Topo

Atlético-MG

Inconstância e desequilíbrio marcam campanha do Atlético-MG no Brasileiro

Melhor mandante e time que fez mais gols, Galo sofre com desempenho defensivo e falta de regularidade - Bruno Cantini/Atlético-MG
Melhor mandante e time que fez mais gols, Galo sofre com desempenho defensivo e falta de regularidade Imagem: Bruno Cantini/Atlético-MG

Guilherme Piu

Do UOL, em Belo Horizonte

09/12/2020 04h00

Depois de empilhar vitórias em setembro e atingir mais de 80% de aproveitamento no Campeonato Brasileiro, o Atlético-MG caiu de produção e não consegue repetir o bom momento que o levou à liderança isolada do torneio, atrapalhando os planos do clube desde então. A partir dessa queda no desempenho, o Galo, que liderava a competição até a semana passada, abriu possibilidade de outras equipes chegarem ao primeiro lugar. E mais, de se conseguir abrir boa vantagem na ponta. O que acabou acontecendo com o São Paulo.

A história do time de Jorge Sampaoli até aqui no Brasileirão é marcada por uma irregularidade que causa inconstância e desequilíbrio. Basta se atentar e se aprofundar nos números da tabela de classificação para entender as dicotomias do Atlético-MG. A começar pelos gols anotados e sofridos.

O Galo tem o melhor ataque (43 gols), mas em contrapartida a sua defesa é a pior entre os times do G-4 (31 gols sofridos, assim como o terceiro colocado Flamengo). O São Paulo, atual líder, sofreu 20 gols, mesma quantidade do quarto colocado Grêmio. No geral o setor defensivo alvinegro é o sétimo pior na competição, à frente apenas do Goiás, Bahia, Vasco, Sport, Ceará e Corinthians.

Outro fator que evidencia o desequilíbrio atleticano até aqui é a diferença dos pontos somados dentro e fora de casa. O Alvinegro é o melhor mandante entre os 20 clubes da Série A e somou 30 pontos em 13 jogos (nove vitórias, três empates e apenas uma derrota). Já quando o assunto é atuar longe de Belo Horizonte a coisa muda de figura: a equipe de Sampaoli tem a décima campanha com 13 pontos em 11 jogos (quatro vitórias, um empate e seis derrotas).

Apesar de ser o melhor mandante o Atlético-MG tem apenas duas vitórias nos últimos seis jogos em casa. O Galo bateu o Flamengo (4 a 0) e o Botafogo (2 a 1), mas perdeu para o Athletico-PR (2 a 0) e empatou outros três compromissos Fluminense (1 a 1) Sport (0 a 0) e Internacional (2 a 2).

Além disso é também, dentre os times do G-4, o que mais perdeu: foram sete derrotas, contra duas do São Paulo, cinco do Flamengo e três do Grêmio.

Com um time milionário pelo investimento de quase R$ 200 milhões que recebeu de mecenas, empresários abonados que são conselheiros do clube, o vice-presidente do Atlético-MG até "cornetou" o desempenho do time.

"Há alguns meses deixei de ir ao CT (hoje apenas coordeno o jurídico e vou aos jogos em BH). Acompanhei de perto o trabalho no CT desde 2009, particularmente a partir de 2010. Observo que o Atlético tem um ótimo elenco e tem condições de coletivamente produzir muito mais", disse Lásaro Cândido da Cunha em postagem no Twitter.

Na noite de hoje (9), às 21h30, o São Paulo pode abrir ainda mais pontos de distância do Atlético-MG na classificação. O Tricolor paulista 'pagará' sua última partida atrasada, contra o Botafogo, no Morumbi, pela 18ª rodada do Brasileirão.

Se vencer, o time paulista que está com 47 pontos, chegaria a 50, sete a mais do que o Galo (43). Somando essa pontuação, no fim de semana a equipe de Fernando Diniz terá a chance de ficar até dez pontos de distância. Para isso, teria que vencer o Corinthians e torcer para um tropeço do Galo contra o Athletico-PR, na Arena da Baixada. Fato que Sampaoli não quer que aconteça, jamais.

"Trabalhar e saber que perdemos pontos e teremos de recuperá-los em Curitiba. Não há outra forma. Conflitos internos e externos são vencidos com a personalidade do grupo e sabendo que temos capacidade para recuperar os pontos perdidos aqui", disse o treinador argentino.

Atlético-MG