabo sufocou a saída de bola do Tricolor a partir dos 30 minutos, forçando erros de Yuri, Matheus Ferraz e Danilo Barcelos. Marcos Felipe já havia salvado a equipe por duas vezes quando Gustavo Ferrareis ganhou na corrida do lento Hudson, passou a Marlon Freitas que cruzou com perfeição para Wellington Rato abrir o placar. No lance, Yuri e Matheus Ferraz deixaram os atacantes adversários invadirem sozinhos a área e marcaram a bola.

Marcão mexe no intervalo, mas Flu segue mal

A péssima atuação e a derrota parcial no primeiro tempo em Goiânia fizeram Marcão mexer no time: saiu Michel Araújo, que estava escalado fora de posição, e entrou Fernando Pacheco, que não jogava desde outubro. O peruano entrou aberto na ponta direita e deslocou Nenê para o meio de campo. Com um pouco mais de qualidade por dentro, a equipe melhorou e enfim finalizou, com Marcos Paulo e o próprio Nenê. Ainda assim, muito pouco em criatividade.

Atlético-GO quase aumenta

Se não fosse Marcos Felipe, o Dragão teria balançado a rede do Fluminense mais vezes. O goleiro parou chute de Ferrareis, logo aos 4, e também um chute incrível de Wellington Rato aos 17 minutos. Mesmo com as mexidas de Marcão, foi o Atlético-GO que chegou mais perto de aumentar. Lento demais, o Flu não oferecia resistência, e o técnico apenas encheu o time de atacantes.

Nenê faz pênalti, e Jean mata o jogo

Aos 40 minutos, o Dragão teve a chance e matou a partida. Em cruzamento na área, Nenê tentou afastar de cabeça, furou e fez pênalti assinalado pelo VAR. O goleiro Jean foi para a cobrança, deslocou Marcos Felipe e ampliou para os goianos, sacramentando a vitória do time da casa.

Flu diminui no fim

Remexido e repleto de atacantes no time, o Flu insistiu no campo de ataque e diminuiu o placar no finalzinho. Aos 47, Lucca fez cruzamento perigoso, Jean saiu mal e Felippe Cardoso cabeceou firme para reduzir a diferença.

FICHA TÉCNICA

ATLÉTICO-GO 2X1 FLUMINENSE

Data/Hora: 16/12/2020, às 21h30
Local: Antônio Accioly, Goiania (GO)
Árbitro: Rodrigo Dalonso Ferreira (SC)
Assistentes: Thiaggo Americano Labes (SC) e Éder Alexandre (SC)
Árbitro de vídeo: Heber Roberto Lopes (SC)

Cartões amarelos: Hudson, Lucca, Ganso, Fernando Pacheco (FLU)
Gols: Wellington Rato (42'/1ºT) (1-0), Jean (41'/2ºT) (2-0), Felippe Cardoso (47'/2ºT) (2-1)

ATLÉTICO-GO: Jean; Dudu, João Victor, Éder Ferreira e Natanael; Pereira, Marlon Freitas e Chico (Oliveira); Gustavo Ferrareis (Danilo Gomes), Wellington Rato (Jeanderson) e Zé Roberto (Roberson). Técnico: Marcelo Cabo.

FLUMINENSE: Marcos Felipe; Igor Julião, Luccas Claro (Matheus Ferraz), Nino e Danilo Barcelos; Hudson, Yuri (Lucca), Nenê (Ganso) e Michel Araújo (Fernando Pacheco); Marcos Paulo (Felippe Cardoso) e Fred. Técnico: Marcão.

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